Antes de romper, Cunha pediu a cabeça de Janot
Irritadíssimo com a denúncia de que teria recebido US$ 5 milhões em propina, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se reuniu na noite de ontem com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e com o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), a quem comunicou que anunciaria hoje o rompimento com o governo Dilma; segundo a coluna do jornalista Tales Faria, o deputado colocou como condição para não romper a exoneração do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ou o compromisso de Dilma de que o chefe da PGR não seria reconduzido ao cargo; Cunha afirma ser perseguido por Janot e ter certeza de que a denúncia faz parte de um plano orquestrado por governo e PT contra ele; nesta sexta, horas depois do rompimento, Cunha autorizou duas CPIs contra o governo na Câmara

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247 – Pouco antes de anunciar o rompimento com o governo federal, no final da manhã desta sexta-feira 17, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), condicionou sua decisão à exoneração do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de quem acredita ser alvo de perseguição.
O pedido foi feito na noite desta quinta, segundo o jornalista Tales Faria, do iG, durante reunião entre Cunha, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), a quem comunicou que faria hoje o anúncio do rompimento. O deputado estava irritadíssimo com a denúncia contra ele.
Ao longo da tarde, veio à tona trecho da delação premiada do empresário Julio Camargo, da Toyo Setal, em que revelava ter sido pressionado pessoalmente por Eduardo Cunha a pagar US$ 5 milhões em propina, a fim de efetivar um contrato de navios-sonda junto à Petrobras.
O presidente da Câmara afirma ter "absoluta certeza" de que a denúncia faz parte de um plano orquestrado do governo e do PT contra ele. E de que é perseguido por Janot.
Segundo Tales Faria, outra hipótese dada por Cunha para recuar sobre o rompimento seria o compromisso da presidente Dilma Rousseff de que não reconduziria Janot ao cargo. O mandato do procurador-geral expira em setembro, e a presidente tem a opção de mantê-lo por mais dois anos ou nomear outra pessoa.
Temer teria dito a Cunha que seria impossível obter essa promessa de Dilma, pois, se assim o fizesse, Janot sairia como vítima e herói injustiçado. A presidente concorda com Cunha no ponto em que as investigações conduzidas pela Procuradoria-geral da República são o foco da crise política, mas não aceita os argumentos de que o governo está por trás da denúncia contra o presidente da Câmara.
Confira reportagem da Agência Brasil sobre o assunto:
Cunha autoriza criação de CPIs para investigar BNDES e fundos de pensão
Após anunciar o rompimento político com o governo, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atorizou hoje (17) a criação de quatro comissões parlamentares de inquérito (CPI). Elas vão investigar os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), supostas irregularidades nos fundos de pensão das estatais, maus-tratos contra animais e crimes cibernéticos no país.
O foco da CPI do BNDES são os empréstimos concedidos a empreiteiras e outras empresas investigadas na Operação Lava Jato. Entre 2003 e junho de 2014, o banco concedeu financiamentos de R$ 2,4 bilhões para essas empresas. Também serão investigados os empréstimos para empresas do ramo de frigorífico e em favor de empresas do Grupo do empresário Eike Batista, além dos empréstimos concedidos a outros países como Angola e Cuba, cujas informações foram classificadas como secretas.
A CPI dos Fundos de Pensão, apesar de ter a criação autorizada, ela só poderá funcionar após encerramento dos trabalhos da CPI do Sistema Carcerário, previsto para o início de agosto. Pelo Regimento da Câmara, apenas cinco CPIs podem funcionar ao mesmo tempo. Além das quatro criadas hoje, atualmente funciona a CPI da Petrobras. O alvo da CPI será a
O alvo da CPI será a Fundação dos Economiários Federais (Funcef), a Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros), a Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), da Câmara dos Deputados e do Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos (Postalis).
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