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Luciano Rezende Moreira

Engenheiro agrônomo (UFV), Bacharel em administração pública (UFF) e licenciado em geografia (Uerj). Professor Doutor do Instituto Federal de Brasília.

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“Tempestade perfeita”: três tragédias simultâneas no Rio Grande do Sul

O termo “tempestade perfeita” é utilizado quando tudo parece combinar para resultar em uma tragédia

Casas destruídas pelas enchentes em Jacarezinho (RS) (Foto: Reuters/Diego Vara)

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O termo “tempestade perfeita” (do inglês, perfect storm) é utilizado em situações adversas para expressar algo negativo, onde ocorrem uma combinação rara de fatores que levam a graves resultados indesejáveis. Em outras palavras, é quando tudo parece combinar para resultar em uma tragédia.

Embora o termo faça alusão a um fenômeno da natureza, é comum ser usado também em outras áreas, como na economia, política, sociologia etc. É justamente o que estamos testemunhando no Rio Grande do Sul: uma tempestade perfeita.

Esta “tempestade perfeita” é composta por três fatores que o próprio Fórum Econômico Mundial, em sua última edição em Davos, considerou serem os de maiores riscos para a humanidade e que precisam ser enfrentados globalmente pela comunidade internacional nos próximos anos: a desinformação, as mudanças climáticas e a polarização social. Essas são, justamente, as três tragédias que se abatem sobre os gaúchos, simultaneamente.

Como se não bastasse a conjunção de fatores meteorológicos que resultaram nas maiores chuvas já registradas no estado, deixando um rastro de destruição com 147 mortos até o momento, 127 desaparecidos e cerca de 500 mil desabrigados, a população ainda é vítima das chamadas fake news que abundam as redes sociais e outros meios de comunicação, perpetradas por uma súcia de insensíveis ao sofrimento alheio, em uma época em que até o sagrado direito ao luto é profanado. Em busca de likes e projeção, fazem da internet uma “terra sem lei”, onde a histórica e progressista bandeira da liberdade de expressão é adulterada pela libertinagem de desinformar sem qualquer tipo de punição.

Essa onda de desinformação criminosa é patrocinada pelas grandes big techs que são hoje uma arma de guerra usada para desestabilizar governos populares e progressistas. Faz parte do arsenal das guerras híbridas que apostam no caos, seja ele de qual natureza for, inclusive a atual catástrofe que assola o Rio Grande do Sul.

Não é nenhum exagero, portanto, afirmar que os gaúchos vivem uma guerra. O soerguimento material e espiritual dos nossos irmãos do sul dependerá não somente do socorro financeiro do governo federal, através de várias iniciativas. Mas também da mobilização da maioria da sociedade no combate à desinformação que leva, inevitavelmente, a esse quadro de polarização vivido no país e boa parte do mundo dividido entre os que lutam pela democracia e aqueles que promovem o fascismo.

É preciso defender, com todas as forças, a verdade dos fatos, a preservação ambiental e a união dos brasileiros. Todo o desenvolvimento da nação depende destes três pilares. A recuperação do Rio Grande também.

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