Por Felipe Moreira, <a href="https://www.infomoney.com.br/mercados/boletim-focus-projecoes-macroeconomicas-14042025/">InfoMoney </a>- As projeções dos analistas para o câmbio em 2026, 2027 e 2028 foram revisadas para baixo, conforme divulgado no Relatório Focus do Banco Central nesta segunda-feira (14). Já previsão para o dólar em 2025 permaneceu em R$ 5,90.
A projeção para inflação este ano ficou em 5,65%.
A projeção do PIB, por sua vez, subiu 1,97% para 1,98%.
A mediana para taxa básica de juros (Selic) ficou estável em 15% neste ano, há 14 semanas.
Câmbio - Para 2026, a estimativa caiu de R$ 5,99 para R$ 5,97, enquanto a projeção para 2027 recuou de R$ 5,90 para R$ 5,89. Para 2028, a projeção caiu de R$ 5,85 para R$ 5,84.
Inflação - A projeção para inflação no próximo ano ficou em 4,50%. A projeção para 2027 ficou em 4,00%, enquanto para 2028, a estimativa subiu de 3,78% para 3,79%.
As expectativas para a variação dos preços administrados dentro do IPCA em 2025 ficaram 5,06%. As projeções para 2026 permaneceram em 4,28%. Para 2027, a estimativa ficou em 4,00%, enquanto para 2028, a estimativa ficou em 3,94.
Para o IGP-M, as projeções para 2025 caíram de 5,10% para 5,07%, enquanto a estimativa para 2026 ficou em 4,52%. Para 2027 e 2028, a projeção de inflação ficou em 4%.
PIB - Para o produto interno bruto (PIB), a mediana das projeções de 2026 subiu de 1,60% para 1,61. A projeção permaneceu ficou em 2,00% em 2027. Para 2028, a projeção continuou em 2%, há 57 semanas.
Selic - A projeção para 2026 ficou em 12,50%, enquanto para 2027 permaneceu em 10,50%. Para 2028, a estimativa permaneceu em 10% por 15 semanas.

