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Equador: organizações indígenas estão preocupadas com falta de resultados após implantação de mesas de diálogo com o governo

Segundo o dirigente Leônidas Iza, os problemas continuam com o preço do combustível, a situação financeira e o controle dos preços da cesta familiar

Presidente do Equador, Guillermo Lasso (círculo), e Leonidas Iza (Foto: Reuters)

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ARN - O líder da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), Leônidas Iza, assegurou nesta quarta-feira que há "enorme preocupação" com a falta de resultados visíveis após a implementação de mesas de diálogo com o governo de Guillermo Lasso que puseram fim a uma greve nacional que durou 18 dias.

Ele explicou que apesar de terem sido abertas cinco mesas de negociação no dia 13 de julho, não se avançou em questões relacionadas com combustível, situação financeira e controle de preços de alguns dos produtos da cesta familiar. Essas questões estão incluídas na proposta de dez itens sobre questões econômicas e direitos que foram apresentadas ao governo.

Segundo o dirigente da Conaie, as organizações indígenas compareceram às mesas de diálogo durante 45 dias com "vontade, critérios e propostas", mas expressou preocupação de que o governo tenha utilizado o diálogo "única e exclusivamente como um processo para dissuadir os processos de luta".

Para Iza, as mesas de diálogo não podem resolver as dificuldades do país, mas estão no "nível de resolver os problemas mais profundos" pelos quais foram às ruas os equatorianos para se manifestar.

Temas para discutir

Os temas das mesas técnicas (cujo prazo para deliberação é de 90 dias a partir de sua realização em 13 de julho) são o direcionamento de subsídios, bancos públicos e privados, desenvolvimento produtivo, emprego e direitos trabalhistas, energia e recursos naturais, direitos coletivos e ensino superior, proteção dos investimentos nacionais, controle de preços, acesso à saúde e segurança.

O acordo entre a Conaie e o governo, assinado em 30 de junho com a mediação da Conferência Episcopal do Equador, pôs fim aos 18 dias de manifestações que levaram o país a uma crise política e social, que deixou um saldo de seis mortos,  152 detidos, mais de 300 feridos e 76 violações dos direitos humanos.

As manifestações lideradas pela Conaie junto com outros 53 grupos se devem ao alto preço dos produtos de primeira necessidade, a precariedade dos hospitais públicos, os preços dos combustíveis, a ausência de créditos para fomentar a produção, a atenção ao setor agropecuário e a privatização de empresas públicas, entre outros. 

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