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Embaixada brasileira no Chile terá placa afirmando que ditadores do Brasil apoiaram ditadura Pinochet

Texto dirá: "no Brasil e no Chile, ditadura nunca mais!"

(Foto: Reprodução)

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247 - Uma comitiva de exilados da ditadura militar brasileira está prestes a embarcar rumo a Santiago nos próximos dias, com um propósito claro: relembrar a história e homenagear os brasileiros que perderam suas vidas durante o golpe de 11 de setembro de 1973, que derrubou o presidente chileno Salvador Allende, destaca do Estadão. Este marco histórico completa 50 anos, e o grupo está determinado a prestar homenagens aos seis compatriotas assassinados no Chile.

Em um movimento significativo, o governo brasileiro liderado por Lula concordou em permitir a instalação de uma placa na embaixada brasileira em Santiago. A placa informará que, em 1973, "muitos foram presos e torturados pelas forças golpistas, com a participação de agentes da repressão brasileira". A inscrição termina com a frase unificadora: "No Brasil e no Chile, Ditadura Nunca Mais."

Os nomes de Jane Vanini, Luiz Carlos de Almeida, Nelson de Souza Khol, Nilton da Silva, Túlio Quintiliano Cardoso e Wâboanio José de Matos, que foram capturados e mortos após o golpe liderado pelo general Augusto Pinochet, serão gravados na placa em um gesto de lembrança e respeito. Uma segunda placa com a mesma mensagem será fixada na Plaza Brasil no dia seguinte.

O grupo, intitulado "Viva Chile!", composto principalmente por cerca de 100 ex-militantes de organizações de extrema-esquerda, parece reviver a solidariedade que os uniu durante o exílio no Chile, quando fugiam da repressão no Brasil. Apesar de terem planejado várias atividades com o Ministério das Relações Exteriores, a viagem não recebe patrocínio governamental e será financiada pelos próprios membros.

A iniciativa é liderada pelo sociólogo Ricardo Azevedo, ex-membro do Partido dos Trabalhadores (PT) e militante da Ação Popular (AP), que passou um mês detido no Estádio Nacional de Santiago durante o período de repressão. A caravana também contaria com a presença do ex-senador José Serra (PSDB), que desempenhou um papel corajoso ao ajudar refugiados naqueles tempos sombrios.

O ex-governador João Capiberibe (PSB) compartilhou sua própria experiência, lembrando como ele e sua família foram forçados a fugir de um golpe para outro, do Brasil para o Chile. O grupo reconhece o trauma que o golpe no Chile causou em suas vidas, e destacam o contraste com o atual cenário de paz, democracia e progresso no país sul-americano.

A viagem também será uma oportunidade para o renomado documentarista Silvio Tendler capturar imagens para um novo filme, explorando o exílio de brasileiros no Chile e na França. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também contribuirá com um depoimento, enriquecendo o retrato histórico do período tumultuado.

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