Guilherme Levorato

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Economia

Boletim Focus: analistas reduzem projeções para o dólar nos próximos 3 anos

Por Joaquim de Carvalho, Brasil 247 - O presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, disse ter certeza de que a compra do Banco Master pelo BRB pode se tornar um bom negócio para os acionistas da sua instituição. Afirmou também que as críticas à aquisição parecem estar conectadas ao preconceito. “Algumas instituições não receberam bem a notícia de que um banco público do Centro-Oeste pode se tornar uma das dez maiores instituições financeiras do Brasil", declarou.
Paulo Henrique Costa usa o verbo poder porque a aquisição não está consolidada. Ainda há auditoria em andamento e condições que precisam ser atendidas. A principal delas é que o controlador do Master terá de aportar 2 bilhões de reais na instituição. Para ficar com 58% das ações do Master, o BRB pagará 2,01 bilhões. E, ao final do processo de aquisição, o valor do negócio será de R$ 1 milhão, considerando o aporte de 2 bilhões.
Funcionário de carreira da Caixa Econômica Federal, Costa assumiu a presidência do BRB em janeiro de 2019. Em sua gestão, o número de correntistas saltou de 600 mil para mais de 9 milhões. Parte dessa expansão se deve a uma estratégia de marketing, que teve como principal ação o contrato de publicidade com o Flamengo, clube de maior torcida no Brasil.
Também houve uma grande expansão da carteira de crédito, inclusive no setor rural e imobiliário. Até 2019, os esforços estavam concentrados no crédito consignado, em razão da folha de pagamento do Governo do Distrito Federal, seu controlador.&nbsp;
No ano passado, o BRB teve lucro líquido de R$ 282 milhões, o que representou aumento de 40,9% em relação a 2023.
A aquisição do Master pelo BRB ainda não foi autorizada pelo Banco Central e o Ministério Público Federal informou que abriu investigação preliminar sobre o contrato entre o BRB e o Master.
A seguir, os principais trechos da entrevista:
O que efetivamente o BRB ganha com essa aquisição do Banco Master?&nbsp;
O BRB ganha acesso a novos segmentos de produtos e clientes, complementando o seu portfólio, aumentando a capacidade de competir nos negócios de mercado de capitais, câmbio, cartão de crédito consignado, médias e grandes empresas e banco digital.&nbsp;
O BRB passa a ter acesso a uma tecnologia que hoje ele não dispõe de banco digital, de sistemas de inovação e de atuação nesses segmentos. O BRB fortalece a sua estrutura de capital e passa a ter acesso a recursos especializados, tendo um braço privado na sua atuação que permite que sejamos mais competitivos nesses negócios que eu acabei de mencionar.
Essa estratégia de diversificação, de complementaridade, de busca do relacionamento, de primeiro relacionamento, o que a gente chama de principalidade com o nosso cliente, é chave para que o BRB possa competir no futuro em segmentos que hoje ele não atua. Esse banco, em sendo autorizado pelos órgãos reguladores, passa a ser o nono maior banco brasileiro em carteira de crédito, agregando solidez, agregando estrutura de capital, governança, liquidez e portfólio completo de produtos e serviços para competir de igual para igual com qualquer outra grande instituição financeira brasileira.&nbsp;
Qual é a posição do BRB hoje?
Hoje nós somos o 16º maior banco brasileiro em carteira de crédito e no final de 2018, quando a gente iniciou esse processo de transformação, era o 35º.
O Banco Master foi conhecido por pagar taxas muito acima da média de mercado, isso para contratos CDBs. Até 140% do CDI. Como é que o BRB vai honrar esses contratos? Vai pagar tudo isso? Onde vai buscar recursos para poder pagar contratos tão generosos ou CDBs tão generosos?&nbsp;
O modelo de negócio que foi construído para esse novo banco, com essa diversificação, com atuação, é capaz de demonstrar em todas as nossas projeções, em todos os nossos cenários, a capacidade de honrar e pagar esses CDBs. No tempo, à medida que esses CDBs forem vencendo, eles serão substituídos por novas emissões e novas fontes de liquidez que o BRB dispõe, inclusive os próprios CDBs, a taxas mais baixas. São as taxas que o BRB pratica hoje, e é equivalente a de outros grandes bancos brasileiros.
