Paulo moreira leite

PSDB finge que não ouviu Lara Resende

"Um dos mais influentes cérebros do mercado financeiro, interlocutor frequente de Fernando Henrique Cardoso, Lara Resende aponta para um cenário de tragédia política e econômica no horizonte. Diz que impeachments são sempre "traumáticos" e que o afastamento de Dilma Rousseff deve ser evitado", aponta o colunista Paulo Moreira Leite; "Enquanto o Ministério Público faz campanha para transformar a corrupção em crime hediondo, o empresário reconhece indícios de corrupção 'sistêmica' no país e acha necessário discutir pacificação", pontua; no evento, em Nova York, Lara Resende propôs um perdão e um recomeço a partir do zero

"Um dos mais influentes cérebros do mercado financeiro, interlocutor frequente de Fernando Henrique Cardoso, Lara Resende aponta para um cenário de tragédia política e econômica no horizonte. Diz que impeachments são sempre "traumáticos" e que o afastamento de Dilma Rousseff deve ser evitado", aponta o colunista Paulo Moreira Leite; "Enquanto o Ministério Público faz campanha para transformar a corrupção em crime hediondo, o empresário reconhece indícios de corrupção 'sistêmica' no país e acha necessário discutir pacificação", pontua; no evento, em Nova York, Lara Resende propôs um perdão e um recomeço a partir do zero
"Um dos mais influentes cérebros do mercado financeiro, interlocutor frequente de Fernando Henrique Cardoso, Lara Resende aponta para um cenário de tragédia política e econômica no horizonte. Diz que impeachments são sempre "traumáticos" e que o afastamento de Dilma Rousseff deve ser evitado", aponta o colunista Paulo Moreira Leite; "Enquanto o Ministério Público faz campanha para transformar a corrupção em crime hediondo, o empresário reconhece indícios de corrupção 'sistêmica' no país e acha necessário discutir pacificação", pontua; no evento, em Nova York, Lara Resende propôs um perdão e um recomeço a partir do zero (Foto: Paulo Moreira Leite)


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Depois de ler as opiniões do economista André Lara Resende sobre a Operação Lava Jato, proferidas numa conferência em Nova York e registradas pela correspondente Taís Bilenky, da Folha, convém perguntar o uso que o PSDB e o DEM pretendem fazer delas. A pior atitude seria fechar os olhos, tapar os ouvidos e a boca, como têm feito até aqui.

Um dos mais influentes cérebros do mercado financeiro, interlocutor frequente de Fernando Henrique Cardoso, Lara Resende aponta para um cenário de tragédia política e econômica no horizonte. Diz que impeachments  sempre são "traumáticos" e que o afastamento de Dilma Rousseff deve ser evitado. Não é só.

Enquanto o Ministério Público faz campanha para transformar a corrupção em crime hediondo, Lara Rezende deixa claro  que os indícios de corrupção "sistêmica" no país colocam a necessidade de se discutir uma pacificação entre as partes -- e não a lógica da vingança e do conflito.

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Lembrando o valor insubstituível de uma vida humana, vai um pouco mais fundo na crítica a campanha do MP. Faz questão de dizer que não acha corrupção "mais grave que assassinato."

Rejeitado a noção de que o remédio infalível para mais crimes é mais punição, ele disse: "Minha impressão é que, quando você tem uma crise como a que temos no Brasil, a forma que podemos usá-la para provocar uma mudança é dizer: Vamos começar do zero, vamos superar o passado", diz Lara Resende.

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Rompendo a melodia ufanista em torno do juiz Sérgio Moro e da Força-Tarefa do Ministério Público, diz que "alguns procuradores" fazem uma "oposição totalitária fascista", sublinhando, numa observação que ajuda a entender a gravidade do que ocorre hoje, que o "clima emocional" do país  "está muito propício a esse modo de lidar".  

Em resposta ao questionamento de uma estudante, Lara Rezende cita a "Mani pulite", que investigou esquemas de corrupção na Itália, nos anos 1990. Seu balanço: "Deixou o país completamente desmantelado, causou o colapso dos dois principais partidos e o que veio depois? [O ex-premiê Silvio] Berlusconi."

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Cabe registrar que nenhuma observação de Lara Resende ganharia o prêmio de originalidade nos debates sobre a Lava Jato. Nem é isso o que importa.

O importante é sublinhar um ponto. Críticas que até há pouco eram descartadas como pura invenção de aliados do governo  começam a ser reconhecidas como verdade por vozes que se encontram do lado oposto do espectro político.

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Lara Resende é um adversário assumido e rigoroso das principais linhas de política econômica implantadas no país a partir de 2003. Não custa lembrar que, como presidente do BNDES, esteve a frente dos programas de privatização de estatais no governo FHC.

Não é preciso concordar com a visão de mundo de André Lara Resende – a quem fiz críticas duras neste espaço ao longo da campanha de 2014 – para reconhecer o valor de sua conferência. Ela ocorre num momento em que o  país se encontra às voltas com permanentes demonstrações de desonestidade intelectual, que ajudam a alimentar uma crise em larga medida artificial.

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