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Argentina extingue pacto assinado pelo governo Macri que permite a Londres explorar recursos naturais nas Malvinas

O chanceler Santiago Cafiero afirmou que sua nação considera necessária a adoção de uma nova agenda bilateral relacionada ao Atlântico Sul

Santiago Cafiero e James Cleverly às margens da reunião de chanceleres do G20, em Nova Delhi, Índia (Foto: Reprodução/Twitter)

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Buenos Aires, 2 de março (Prensa Latina) - O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Santiago Cafiero, informou hoje ao seu homólogo britânico, James Cleverly, sobre o fim de um acordo pelo qual o governo de Mauricio Macri (2015-2019) permitia que Londres explorasse os recursos naturais das Ilhas Malvinas .

O acordo foi assinado em 2016 pelo ex-ministro da Europa e Américas do Reino Unido, Alan Duncan, e pelo então vice-ministro das Relações Exteriores da Argentina, Carlos Foradori.

Conhecido como pacto Foradori-Duncan, ele implicou o levantamento das medidas administrativas, legislativas e judiciais tomadas por este país para proteger seus recursos, e pôs de lado a reivindicação de direitos soberanos.

Por estas razões, foi classificado pelo Governo do Presidente Alberto Fernández como um dos eventos mais prejudiciais para a reivindicação histórica desse território.

No âmbito da Cúpula de Ministros das Relações Exteriores do Grupo dos 20 na Índia, Cafiero entregou uma nota a Cleverly, na qual informa que este documento não é mais válido e propõe reiniciar as negociações sobre a questão das Malvinas.

Além disso, o convidou para uma reunião para acertar a agenda de negociações na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, Estados Unidos.

O ministro das Relações Exteriores da Argentina lembrou que seu país está disposto a colaborar em questões específicas como voos, atividades científicas na Antártida ou conservação e preservação dos recursos pesqueiros, mas o governo britânico não responde de forma recíproca.

Pelo contrário, o Reino Unido descumpre as resoluções da ONU, recusa-se a negociar e pratica atos unilaterais constantemente, denunciados oportunamente pela Argentina, afirma a nota.

Cafiero afirmou que sua nação considera necessária a adoção de uma nova agenda bilateral relacionada ao Atlântico Sul e o estabelecimento de um processo formal de diálogo no quadro geral estabelecido pela ONU.

Da mesma forma, especificou que as conversações devem ser transparentes e de boa fé, e incluir questões como a soberania sobre as Malvinas, Geórgia do Sul, Ilhas Sandwich do Sul e os espaços marítimos circundantes; e a conectividade aérea e marítima com esses territórios.

Além disso, propôs a análise de medidas para garantir os interesses e o modo de vida dos habitantes das Ilhas e favorecer o desenvolvimento dos vínculos culturais, econômicos, sanitários, educativos e outros entre as Malvinas e o território continental argentino.

Ele também defendeu o uso, conservação e preservação dos recursos naturais e a desmilitarização das áreas em disputa.

Por outro lado, manifestou a "vontade de dar continuidade à relação bilateral em todas as áreas em que se avançou, em particular na identificação dos militares argentinos mortos no conflito do Atlântico Sul".

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