Entendo, mas o que eu pergunto é o seguinte: Para pagar essa taxa, sairão recursos que hoje são do BRB ou do próprio banco que está sendo adquirido?&nbsp;
Esses recursos virão da própria operação do dia a dia do novo banco. O BRB, nos últimos anos, ampliou a sua capacidade e seu volume de captações de 12 bi para 54 bilhões.
Esse novo banco vai ter 100 bilhões em captações diversificadas e mais baratas. Ou seja, essa nova instituição, essa nova estrutura, que se mostrou até agora capaz de cumprir todas as obrigações, mostra nos nossos cenários e no nosso plano de negócios que sim, que vai continuar sendo capaz.&nbsp;
O que explica essa evolução tão grande, essa valorização tão grande das ações do BRB após a notícia de aquisição do Master? Seria manipulação ou efetivamente o mercado está percebendo como um bom negócio para o BRB?&nbsp;
Esse é um primeiro movimento do mercado, eu acho que serve sim de temperatura para como essa operação foi recebida do ponto de vista dos investidores, mas é preciso a gente entender que essa valorização tende a se acomodar ao longo do tempo.
O economista José Luis Oreiro, professor da Universidade de Brasília e muito respeitado, diz que o Banco Master teria praticado gestão temerária, não fraudulenta, temerária. O que o senhor acha?&nbsp;
Eu acho que o Banco Master tem seus méritos em ter conseguido se posicionar e crescer nos últimos anos. O modelo de atuação e de negócios que a gente propõe para esse novo Banco Master integrado à atuação do BRB é um modelo diferente, um modelo que se parece muito mais com o próprio modelo do BRB hoje.
Um modelo de menor risco, um modelo de mais liquidez, um modelo em que a gente busca ser um banco completo e atuar construindo relações de longo prazo com nossos clientes, buscando ser o principal banco de relacionamento de cada um.
O fato de que o BRB vai pagar 2 bilhões e 1 milhão de reais e que haveria outra instituição financeira (BTG Pactual) que pretendia pagar R$1,00, como é que o senhor interpreta isso?&nbsp;
A informação foi desmentida pela outra instituição financeira (BTG). Difícil emitir opinião sobre uma proposta que, em tese, nunca existiu.
Segundo as notícias já publicadas, o Banco Master receberia &nbsp;esses 2 bilhões e 1 milhão e ainda teria um assento no Conselho do BRB. Essa informação foi publicada, isso é verdadeiro?
A governança que está estabelecida nesse momento e que consta do nosso contrato de compra e venda, que ainda está sujeito à aprovação pelos órgãos reguladores, é de que o BRB, ao adquirir as ações, entra na governança do Banco Master, passa a ter metade menos um dos assentos no Conselho de Administração, na diretoria, no Conselho Fiscal e no Comitê de Auditoria e o Daniel (Vorcaro, controlador do Master), nesse momento, passa a ser conselheiro do Banco Master.
Não do BRB?&nbsp;
Não do BRB.&nbsp;
O senhor está seguro desse negócio? Considere-se que o crescimento do BRB nos últimos anos, sob sua gestão, foi muito expressivo. Não estaria arriscando sua reputação ao se associar a um banqueiro que já foi retratado em reportagens como um banqueiro que gosta de ostentar?
Nós estamos sendo bastante diligentes, procuramos envolver auditores e empresas experientes na análise e a própria equipe do BRB. Estamos trazendo e analisando os ativos que fazem sentido para essa estratégia do BRB.&nbsp;
E, na verdade, o preço que o BRB vai pagar é R$ 1 milhão, é isso?&nbsp;
O preço negociado é 75% do patrimônio líquido ajustado, que, na data base de dezembro, seria aproximadamente de R$ 2 bilhões e R$ 1 milhão. E uma das condições precedentes é que o Banco Master faça uma aporte de capital de R$ 2 bilhões antes da própria entrada do BRB. Portanto, o preço seria R$ 1 milhão.
Acho que a gente precisa fazer uma série de contas relacionadas a isso, inclusive olhar o fluxo de caixa que a gente discutiu, que o BRB não está nem pagando à vista. Mas nesse movimento, sim, o valor remanescente seria R$ 1 milhão.&nbsp;
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Joaquim de Carvalho

