Grella sobre PM: “Abusos são casos isolados”

Em entrevista coletiva, secretário de Segurança Pública de São Paulo admite que "existem situações de desvios, de abusos" por parte da Polícia Militar, mas que "são situações isoladas, que merecem apuração e punição"; Fernando Grella afirma que manifestação contra o aumento da passagem será pacífica nesta segunda-feira; Tropa de Choque ficará à disposição, mas não será usada, assim como bombas e balas de borracha; mais cedo, integrantes do Movimento Passe Livre se negaram a divulgar o trajeto do protesto antecipadamente, informação considerada "fundamental" pela cúpula de Segurança

Grella sobre PM: “Abusos são casos isolados”
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SP247 – O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella, garantiu, durante entrevista coletiva, que a manifestação contra o aumento da passagem de ônibus marcada para às 17h desta segunda-feira será pacífica. A Trope de Choque, segundo ele, ficará à disposição da Segurança do Estado, mas os agentes não estarão nas ruas durante o ato. Bombas e balas de borracha também não serão usadas pelo Polícia Militar.

Questionado sobre a violência de agentes contra manifestantes que não haviam praticado atos de vandalismo nem provocado a corporação, o secretário garantiu que esses policiais serão investigados e punidos. Especificamente sobre um vídeo amplamente divulgado na internet que mostra um policial quebrando o vidro da própria viatura com seu cassetete, Grella declarou que o caso também será apurado, mas que foi informado que o vidro já estava quebrado e que o PM estava apenas "tirando estilhaços".

O secretário admitiu que existem, sim, abusos por parte da PM, mas que são casos isolados, e "não uma coisa sistêmica". Ele garantiu que todos esses casos serão apurados. "Existem situações de desvios, de abusos, mas são situações isoladas, que têm merecido apuração e punição", disse Grella. Questionado sobre se mudaria algo na PM paulista, ele respondeu que não. "Eu não mudaria nada, a preocupação é um processo permanente de capacitação, como ocorre com qualquer corporação".

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Reunião com os manifestantes

Organizadores de quatro protestos contra o aumento da tarifa do transporte público em São Paulo, integrantes do Movimento Passe Livre (MPL) voltaram a defender, nesta segunda-feira 17, que apenas o governador, Geraldo Alckmin (PSDB), e o prefeito, Fernando Haddad (PT), são capazes de conter a violência ocorrida durante as manifestações. Eles também convidaram Haddad a discutir o reajuste na próxima quarta-feira 19.

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O prefeito, que já se pronunciou anteriormente sobre o assunto, afirmando que "o valor será mantido", tem ainda outro encontro marcado com os manifestantes durante o Conselho da Cidade, marcado para esta terça-feira. Mas o Movimento acredita que a reunião do órgão consultivo da Prefeitura, que reúne 136 membros de movimentos sociais, empresários e intelectuais, não é o espaço ideal para discutir o aumento.

Os integrantes do Movimento Passe Livre, que concederam entrevista coletiva nesta manhã no Sindicato dos Jornalistas, também disseram não concordar em divulgar antecipadamente o trajeto da manifestação marcada para às 17h, no Largo da Batata. "Nós não sabemos qual vai ser o trajeto. Ele surge na hora, depende do número de pessoas e dos grupos presentes", declarou um deles. A informação é considerada "fundamental" pela cúpula da Segurança para que o protesto ocorra de forma pacífica.

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Em reunião que ocorreu entre 10h30 e 11h50 com o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella, e com o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Benedito Roberto Meira, o MPL definiu como será a atuação da PM nos protestos e discutiu a repressão da corporação. "O movimento é pacífico", alegou um dos integrantes. Segundo ele, o vandalismo só acontece em reação à violência da polícia, mas o movimento não o estimula.

Em coletiva neste domingo, Grella disse que a reunião serviria para garantir o direito à manifestação e afirmou que os policiais só agiriam em casos extremos – de provocação ou vandalismo – e que não usariam bombas nem balas de borracha. "Queremos que os manifestantes exerçam seu direito de manifestar. A Polícia Militar tem condições de planejar com algumas horas de antecedência a melhor forma de reduzir o encontro com o restante da população e de proteger os manifestantes", disse Grella.

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Participaram ainda do encontro nesta segunda-feira, na sede da Secretaria da Segurança, no centro da capital paulista, o delegado-geral da PM, Mauricio Blazek, o padre Julio Lancelotti, o promotor de Habitação e Urbanismo Maurício Ribeiro Lopes, o promotor de Direitos Humanos Eduardo Valério e integrantes da ONG Educafro, além dos representantes do Movimento Passe Livre.

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