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Após vitória de Lula, países devem 'unir economias e fortalecer Mercosul', diz chanceler argentino

"O queremos é empreender uma nova marcha nessa relação e vincular ambas as economias de modo mais potente, com base na ciência e na tecnologia", afirmou Santiago Cafiero

(Foto: Divulgação)

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Sputnik Brasil - Durante a gestão do presidente, Jair Bolsonaro, Brasil e Argentina mantiveram uma comunicação mais afastada. Agora, o governo argentino tem a intenção de que as duas nações "empreendam uma nova marcha" e priorizem o Mercosul.

Durante a administração de Bolsonaro, a relação entre Buenos Aires e Brasília ficou um pouco compromissada. O mandatário brasileiro teceu diversas críticas ao presidente argentino, Alberto Fernández, principalmente após o mandatário publicamente torcer para que o ex-presidente Lula fosse inocentado quando estava preso.

Contudo, essa certa "barreira" entre os dois governos não chegou a fazer com que a relação entre as nações "se rompesse" por completo, disse o chanceler argentino, Santiago Cafiero, mas que com a chegada de Lula novamente à presidência, a intenção é intensificar a relação.

"Não, seria injusto dizer que a relação se interrompeu. Do ponto de vista das duas economias, do comércio, as coisas andaram normalmente, de modo pragmático. Numa velocidade mais lenta e em menor quantidade, sim, mas não parou. Agora o que nós queremos é empreender uma nova marcha nessa relação e vincular ambas as economias de modo mais potente, com base na ciência e na tecnologia", afirmou Cafiero em entrevista à Folha de São Paulo.

Ao mesmo tempo, uma das prioridades de Buenos Aires agora é que, em conjunto a Brasília, o Mercosul ganhe destaque novamente.

"[...] Nossa prioridade é fortalecer o que já temos de mais profundo e duradouro na região, o Mercosul. Sei que ele é renegado por alguns, mas é preciso reconhecer que, mesmo em condições adversas e com diferenças políticas, continua funcionando. Obviamente, quando não há um entendimento mais profundo, ou uma melhor sintonização entre os governos, a velocidade é mais lenta. Esperamos que, com a chegada de Lula, possamos avançar com o Mercosul", declarou o chanceler.

Ao mesmo tempo, Cafiero chamou atenção para o fato de o Brasil ter "ido embora" da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC) de forma silenciosa e que apesar do país está na lista dos Estados que compõem a comunidade é preciso "ocupar o seu espaço".

"Na CELAC somos 33 países; o Brasil está ali, mas é o único a não ocupar seu espaço. Não foi embora formalmente, mas deixou de participar. É importante que tenha uma voz ativa, não só para a Argentina, mas para a região, assim como na Unasul [União de Nações Sul-Americanas]", ponderou.

Logo após a vitória de Lula nas eleições presidenciais, a primeira autoridade que encontrou o petista foi o presidente da Argentina, Alberto Fernández. O líder foi a São Paulo parabenizar o recém-eleito novamente presidente e os dois se cumprimentaram de forma acalorada.

Segundo Cafiero, a decisão de Fernández de encontrar Lula não teve nada de "especulação eleitoral", e sim foi um ato de amizade, assim como quando o mandatário argentino visitou o petista na prisão.

"[...] Assim como Fernández havia se engajado na libertação de Lula, visitando-o na prisão, sem pretensão de utilizar isso politicamente, nunca houve especulação nessa relação. Há amizade e admiração, foi isso que marcou a nossa viagem", disse Cafiero ao jornal.

Nesta terça-feira (8), Lula chegou a Brasília pela primeira vez desde que foi eleito para começar o processo de transição e encontrar com autoridades. Possivelmente, o recém-eleito presidente se encontrará em breve com a ministra Rosa Weber, o presidente da Câmara, Arthur Lira e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, conforme noticiado.

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