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Paulo Henrique Arantes

Jornalista há quase quatro décadas, é autor de “Retratos da Destruição: Flashes dos Anos em que Jair Bolsonaro Tentou Acabar com o Brasil”. https://noticiariocomentado.com/

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Rubinho e sua guerra contra o Padre Júlio Lancellotti

Rubinho Nunes e seus pares respiram ódio ao humanismo e a qualquer ação na direção da justiça social e da igualdade

Rubinho Nunes (Foto: André Bueno/Rede Câmara)

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Já escrevemos aqui sobre Rubinho Nunes, vereador em São Paulo pelo União Brasil (seu sexto partido). Sua trajetória o credencia para a intentona atual: punir quem ousar doar comida aos moradores de rua da cidade de São Paulo com multa de 17 mil reais, além de desencorajar ações humanitárias desse tipo mediante enfastiante burocracia.

Rubinho odeia pobre? Parece que sim, mas muito mais escancarada é sua fixação odiosa pelo Padre Júlio Lancellotti.

Há um inquérito da Polícia Civil de São Paulo contra ele por, a partir de calúnias contra ONGs - em especial contra a Pastoral do Povo da Rua, capitaneada pelo Padre Júlio -, tentar instalar uma CPI na Câmara Municipal. O direitista quis dar conotação partidária à ação social do sacerdote, mas o intento causou forte repúdio e o tiro saiu pela culatra. Agora, volta à carga com o Projeto de Lei 445, que prevê multa a quem der de comer a moradores de rua. Diz que almeja “transparência”. Acredita quem quer.

Rubinho, um reacionário cheirosinho, enxerga o Padre Júlio como cabo eleitoral de Guilherme Boulos na eleição para prefeito da Capital. Pensa que destruindo a credibilidade das ações humanitárias por ele geridas roubará eleitores de Boulos. Seria patético, não fosse cruel.

Registre-se que a afinidade entre o sacerdote e o candidato do PSOL é mais do que justificável, pois ambos possuem histórias de vida de amparo aos sem-teto. Trata-se de uma saudável empatia.

O Padre Júlio Lancellotti é mais que um exemplo de sacerdote cristão. É um modelo de ser humano, cuja prática de amor ao próximo independe de religiões, ou melhor: está acima delas.

Em contraposição a ele está Rubinho Nunes, um dos fundadores do Movimento Brasil Livre, o MBL, aquele grupo de jovens reacionários que nasceu para estimular a derrubada de Dilma Rousseff. Ele era um dos organizadores daquelas manifestações pró-impeachment que tornaram o verde e o amarelo cores oficiais do golpismo.

Repitamos aqui, por oportuno, parte de artigo já publicado pela coluna:

De 2011 até hoje, Rubinho demonstrou sua versatilidade política integrando nada menos que seis partidos: PR, MDB, Patriota, PSL, Podemos e União Brasil. Em 2016, protocolou o primeiro pedido de impeachment contra um ministro do Supremo Tribunal Federal, acusando Marco Aurélio Mello de agir de forma arbitrária ao determinar, mediante liminar, que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, colocasse em votação pedido de impeachment contra o presidente da República, Michel Temer. A coisa toda acabou engavetada.

Em 2018, Lula, preso, teve seus benefícios de ex-presidente da República cortados pelo juiz federal Haroldo Nader, da 6ª Vara de Campinas, em decisão sobre ação popular liderada por Rubinho Nunes.

Ainda em 2018, o jovem político reacionário de Vinhedo, junto com o inefável Kim Kataguiri, entrou com ação para impugnar a candidatura Lula à Presidência da República com base na Lei da Ficha Limpa. A dupla do MBL foi vitoriosa no Tribunal Superior Eleitoral, como se sabe.

Rubinho Nunes e seus pares respiram ódio ao humanismo e a qualquer ação na direção da justiça social e da igualdade.

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