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    Brasil envia reforço militar à região de Essequibo, disputada por Guiana e Venezuela

    Os reforços de blindados incluem seis Cascavéis, um carro de seis rodas equipado com um canhão de 37 milímetros

    (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil | REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria)

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    MANAUS (Reuters) - Um comboio de caminhões militares e veículos blindados partiu nesta sexta-feira para a fronteira norte do Brasil, com o objetivo de reforçar a presença do Exército no local, em resposta às tensões geradas pela reivindicação venezuelana da região de Essequibo, pertencente à Guiana.

    Mais de duas dúzias de blindados chegaram a Manaus por rio, e alguns foram pela estrada para Boa Vista, capital de Roraima, onde a guarnição local será ampliada para 600 soldados, informou o Exército em comunicado.

    Os reforços de blindados incluem seis Cascavéis, um carro de seis rodas equipado com um canhão de 37 milímetros; oito Guaranis, um veículo 6x6 de transporte pessoal; e 14 Guaicurus, um blindado leve de quatro rodas e multitarefas, informou o Exército. Os veículos mais pesados foram transportados por caminhões-reboque.

    O comandante do Exército, General Tomás Ribeiro Paiva, disse que o esquadrão de Boa Vista será transformado em um regimento com o triplo de equipamentos e homens, sendo que parte ficará na capital e parte será transferido para Paracaima, na fronteira com a Venezuela.

    "O papel das força armadas é garantir a nossa soberania", disse o general a repórteres em Manaus. "Acreditamos realmente que a situação está solucionada pacificamente por meios diplomáticos."

    A disputa na fronteira envolve uma região de 160 mil quilômetros quadrados na Guiana, que é mais de duas vezes maior que o território da Irlanda e é formada, em sua maioria, por floresta.

    A Venezuela reativou recentemente sua reivindicação de posse de Essequibo, após grandes reservas de petróleo e de gás terem sido descobertas na costa da região.

    Em dezembro, Venezuela e Guiana concordaram em não usar a força ou escalar as tensões, em encontro realizado em São Vicente e Granadinas. Na semana passada, em reunião mediada pelo Brasil, os venezuelanos prometeram usar a diplomacia para resolver o conflito.

    Mas a retomada da reivindicação de Caracas sobre as terras fez o Brasil declarar que não deixará a Venezuela usar o território brasileiro em Roraima para invadir Essequibo, não havendo outra rota terrestre por meio da floresta.

    Um relatório do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas informou que a Venezuela não possui condições militares para invadir Essequibo, porque tem “pouca capacidade logística” para apoiar missões fora do seu território.

    O documento de sete páginas, visualizado pela Reuters, disse que o Brasil tem um plano de contingência para impedir qualquer incursão militar venezuelana na Guiana que utilize o território nacional.

    Ele concluiu, contudo, que um conflito entre os dois países vizinhos é improvável, já que uma solução pacífica tem ganhado força.

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