Boeing diz que Brasil pode se tornar protagonista global no setor de combustível de aviação sustentável
Setor tenta cumprir meta de alcançar emissões líquidas de carbono zero até 2050
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Reuters - O Brasil tem potencial para se tornar um dos principais players globais em combustível de aviação sustentável, disse um executivo da Boeing nesta terça-feira, enquanto o setor tenta cumprir sua ambiciosa meta de alcançar emissões líquidas de carbono zero até 2050.
A meta acordada dentro da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), que representa as companhias aéreas, dependerá em grande parte do desenvolvimento e aumento da produção de SAF, que é feito a partir de recursos renováveis como óleos vegetais ou resíduos.
O país sul-americano, um dos maiores produtores agrícolas do mundo, já é líder global em biocombustíveis, como etanol, feito a partir de cana-de-açúcar ou milho, e biodiesel derivado de soja.
"O Brasil tem a capacidade técnica, mão de obra qualificada e matéria-prima para apresentar os resultados concretos e os impactos necessários para resolvermos juntos esse desafio global de como descarbonizar a aviação", disse Landon Loomis, chefe da Boeing para a América Latina e o Caribe, durante um fórum realizado pela empresa em São Paulo.
"A Boeing já é uma das maiores compradoras mundiais de combustível de aviação sustentável", observou ele.
Embora a mudança tecnológica radical seja considerada fundamental para reduzir as emissões de aviação, o foco principal do setor tem sido em combustíveis que possam ser usados nos motores a jato existentes, como SAF à base de plantas, resíduos e alternativas sintéticas.
Garantir um suprimento suficiente de SAF é o maior desafio da indústria em sua busca por emissões líquidas zero, devido aos altos custos e ao lento crescimento da produção.
A IATA estima que o uso de SAF possa representar 65% dos esforços do setor para atingir emissões líquidas de carbono zero até 2050.
O CEO da Qatar Airways, Akbar Al Baker, sugeriu em maio que o setor não seria capaz de alcançar a meta de emissões devido ao suprimento insuficiente de SAF.
A companhia aérea brasileira Gol (GOLL4.SA) afirmou que vê o suprimento de SAF como uma questão urgente.
"Se não começarmos agora, não vamos conseguir atingir a meta", disse Eduardo Calderon, diretor do Centro de Controle de Operações da Gol, durante o evento na terça-feira, observando que os custos do SAF atualmente são três vezes mais altos do que os dos combustíveis fósseis.
"O mundo já está ficando para trás. Se não começarmos o processo de SAF muito em breve, não alcançaremos essa ambiciosa meta de 2050."
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