Sobre Bertrand Russell
"Russel faz ácidas críticas ao mercado e sua lógica e àquilo que ocorreu na URSS ou sob sua inspiração, sobrou tempo para reflexões críticas à igreja católica"
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O meu amigo Paulo Victorino diz que ele não entende exatamente o que eu penso. Ele deve ter razão, pois, nem eu me entendo as vezes. Encontrei esse belo material que compartilhei com ele e compartilho com o leitor, afinal o pensamento de Bertrand Russell me agrada.
Trata-se de uma entrevista de quase 30 minutos com Bertrand Russel: https://www.youtube.com/watch?v=Ut7drCi2mts.
Aqueles que como eu, acreditam que o intelecto livre, aliado ao amor, são os principais, ou únicos, motores válidos do progresso humano, não podem deixar de assistir. Russel faz acidas e necessárias críticas ao mercado e sua lógica e àquilo que ocorreu na URSS ou sob sua inspiração, sobrou tempo para reflexões críticas à igreja católica.
A esperança e a fé que inspira liberais (capitalistas) e comunistas, são de fato admiráveis, mas, quando são postos em prática com fanatismo tendem, portanto, a fazer muito mal, pois todo fanatismo é deformador do sonho e neutralizador das possibilidades. Por isso vale a pena ouvir e ler Russel.
Para quem não sabe e para quem esqueceu, Russell passou os anos 1950 e 1960 envolvido em várias causas políticas, principalmente relacionadas com o desarmamento nuclear e a oposição à Guerra do Vietnã, não se pode esquecer do “Manifesto Russell-Einstein de 1955, documento que pedia o desarmamento nuclear assinado por 11 dos físicos nucleares mais proeminentes e intelectuais da época.
Russel escreveu muitas cartas aos líderes mundiais durante este período, e esteve em contato com Lionel Rogosin, cineasta estadunidense, que trabalhou em cinema político, não-ficção, muito influenciado pelo neorrealismo italiano.
Russel tornou-se um herói para muitos dos membros da juventude da New Left, ou Nova Esquerda.
A Nova Esquerda foi um amplo movimento político principalmente nas décadas de 1960 e 1970, que consistia em ativistas do mundo ocidental, que faziam campanha por uma ampla gama de questões sociais, como direitos civis e políticos, feminismo, direitos LGBTQIA+, feminismo, papéis de gênero e reformas políticas. Alguns veem a Nova Esquerda de forma negativa, como uma reação de oposição aos movimentos marxistas e sindicais, não penso assim; a nova esquerda por justiça social que se concentravam no materialismo-dialético e na classe social.
No início dos anos 1960, em particular, Russell tornou-se cada vez mais crítico quanto à desaprovação do que ele sentia serem políticas quase genocidas do governo dos EUA no Vietnã.
Em 1963, Russell tornou-se o destinatário inaugural do Jerusalém Prize, um prêmio para os escritores preocupados com a liberdade do indivíduo na sociedade. Em outubro de 1965, ele rasgou o cartão do Partido Trabalhista Inglês, porque suspeitava que o partido iria enviar soldados para apoiar os EUA na Guerra do Vietnã. Ao longo de sua vida Russell escreveu diversos livros e ensaios criticando e propondo novas soluções para a sociedade em diferentes momentos, desde a virada do século XIX até boa parte do século XX.
Em “Roads to Freedom: Socialism, Anarchism and Syndicalism”, o autor sugere um modelo de Socialismo de Guilda, alternativo ao das principais correntes da época, como o socialismo soviético, capitalismo, imperialismo, neocolonialismo.
Russell propõe um novo modelo de sociedade baseado em valores como justiça social, máxima liberdade individual, e mínimo de controle e opressão de poderes centrais sobre os indivíduos, porém com grande papel do Estado para assuntos econômicos e financeiros.
O pensamento de Russell me agrada muito e compartilho com os leitores.
Pedro Benedito Maciel Neto, 60, advogado, pontepretano, pai e avô; sócio da www.macielneto.adv.br – pedromaciel@macielneto.adv.br , autor de “Reflexões sobre o estudo do Direito”, ed. Komedi, 2007; “Tensão entre Poderes”, ed. Apparte, 2024
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