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Denise Assis

Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

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Paes tem apoio incondicional dos progressistas e irá para a convenção de sábado, sem nome de vice

"Das opções para vice, o nome mais forte é o de André Ceciliano", escreve Denise Assis

Eduardo Paes (Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil)

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A bordo de 53% de intenções de votos dos cariocas, o prefeito Eduardo Paes, candidato à reeleição, recebeu no Palácio da Cidade nessa segunda-feira (12/07), as lideranças dos partidos que o apoiam. O clima, bastante amistoso, foi mais uma rodada na discussão que tem se arrastado, com Paes em vantagem. O tema da conversa foi a escolha do nome para compor a chapa que concorrerá com ele à prefeitura. Na mesa, foram mais uma vez colocadas as opções: André Ceciliano, ex-presidente da Alerj e um dos coordenadores, pelo PT, da costura para a formação das chapas nos diversos municípios do estado do Rio e Adilson Pires, que já foi vice de Paes, na gestão (2013 a 2016). No almoço estava também a deputada estadual Marta Rocha (PDT), a opção do seu partido para estar ao lado de Eduardo Paes, na corrida.

Tanto Ceciliano quanto Pires deixaram cargos para se colocarem à disposição do atual prefeito. Ceciliano entregou a função de Secretário para Assuntos Federativos, no governo federal, e Pires a pasta de secretário de Assistência Social, na atual gestão de Paes. Ambos seguem à espera da decisão. 

No próximo sábado haverá a convenção do Partido Social Democrático (PSD) – que tem Gilberto Kassab como cacique. O encontro irá referendar o nome de Eduardo Paes – na definição do presidente Lula, o melhor gerente de prefeitura do país -, mas ainda nesse momento o candidato ficará devendo o anúncio do seu vice.

O que se fala, à boca miúda, é que o nome fartamente ventilado, do deputado federal e correligionário, Pedro Paulo, já não é tão certo quanto parecia, para ser o escolhido. A confiança no companheiro de partido continua sendo irrestrita, mas alguns episódios da sua vida particular andam pesando para que não seja ele o segundo de Paes. Do almoço, que contou com a presença dos dirigentes do PT, Gleisi Hoffmann; o presidente e ministro da Previdência Social, PDT, Carlos Lupi; a deputada federal pelo PCdoB, Jandira Feghali; o presidente estadual do Solidariedade, Áureo Ribeiro e dirigentes do PV, saiu uma nota que dizia que caberia a Paes “conduzir” - e não “escolher” -, o nome do seu vice. A diferença semântica é sutil, mas serviu para aplainar qualquer descontentamento. Esse foi um prato que não esteve presente no cardápio e o prefeito não se opôs ao texto.

Outro destaque da reunião, refletido na nota foi não mais impor qualquer condição para o apoio dos partidos presentes, à candidatura de Paes. Os que lá estavam do campo progressista entendem que o momento é de um esforço para reconduzi-lo à cadeira de prefeito, barrando qualquer possibilidade de a direita avançar, o que seria desastroso para a disputa de 2026.

Houve quem estranhasse, no tempero, a falta de um componente acertado em um encontro passado. O de que o atual prefeito expressaria em público, em algum momento, o seu apoio à candidatura petista em 2026. De preferência, referendando a sua escolha por Lula. Não rolou, mas no próximo sábado talvez seja um momento mais grandiloquente para fazê-lo, durante a convenção – apesar da presença de Kassab, que embora componha com o presidente Lula (é próximo a Tarcísio de Freitas – SP), e deve querer monopolizar a festa.

Há quem diga que o atual prefeito já tenha na manga, em vez dos nomes colocados à mesa no almoço de domingo, outras opções. De acordo com uma fonte petista, tudo está caminhando muito bem. Os nomes estão dispostos, mas o momento é o de ampliar e consolidar a aliança do partido com Eduardo Paes e distensionar a escolha do vice. E tanto é assim, que no documento redigido pelos partidos, o que consta é o apoio independentemente de ser um nome apontado pelos presentes. O que Paes decidir, será acolhido. Esse foi o compromisso estabelecido. “Ele ficou de apontar tanto dentre esses, quanto entre os partidos que o apoiam, o nome mais forte para poder ganhar”.

