Agente de Protógenes criou empresa "Satiagraha"

Sargento Dad, que era o brao direito de Carlos Cachoeira e est preso, tambm atuou diretamente na operao mais polmica da PF; deve ter gostado tanto do trabalho queresolveu registrar um negcio chamado Satiagraha; por Claudio Julio Tognolli

Agente de Protógenes criou empresa "Satiagraha"
Agente de Protógenes criou empresa "Satiagraha" (Foto: Montagem/247)


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Claudio Julio Tognolli _247 - A página 459 da denúncia oferecida contra Carlos Cachoeira, pelo Ministério Público Federal de Goiás, na Operação Monte Carlo, é um dissuasivo nuclear que está tirando o sono de muita gente. Nela está degravada uma escuta telefônica em que Idalberto Matias de Araújo, o sargento Dadá, (braço direito de Cachoeira, preso da Monte Carlo, e agente recrutado por Protógenes Queiroz na Operação Satiagraha) confessa a interlocutores que está criando, com amigos, uma empresa de segurança privada chamada “Satiagraha” – justamente o nome da operação que imortalizou Protógenes por ter prendido, temporariamente, o banqueiro Daniel Dantas.

A gravação foi feita a partir das 13h29 minutos, pela PF, no dia 4 de abril de 2011. Durou dez minutos e treze segundos. Na conversa, há trechos como “o negócio de Minas Gerais ainda não fechou. Evaldo tá criando a empresa Satiagraha”. Fala-se na criação de uma Home Page para a empresa Satiagraha e na presença, na futura empresa, de pessoal treinado em Israel, EUA, Iraque, e Afeganistão – ou seja, ex-militares dos EUA. Os cursos para os demais membros a serem dados no Rio de Janeiro, com intuito de “vender segurança para a América do Sul”.

Para você entender a kriptonita que esse trecho representa aos heróis das esquerdas, como Protógenes Queiroz, há que lembrar o seguinte: ao pedir a CPI da Monte Carlo, Protógenes vai sacrificar dois de seus ex-empregados-arapongas. Ambos foram pegos pela PF na Operação Monte Carlo, por cuja CPI Protógenes ora luta.

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Um deles é policial Jairo Martins de Souza. Foi ele quem gravou a fita que detonou, em 2005, o escândalo do Mensalão. Trata-se da cena em que um ex-funcionário dos Correios, Maurício Marinho, aparece recebendo uma propina de R$ 3 mil. A fita foi entregue ao jornalista Policarpo Júnior, que é amigo de Jairo Martins, e hoje, além de dirigir a sucursal da revista Veja em Brasília, é redator-chefe da publicação.

De acordo com a acusação do Ministério Público, Jairo Martins era um “empregado” da quadrilha de Carlinhos Cachoeira. Recebia R$ 5 mil mensais e tinha a função de cooptar policiais e também levantar informações que pudessem prejudicar os negócios do grupo.

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Em 2005, na crise do Mensalão, Jairo Martins depôs no Congresso, e disse que gravou a fita com Maurício Marinho por “patriotismo”. Não se sabe, ainda, se Cachoeira estaria por trás da denúncia.

Se aprovada, a CPI da Operação Monte Carlo, como quer Protógenes, vai ter como um de seus alvos o segundo ex-braço direito do deputado Protógenes na Satiagraha: o sargento da reserva Idalberto Matias de Araújo, o Dadá. Saído do Cisa, o serviço secreto da Aeronáutica, justamente para cumprir a missão presidencial da Satiagraha, Dadá foi preso pela PF na Operação Monte Carlo. Na Satiagraha, foi Dadá quem aproximou Protógenes da Abin. E foi justamente essa participação dos arapongas que acabou por invalidar a operação no STJ – o que o Ministério Público agora tenta reverter. Obviamente, é o mesmo Dadá que quis criar com arapongas de todo o mundo, para Carlinhos Cachoeira, a empresa de segurança privada de nome Satiagraha.

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Protógenes e representantes da Frente Parlamentar de Combate à Corrupção vão se reunir na terça-feira (27), às 15 horas, com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para pedir urgência nas investigações envolvendo o empresário do jogo Carlinhos Cachoeira e vários políticos. Os parlamentares querem saber do procurador os motivos da lentidão do processo que, desde 2009, está na Procuradoria-Geral da República.

“Não dá para justificar essa lentidão. Não está legal isso. O processo está na procuradoria desde setembro de 2009. Queremos saber o porquê da demora na apuração do caso”, disse o líder do PSOL, deputado Chico Alencar (RJ). “É de se estranhar essa lentidão para a abertura de inquérito. De nossa parte, trata-se de zelo pela ética na política e de defesa do próprio Congresso Nacional”, acrescentou.

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Protógenes, a mídia dita de esquerda, e os chamados blogueiros sujos, como Paulo Henrique Amorim, passaram a pressionar o procurador-geral da República, esta semana, verberando por explicações pelo fato de o MPF ter engavetado, e procrastinado, as investigações contra Cachoeira.

Mas o próprio chefe do MPF, Roberto Gurgel, também sentou em cima de outros casos: como alguns daqueles que envolvem extratos dos processos em que Paulo Henrique Amorim está envolvido, sempre relacionado à disputa comercial pela Brasil Telecom. No Supremo Tribunal Federal, Amorim responde a inquérito, junto com o empresário Luís Roberto Demarco, ex-funcionário de Daniel Dantas, e fundador da lojinha do PT, por corrupção ativa. A investigação apura se os empresários patrocinaram a operação Satiagraha. Os ex-delegados Paulo Lacerda e Protógenes Queiroz são investigados por corrupção passiva, prevaricação e interceptação telefônica ilegal.

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Os casos que envolvem todos esses personagens públicos foram procrastinados ou embaçados pelo chefe-supremo do MPF – da mesma forma que o mesmo Roberto Gurgel tocou a passo de tartaruga as investigações contra Cachoeira.

Protógenes e sua “tchurma” correm o risco de sofrer duas cousas: o cumprimento do adágio popular, segundo o qual pau que bate em Chico bate também em Francisco; e aquilo a que os médicos chamam de “efeito iatrogênico” : o do mal causado pela própria cura que se pede.

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