Cristina Kirchner é inocentada da acusação de lavagem de dinheiro

247 — Na segunda-feira (5), a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, foi inocentada da acusação de lavagem de dinheiro pela Justiça do país. A decisão do juiz Sebastián Casanello baseou-se na ausência de pedidos acusatórios por parte dos promotores do caso. Kirchner era acusada de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro conhecido como "a rota do dinheiro K", com o empresário Lázaro Báez como principal foco, que já foi condenado a 10 anos de prisão.

O procurador Guillermo Marijuan, com o apoio de dois órgãos governamentais, a Administração Federal de Receitas Públicas e a Unidade de Informação Financeira, solicitou o arquivamento do caso, alegando a falta de elementos que comprovassem a coautoria ou participação de Cristina Kirchner na suposta manobra de lavagem de dinheiro liderada por Báez.

Apesar da absolvição, a vice-presidente argentina ainda enfrenta outras investigações relacionadas à conturbada "rota do dinheiro K". Em dezembro do ano passado, ela foi condenada a 6 anos de prisão pelo Tribunal Federal do país e teve seus direitos políticos cassados. No entanto, devido ao foro privilegiado, Kirchner não será presa até que todos os recursos sejam esgotados.

O novo processo investiga a possível corrupção de Cristina Kirchner e seu falecido marido, Néstor Kirchner (que governou o país de 2003 a 2007 e faleceu em 2010), no favorecimento de Lázaro Báez em contratos de obras públicas na província de Santa Cruz durante seus três primeiros mandatos presidenciais. Báez teria obtido de forma irregular 51 licitações no valor de 46 bilhões de pesos argentinos, correspondentes a aproximadamente 940 milhões de reais na cotação atual.

Mesmo com a absolvição, Cristina Kirchner já anunciou que não pretende concorrer nas eleições presidenciais que ocorrerão em outubro de 2023.