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Presidente do BRB vê preconceito nas críticas sobre a aquisição do Banco Master

Reuters - O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), registrou alta de 0,4% em fevereiro na comparação com o mês anterior, segundo dados dessazonalizados divulgados pelo BC nesta sexta-feira.
A expectativa em pesquisa da Reuters para o resultado de fevereiro era de avanço de 0,15%.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 4,1%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um ganho de 3,8%, de acordo com os números observados.

Paulo Emilio

IBC-Br, a prévia do PIB, tem alta de 0,4% em fevereiro, diz BC

247 – O anúncio da venda do Banco Master ao BRB (Banco de Brasília), realizado em 28 de março de 2025, deflagrou uma série de investigações por parte de órgãos de controle como o Tribunal de Contas da União (TCU), o Tribunal de Contas do Distrito Federal e o Ministério Público Federal (MPF). Segundo reportagem da Bloomberg News, as apurações visam esclarecer não apenas a legalidade e os riscos envolvidos na transação, mas também as razões do crescimento acelerado da carteira do Master, que se expandiu em média 86% ao ano nos últimos ciclos.
Embora ainda em fase preliminar, as investigações podem resultar em pedidos de suspensão judicial do negócio, que envolve a aquisição de um banco privado por uma instituição pública controlada pelo governo do Distrito Federal. Uma das principais preocupações dos órgãos fiscalizadores é o uso do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que assegura os depósitos dos clientes e é financiado pelos maiores bancos do país. O Master teria se valido desse instrumento para emprestar a pessoas físicas e investir em ativos de risco — como precatórios e ações de pequenas e médias empresas em dificuldades financeiras — ampliando seus lucros, mas também seus passivos.
<h3>Modelo de negócios sob pressão</h3>
O modelo de operação do Banco Master tornou-se insustentável após mudanças nas regras do Banco Central em dezembro de 2023, o que levou seus executivos a buscar um comprador. A tentativa de venda, no entanto, pode não se concretizar caso as investigações apontem falhas regulatórias ou riscos ao interesse público. O TCU, por exemplo, apura se o Banco Central negligenciou suas responsabilidades de supervisão sobre instituições financeiras e se há riscos adicionais sendo transferidos ao setor público com a operação.
Além do TCU e do MPF, autoridades locais também acompanham o caso com cautela. O Tribunal de Contas do DF investiga se a aquisição atende aos interesses do BRB. O Banco Central, por sua vez, aguarda a finalização da análise do BRB sobre quais ativos do Master poderiam ser incorporados à instituição pública. A operação ainda precisa de aval do próprio BC e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
<h3>Galípolo testado</h3>
A operação representa um teste antecipado para Gabriel Galípolo, que assumiu a presidência do Banco Central em janeiro de 2025. Segundo a Bloomberg, ele tem se reunido com importantes banqueiros para debater o futuro do Banco Master e os potenciais impactos sobre o sistema financeiro, especialmente no que diz respeito ao FGC. A complexidade do caso impõe a Galípolo o desafio de conciliar estabilidade regulatória, transparência e proteção ao contribuinte.
<h3>Riscos e efeitos colaterais</h3>
Gestores e analistas do mercado financeiro acompanham o caso com atenção, alertando para possíveis efeitos colaterais sobre bancos menores que adotaram estratégias similares à do Master. “Uma preocupação é que possa haver outros bancos pequenos que tenham tido uma estratégia semelhante à do Banco Master, e eles podem se ver em apuros”, afirmou William Jackson, economista-chefe para mercados emergentes da consultoria britânica Capital Economics.
A gestora Ibiuna Investimentos, em sua carta mensal de crédito enviada a clientes, destacou que está monitorando as possíveis mudanças nas regras do FGC e o impacto nos preços dos ativos de bancos menores, além da reprecificação de debêntures emitidas por empresas nas quais o Master tem participação acionária.
<h3>Sistema resiliente, mas atento</h3>
Apesar do alerta, analistas indicam que o sistema bancário brasileiro segue robusto. “Pela maioria dos indicadores, o setor bancário como um todo parece estar em boa forma”, escreveram analistas da Capital Economics em relatório recente. “Os bancos estão bem posicionados para enfrentar qualquer tempestade.”
A venda do Master ao BRB, no entanto, promete ser um divisor de águas para o debate sobre os limites da atuação de bancos menores, os mecanismos de proteção ao sistema financeiro e o papel dos entes públicos em eventuais operações de resgate disfarçadas.

