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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Mezzo Flamengo, mezzo Palmeiras

Com Dorival Jr. e esses jogadores medianos, o Brasil não voltará a ser o país do futebol tão cedo

Dorival Júnior (Foto: Pilar Olivares/Reuters)

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Pela primeira vez, em muitos anos, não vi ninguém elogiar a atuação da seleção brasileira contra a Colômbia. Ninguém economizou adjetivos afetuosos a todos, sobretudo ao técnico Dorival Jr. 

   Ele tinha à sua disposição apenas três craques: Vini Jr. Rodrygo e Endrick. Endrick é o goleador da “era Dorival Jr”. E o que faz o Dorival Jr.? Põe seu maior goleador no banco até os 40 minutos do segundo tempo. 

   Os jogadores da seleção, fora esse trio de ouro, são medianos. O goleiro é fraquíssimo. Não há um jogo em que não faça uma lambança. Danilo só dá chutão, lateral de várzea. Paquetá? Em qual time ele joga mesmo? West Ham! Alguma vez esse time entrou na Champions? Os caras jogam, na maioria, em times meia-boca. O resultado é o que se viu ontem. Levaram olé da Colômbia. 

   A seleção precisa de uma intervenção urgente. A Copa América é uma miragem. Nas eliminatórias para o Mundial, estamos em oitavo. Até outro dia, éramos os primeiros! 

   Nos anos 60, quando era preciso formar uma seleção a jato, o técnico convocava meio time do Botafogo e meio time do Santos, que tinham os dois elencos mais fortes. Hoje, o Botafogo e o Santos são Flamengo e Palmeiras. 

   Melhor do que trazer jogadores medianos que atuam na Europa em times medianos é convocar meio time do Flamengo, meio time do Palmeiras e mais Vini Jr., Rodrygo e Endrick. Podem não ser melhores que os atuais titulares, podem ser iguais, mas estão mais entrosados e o futebol é um jogo coletivo, entrosamento é tudo. 

   A outra vantagem é que estando, quase todos, no Brasil, podem treinar com muito mais frequência e tem maior identificação com a torcida, que os conhece no dia a dia dos campeonatos nacionais, torce por eles. 

   Se a seleção brasileira quer voltar a ser a melhor do mundo tem que ter o melhor técnico do mundo. Os técnicos brasileiros não são os melhores do mundo, tanto que a Europa contrata jogadores brasileiros a rodo, mas, técnicos, raramente. 

   Não deu certo com Ancelotti, mas há outros. A seleção dos Estados Unidos está atrás de Klopp. 

   Com Dorival Jr. e esses jogadores medianos, o Brasil não voltará a ser o país do futebol tão cedo. 

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