Outro que conversou com o 247 sobre o tema foi João Maurício de Freitas, o Joãozinho do PT, o presidente do partido no Rio. “Tem uma compreensão muito grande da nossa parte de que vencer no Rio será muito importante para as eleições majoritárias de 2026. O Rio é o maior segundo colégio eleitoral e o prefeito é um dos mais alinhados com o projeto do presidente Lula. Então é muito importante que ele seja reeleito. E se puder ser uma reeleição no primeiro turno, melhor ainda”, considera, acrescentando que “o clima é amistoso. Todos estão muito conscientes do papel que o Rio tem no cenário político nacional e sabendo também da importância do Eduardo Paes nesse projeto”.

Joãozinho não se furtou de comentar o posicionamento do deputado Lindbergh Farias, que já se posicionou publicamente pelo candidato do Psol, Tarcísio Motta. “Gleisi é a presidenta do PT, o Lindberg já externou sua posição. São dois deputados com um posicionamento independente e muito claro sobre vários aspectos. A presidenta Gleisi teve uma atitude responsável em toda essa condução, muito lúcida, sobre o papel do Rio de Janeiro, sobretudo na construção do projeto da reeleição do presidente Lula”, discorre. Para Joãozinho, a candidatura do Psol não divide, pelo contrário, só soma ao campo progressista.

Das opções para vice, o nome mais forte é o de André Ceciliano. Mas, ao mesmo tempo, reina um certo ceticismo entre os petistas sobre se a escolha de Paes vai mesmo recair sobre um partido que não seja o seu. Há nomes como o do secretário de Esportes Guilherme Schleder, o de Eduardo Crivellari, seu principal assessor e o do deputado federal, Pedro Paulo.

 O índice de intenções de votos o deixam muito confortável para estabelecer que o seu caminho é o governo em 2026 e que para tomar conta da prefeitura com a sua futura desincompatibilização, nada melhor que alguém do seu próprio partido. E se for assim, sua posição está pacificada para os que o apoiam. O que ele tem na mão nesse momento é a prefeitura do Rio e vai brigar por isso, entendem todos. Sendo assim, a expectativa é a de que Paes será benevolente na composição do secretariado. Ele saberá reconhecer esse gesto, ninguém duvida, aposta Joãozinho. 

Preterido ou não nessa disputa, o ex-presidente da Alerj, André Ceciliano, está muito confortável na condição de coordenador da eleição do PT no Rio, e se empenhando na estruturação das candidaturas com ou sem o partido na cabeça. O importante, para ele, é não permitir o avanço da ultradireita. Ceciliano aponta locais em que pode haver vitória, como em Maricá, onde Quaquá (PT) - que já foi prefeito tem a preferência do eleitorado -, juntamente com Joãozinho como vice em sua chapa. Em Paracambi aposta em seu filho, Andrezinho (PT). Ele está com 60% de intenções de voto; Pedrosa (PT), na Cidade de Pinheiral (Centro-Sul fluminense), está liderando as pesquisas. Dimas, em São Gonçalo, enfrenta uma disputa mais dura, mas tem alguma chance e José Alexandre, em Friburgo. A grande surpresa pode vir de Japeri, onde a Fernanda, recém-filiada, tem crescido. Também a Lorena Madrinha, outra adesão recente, tem despontado na corrida para S. João de Meriti e pode levar. Um outro trunfo, embora não seja um petista, é Zito (PV), um nome forte em Caxias, liderando todas as pesquisas contra Netinho Reis, do MDB.

Há os que surgiram de um acordo entre Quaquá, Lindbergh e Ceciliano, ou independente, como Waguinho (Republicanos), em Belford Roxo. Toninho da Padaria foi uma aposta do deputado federal, Lindbergh Farias, para Nova Iguaçu. “Podemos fazer em torno de cinco prefeituras na Baixada”, afirma Ceciliano, que está otimista. Vê o reduto bolsonarista preocupado em não ter, nessa eleição, “o mesmo rendimento que teve em 2020. “Por exemplo, em Caxias eles apostavam na família Reis, mas tudo indica que não será. E, no Rio, Ramagem ou Pazuello, será um desempenho fraco”, pontifícia. Ceciliano garante que não aposta na sua escolha para vice de Eduardo Paes, mas diante do quase descarte a Pedro Paulo (PSD), há quem diga que o seu nome voltou forte à mesa de apostas.

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