Redação Brasil 247

Investigações sobre a venda do Master podem gerar pedidos de suspensão judicial do negócio

SÃO PAULO (Reuters) - As concessões de empréstimos no Brasil caíram 1,2% em fevereiro na comparação com o mês anterior, informou o Banco Central nesta quarta-feira, com o estoque total de crédito subindo 0,4% no período, a R$6,487 trilhões.
No mês, as concessões de financiamentos com recursos livres, nos quais as condições dos empréstimos são livremente negociadas entre bancos e tomadores, caíram 3,0% em relação ao mês anterior.
Para as operações com recursos direcionados, que atendem a parâmetros estabelecidos pelo governo, houve alta de 19,1% no período.
No mês, a inadimplência no segmento de recursos livres ficou em 4,5%, contra 4,4% no mês anterior.
Já os juros cobrados pelas instituições financeiras no crédito livre ficaram em 43,7% em fevereiro, um aumento de 1,5 ponto percentual em relação ao mês anterior.
Nos recursos direcionados, houve recuo de 0,8 ponto no mês, a 11,2%.
O spread bancário, diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa final cobrada do cliente, avançou para 29,7 pontos percentuais nos recursos livres, contra 28,1 pontos em janeiro.
(Por Camila Moreira)

Leonardo Sobreira

Concessões de empréstimo no Brasil caem em fevereiro mas estoque de crédito avança, diz BC

247 - O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) protocolou nesta terça-feira (8) uma representação junto ao Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-presidente do Banco Central Roberto Campos Neto e os gestores do Banco Master. O documento acusa supostas irregularidades na edição de norma que teria beneficiado a instituição financeira em operações com precatórios.
 
Os fatos em investigação - De acordo com a denúncia, uma resolução do BC publicada em outubro de 2023 teria criado brechas contábeis que permitiram ao Banco Master maquiar seus indicadores financeiros. A norma alterou as regras para classificação de precatórios nos balanços, reduzindo artificialmente a exposição ao risco desses títulos.
 
Reportagens citadas no documento indicam que o Banco Master, que já estava sob suspeita por sua alta exposição a precatórios, foi o principal beneficiado pela mudança regulatória. O banco teria conseguido melhorar seus indicadores de solvência após a medida, embora especialistas questionem se houve efetiva melhora na saúde financeira da instituição.
 
Risco ao sistema financeiro - A denúncia alerta para o perigo de contaminação do sistema financeiro, especialmente diante da possível venda do Banco Master para o BRB - banco de capital majoritariamente público. O documento argumenta que eventuais passivos ocultos poderiam ser transferidos para a nova controladora, com potencial prejuízo aos cofres públicos. 

