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    Ex-dirigente da Odebrecht no Peru revela contribuições às campanhas de Humala, Alan García e Keiko Fujimori

    Jorge Barata afirmou que a Odebrecht chegou a ter 17 contratos no país andino e que as doações buscavam "abrir portas"

    (Foto: REUTERS/Mariana Bazo)

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    247 - O ex-chefe da Odebrecht no Peru, Jorge Barata, afirmou na quinta-feira (7) que a construtora brasileira fez contribuições para as campanhas presidenciais de Ollanta Humala, Keiko Fujimori, Pedro Pablo Kuczynski e Alan García, bem como para o referendo que visava evitar a revogação do mandato da então prefeita de Lima, Susana Villarán. 

    Barata testemunhou de forma virtual do Brasil, como testemunha, perante a equipe especial que conduz a investigação da operação conhecida como Lava Jato no Peru. Foi a primeira vez que um executivo da construtora testemunhou no caso. A equipe de promotores é liderada por José Domingo Pérez e o interrogatório foi conduzido pela juíza do Terceiro Tribunal Penal Colegiado Nacional, Nayko Coronado Salazar. 

    A Odebrecht, maior empresa brasileira de engenharia, foi destruída pela Lava Jato. Perdeu inúmeros contratos no exterior, tendo de suportar intensa discriminação política, condenando todo o setor de engenharia pesada brasileiro.

    "Eu me lembro do valor do Sr. Humala, que era de 3 milhões de dólares; da Sra. Fujimori, que era cerca de um milhão; da Sra. Villarán, três milhões. Mas dos outros, não me lembro exatamente", detalhou Barata, que testemunhou como parte de um acordo de cooperação entre o Peru e o Brasil.

    O executivo explicou que chegou a Lima em 1997 e começou a trabalhar em 2001 como chefe da Odebrecht no Peru. Ele deixou o cargo em 2012 e retornou ao Brasil em 2016. Ele esclareceu que desde o início, a empresa tinha contratos importantes, como a construção do metrô de Lima.

    "Chegamos a ter ao mesmo tempo 17 contratos, espalhados por todo o país", afirmou, acrescentando que sua tarefa era "identificar oportunidades de projetos e negócios, identificar as pessoas responsáveis pela execução desses projetos, gerenciar as questões financeiras e legais e fazer a interlocução com a matriz no Brasil".

    Barata alertou que alguns funcionários solicitavam pagamentos por benefícios, como "alguma facilidade no processo de licitação". "Às vezes eram políticos que não queriam ser identificados como receptores desses recursos, porque estavam em campanhas políticas", acrescentou, de acordo com os sites locais El Comercio e RPP.

    Quando questionado sobre o objetivo das contribuições, ele explicou que "abria portas para estabelecer uma relação com o partido político e os políticos". Ele deu detalhes das relações com funcionários responsáveis pela construção do metrô de Lima, uma obra que "muito preocupava e ocupava a atenção" do então presidente Alan García.

    Ele disse que sua relação pessoal com García era "muito fluida, muito próxima", que foi apresentado a ele durante sua campanha de 2001 e que a Odebrecht contribuiu para duas campanhas do ex-presidente. "A primeira campanha foi de 200 mil dólares. Não me lembro de mais detalhes. Em uma ocasião ele ganhou e em outra não", disse. 

    E relatou que a empresa doou 3 milhões de dólares para a campanha de Humala, um milhão para Keiko Fujimori e 3 milhões para Villarán, que em 2013 enfrentou um referendo para revogar seu mandato. "Contribuímos para várias campanhas políticas. Principalmente de presidentes, congressistas, prefeitos", acrescentou Barata. (Com informações da Télam). 

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