Pedidos ao MPF - Entre as solicitações ao Ministério Público estão:
<ul>
 <li>Abertura de investigação criminal e civil</li>
 <li>Requisição de documentos sobre a norma do BC</li>
 <li>Oitiva de Roberto Campos Neto e gestores do Banco Master</li>
 <li>Análise dos balanços antes e depois da mudança regulatória</li>
</ul>
O MPF ainda não se pronunciou sobre o recebimento ou andamento da representação. Procurados, o Banco Central e o Banco Master não se manifestaram até o fechamento desta edição.

Brasília

Lindbergh apresenta denúncia contra Campos Neto e Banco Master por supostas manobras com precatórios

SÃO PAULO (Reuters) - A dívida bruta do Brasil registrou alta em fevereiro, quando o setor público consolidado brasileiro apresentou déficit primário bem menor do que o esperado, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira pelo Banco Central.
A dívida pública bruta do país como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) fechou fevereiro em 76,2%, contra 75,7% no mês anterior. Já a dívida líquida do setor público foi a 61,4%, de 61,1%.
As expectativas em pesquisa da Reuters eram de 76,2% para a dívida bruta e de 61,8% para a líquida.
Em fevereiro, o setor público consolidado registrou um déficit primário de R$18,973 bilhões, bem menor do que a expectativa de economistas consultados em pesquisa da Reuters de um saldo negativo de R$31,5 bilhões.
O desempenho mostra que o governo central teve déficit de R$28,517 bilhões, enquanto Estados e municípios registraram superávit primário de R$9,244 bilhões e as estatais tiveram saldo positivo de R$299 milhões, mostraram os dados do Banco Central.
(Por Camila Moreira)

Dívida pública bruta do Brasil sobe em fevereiro a 76,2%, mostra BC

247 - A China anunciou nesta terça-feira (8) um conjunto abrangente de medidas para estabilizar seu mercado de capitais, após a turbulência global provocada pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos a parceiros comerciais. A movimentação coordenada envolveu autoridades financeiras, empresas estatais e seguradoras, com foco em recompor a confiança dos investidores e conter a volatilidade.
Com isso, os principais índices acionários chineses fecharam em alta. O Shanghai Composite avançou 1,58%, o Shenzhen Component subiu 0,64% e o índice ChiNext, voltado a empresas de tecnologia, cresceu 1,83%, revertendo as perdas significativas do pregão anterior.
<h3>Ação coordenada das estatais e suporte do banco central</h3>
Para conter os efeitos da instabilidade, companhias estatais aumentaram suas posições em ações domésticas. A Central Huijin Investment Ltd., vinculada ao Estado chinês, declarou ter ampliado sua participação em fundos negociados em bolsa (ETFs) e reiterou que continuará atuando "para salvaguardar resolutamente" a estabilidade do mercado.
A Central Huijin, que possui participação em mais de 20 instituições financeiras e é frequentemente comparada a um “fundo de estabilização”, destacou seu papel histórico desde 2008 na contenção de choques financeiros. Em apoio à estratégia, o Banco Popular da China anunciou novas linhas de liquidez via operações de recompra.
Outras gestoras estatais também ampliaram seus investimentos ou anunciaram programas de recompra de ações, como China Chengtong Holdings, China Reform Holdings e sete companhias do grupo China Merchants.
<h3>Empresas estatais reforçam recompra de ações</h3>
A Comissão de Supervisão e Administração de Ativos Estatais (SASAC), órgão do Conselho de Estado, comunicou total apoio às estatais centrais para ampliar recompras e aquisições de ações como forma de proteger os acionistas e sustentar a confiança no mercado.
A China National Petroleum Corporation (CNPC) revelou que investirá até 5,6 bilhões de yuans (cerca de US$ 777 milhões) na aquisição de ações A e H ao longo de 12 meses. A China Petroleum and Chemical Corporation (Sinopec) anunciou plano semelhante, com foco nas bolsas de Xangai e Hong Kong, num total de 3 bilhões de yuans.
A China Electronics Technology Group informou já ter completado recompras superiores a 2 bilhões de yuans e garantiu novas aquisições para impulsionar a inovação tecnológica. A China Huaneng Group, voltada à transição energética, comunicou que sua subsidiária em Mongólia Interior iniciou um programa de compras. Já a China National Coal Group detalhou aportes de até 80 milhões de yuans na China Energy e 50 milhões na Shanghai Energy, com repasses adicionais previstos para a Xinji Energy.
<h3>Seguradoras e fundos de pensão reforçam apoio ao mercado</h3>
A Administração Nacional de Regulação Financeira ampliou o limite de investimentos em ações por parte de fundos de seguradoras, com prioridade para setores estratégicos e de inovação.
Diante da nova diretriz, grandes seguradoras como China Life Insurance, China Pacific Insurance e New China Life Insurance se manifestaram favoravelmente, reforçando seu compromisso com investimentos de longo prazo. Elas enfatizaram a intenção de direcionar recursos a setores emergentes, contribuindo com capital paciente para o crescimento da chamada “nova força produtiva de qualidade”.
O Conselho Nacional do Fundo de Seguridade Social também anunciou que aumentou recentemente sua exposição ao mercado acionário doméstico, afirmando estar “firmemente otimista” quanto ao futuro da economia chinesa e prometendo novas alocações.
<h3>Analistas apontam resposta firme e estratégica</h3>
Para o analista-chefe macroeconômico Wang Qing, da Golden Credit Rating, a mobilização das estatais envia um recado inequívoco. “Em um momento de incerteza crescente no comércio global e de forte oscilação dos mercados internacionais, a ação rápida e decidida do capital estatal chinês orienta as expectativas e atenua choques externos”, afirmou.
Com iniciativas que vão de injeção de liquidez a recompras de ações, a China busca não apenas defender seu mercado financeiro de turbulências externas, mas também reafirmar seu compromisso com um crescimento sustentável e de longo prazo.
(Com informações da agência Xinhua)

Luis Mauro Filho

Mundo

China mobiliza estatais, banco central e seguradoras para conter fuga de capitais e enfrentar crise do tarifaço

Agência Senado - Em reunião da CPI das Bets nesta terça-feira (8), os senadores e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, discordaram quanto ao papel do Banco Central com relação às instituições financeiras que movimentam os pagamentos a empresas ilegais de apostas virtuais.&nbsp;
Segundo o Banco Central, entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões são gastos por mês com apostas no Brasil. O colegiado investiga o impacto das apostas on-line na saúde financeira das famílias.&nbsp;
Galípolo esclareceu que a fiscalização e punições relacionadas à regulamentação do setor são função somente do Ministério da Fazenda, inclusive com relação às instituições de pagamento que prestam serviço às bets. Segundo ele, seria necessário alterar a legislação para permitir ao Banco Central aplicar multas ou impedir as atividades que infringissem as regras, por exemplo.
— A Secretaria de Prêmios de Apostas [SPA, do Ministério da Fazenda] é quem define a bet que está autorizada ou não. O Banco Central, uma vez informado pela SPA, vai dizer para a instituição financeira: “você tem aí empresas para observar nos seus procedimentos e, a partir de agora, não autorizar mais.” Não é o Banco Central que interrompe uma transação. A partir daí, é a própria instituição financeira que interrompe.&nbsp;
O senador Izalci Lucas (PL-DF) questionou a notificação feita pela SPA ao Banco Central em março sobre 22 instituições de pagamentos que movimentam valores de apostas virtuais ilegais — atualmente, 81 empresas são autorizadas pela SPA &nbsp;—. Ele afirmou ter a impressão de que os órgãos envolvidos se esquivam do problema.
— Pelo que eu estou vendo, não há ainda nenhum procedimento no sentido de coibir isso. Está muito claro para nós que há muita irregularidade, muita operação irregular acontecendo.
Galípolo apontou que o incômodo decorre do período de cinco anos em que o setor de apostas operou sem regulamentação. Após 2023, a <a href="https://normas.leg.br/?urn=urn:lex:br:federal:lei:2023-12-29;14790" target="_blank">Lei 14.790</a> trouxe as regras para o setor, que passou por um momento de adaptação no segundo semestre de 2024. Desde de janeiro, vigora totalmente a regulamentação do setor, que engloba as bets esportivas e os jogos de aposta on-line — que se assemelham aos cassinos, como o chamado Jogo do Tigrinho.
<h3>Vácuo legal</h3>
Os senadores Jaques Wagner (PT-BA) e Dr. Hiran (PP-RR), presidente da CPI, também perguntaram sobre a responsabilidade do Banco Central na punição dessas instituições financeiras. Hiran apontou que o colegiado pode apresentar proposta legislativa para combater a movimentação financeira por bets ilegais.
— A gente fica tendo uma sensação de que há um vácuo legal. A gente tem que estabelecer uma legislação mais aprimorada em relação a coibir esse tipo de atividade, que é muito nociva à economia do nosso país — disse.
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) também questionou sobre regras do Banco Central que flexibilizam a atuação de instituições financeiras de “baixa volumetria”. Na primeira reunião da CPI, delegado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) afirmou que resolução do BC para incentivar empresas digitais do mercado financeiro, as chamadas fintechs, acabam por abrir brechas que são aproveitadas pelos criminosos.
A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI, solicitou a Galípolo sugestões de melhorias legais. Segundo ela, as investigações do colegiado apontam que diversas instituições de pagamento são abertas unicamente para atender apostas ilegais.
<h3>Lavagem de dinheiro</h3>
Galípolo afirmou que a bet que atua sem autorização do Ministério da Fazenda não necessariamente comete delitos como lavagem de dinheiro ou envio ilegal de dinheiro ao exterior — crimes que Soraya apontou como comumente relacionados nas atividades ilegais —. Quando há essa relação, o Banco Central atua de outra maneira com a instituição financeira que presta serviços a elas, esclareceu Galípolo.
— As instituições financeiras são as responsáveis por identificar algum tipo de indício de que pode existir lavagem de dinheiro. Cabe à gente fiscalizar e garantir que as instituições autorizadas por nós estejam com procedimentos onde todos os seus funcionários saibam exatamente o que eles devem fazer. E aí muitas vezes nem passa pela gente, vai direto ao Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeira], para o Ministério Público, para a Polícia Federal.
<h3>Estudo</h3>
Segundo o secretário-executivo do Banco Central, Rogério Antônio Lucca, entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões são movimentados por mês em apostas em 2025, o que reafirma as estimativas feita pelo órgão no final do ano passado. Deste valor, o Banco Central estima que cerca de 85% retorna aos apostadores — diferentemente da SPA, que calcula entre 93% e 94%, segundo Galípolo.
Lucca explicou que, com a regulamentação, a identificação dos valores movimentados passou a ser mais bem monitorada, com dados mais concretos.
— Essas instituições passaram a ter que ter uma uma conta específica no banco para fazer esse tipo de atividade e tem que se identificar com CNAE [classificação do IBGE para atividades econômicas] — explicou.
Em agosto de 2024, o Banco Central realizou estudo que identificou que cerca de R$ 3 bilhões pagos pelo Bolsa Família foram gastos pelos beneficiários em apostas por meio de Pix. Galípolo informou que o estudo tinha o propósito inicial de entender porque, mesmo com aumento de renda, os brasileiros não estavam poupando nem consumindo mais.
Galípolo também argumentou que não é atribuição do Banco Central gerir ou implementar formas de impedir que beneficiários de auxílios governamentais usem o dinheiro em apostas. A intervenção neste tipo de transação, segundo ele, poderia infringir direitos ao sigilo bancário, por exemplo.
<h3>Educação financeira</h3>
Chefe do Departamento de Supervisão de Conduta do Banco Central, Juliana Mozachi Sandri apontou o que o Banco Central faz pela educação financeira dos brasileiros, por exemplo, ao informar que aposta não é uma forma de investimento.&nbsp;
O órgão atua em escolas por meio do programa Aprender Valor e por meio de acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para incentivar a educação por meio deles. Além disso, o Banco Central utiliza redes sociais para orientar o cidadão.
— O Banco Central está utilizando diversos meios de comunicação, como o Instagram e [outras] mídias sociais, para levar as questões de educação financeira e esclarecer o papel do Banco Central, como a gente atua e quais os cuidados que o cidadão tem que ter atenção, de forma mais simples e com uma linguagem descomplicada — afirmou Sandri.
Fonte: Agência Senado

Otávio Rosso

Brasileiros gastam até R$ 30 bilhões por mês com bets, diz BC

SÃO PAULO (Reuters) - A caderneta de poupança no Brasil registrou saques líquidos pelo terceiro mês consecutivo em março, totalizando R$11,459 bilhões, informou o Banco Central nesta segunda-feira.
No acumulado do ano, a poupança registra retirada líquida de R$45,692 bilhões.
Em março, houve um saldo negativo de R$9,239 bilhões no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), enquanto a poupança rural teve saques líquidos de R$2,220 bilhões. Ambos tiveram saídas nos três primeiros meses do ano.
A rentabilidade atual da caderneta de poupança é dada pela taxa referencial (TR) mais uma remuneração fixa de 0,5% ao mês. Esta fórmula vale enquanto a taxa Selic estiver acima de 8,5% ao ano -- a taxa básica de juros está atualmente em 14,25% ao ano.
(Por Camila Moreira)

Poupança registra 3º mês seguido de saques em março, diz BC

247 - A possibilidade de uma recessão global, agravada pelas tarifas impostas por Donald Trump e retaliadas na mesma medida pela China, pode antecipar uma pausa no ciclo de altas da taxa Selic, segundo Caio Megale, economista-chefe da XP. Em entrevista, Megale afirmou que esse cenário abre espaço para uma elevação da taxa na próxima reunião do Banco Central, seguida de uma pausa estratégica. As informações são do jornal <a href="https://oglobo.globo.com/economia/noticia/2025/04/07/tarifa-de-trump-pode-antecipar-fim-de-aperto-do-bc-preve-xp.ghtml">O Globo</a>.
"Em um cenário de recessão, abre espaço para fazer uma alta na próxima reunião e parar. O BC anteciparia o ‘esperar para ver’", disse.&nbsp;
Megale explicou que, com o cenário pós-tarifas, há uma percepção crescente de desaceleração global, o que pode reduzir as pressões inflacionárias. Isso, segundo ele, levaria a uma queda na projeção de inflação no horizonte relevante, de 3,7% para algo mais próximo de 3,5%. Embora ainda acima da meta de 3%, ele destacou que a situação é incerta e que novos desdobramentos podem ocorrer até a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), prevista para um mês.
Na última reunião, o Banco Central elevou a Selic para 14,25%, sinalizando já um ajuste menor para o mês de maio. A pesquisa Focus, que reúne as estimativas dos economistas, aponta que a taxa básica de juros pode alcançar 15% até o fim do ano. No entanto, Megale acredita que o BC está preparando a narrativa para uma pausa, uma vez que os diretores têm sinalizado que as taxas atingiram um nível restritivo, sendo necessário um tempo para avaliar os impactos da política monetária.
A XP projeta uma Selic de 15,50% ao final do ciclo de altas, mas o economista da XP admite que o novo cenário, com os efeitos das tarifas internacionais, pode fazer com que a taxa se aproxime dos 15%. Ele também mencionou que o câmbio deve permanecer ligeiramente acima dos níveis atuais, além de que pressões inflacionárias podem vir dos estímulos econômicos promovidos pelo governo. Megale prevê que os juros devem se manter estagnados pelo menos até o início de 2026, devido ao impacto dos estímulos em andamento, como o consignado privado e a antecipação do 13º salário para aposentados e pensionistas.

Tarifas de Trump podem antecipar pausa no ciclo de altas da Selic, avalia XP

247 - Em meio à nova onda de turbulência que abalou os mercados financeiros internacionais nesta segunda-feira (7), o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou que a “incerteza” e a “volatilidade” deixaram de ser características específicas do Brasil e agora se alastram por várias regiões do planeta. A declaração foi feita durante a cerimônia de entrega dos prêmios aos vencedores do Top 5 da pesquisa Focus de 2024, realizada na sede do BC em São Paulo.
Segundo Galípolo, o cenário atual de instabilidade é um fenômeno que ultrapassa fronteiras nacionais. “Já dizia um dos pais da física quântica que fazer projeções sobre o futuro é especialmente difícil. No Brasil, esse é um ditado que valeria com alguma ênfase maior, mas o dia de hoje está mostrando que talvez não seja só no Brasil”, afirmou Galípolo, de acordo com o <a href="https://www.metropoles.com/negocios/incerteza-esta-espalhada-diz-galipolo-em-dia-de-panico-nos-mercados">Metrópoles</a>. “Hoje, o tema incerteza e volatilidade parece que está um pouco mais espalhado no mundo”, completou em seguida.&nbsp;
A fala do presidente do BC ocorre no contexto de um novo choque provocado pela política comercial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que anunciou na semana passada uma nova rodada de tarifas sobre produtos importados de diversos países. A medida desencadeou uma reação negativa global, derrubando os principais índices das bolsas nesta manhã.
Na Ásia, a Bolsa de Hong Kong foi duramente atingida, com o índice Hang Seng caindo 13,22%, no que foi seu pior desempenho diário em quase três décadas, encerrando o pregão em 19,8 mil pontos. Na Europa, a tendência de queda também se confirmou: a Bolsa de Frankfurt, na Alemanha, recuava 5,75% no início do dia, enquanto as bolsas de Paris, Londres, Milão e Zurique também operavam em forte baixa.

Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo
REUTERS/Adriano Machado/foto de arquivo

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