Exxon anuncia que vai perfurar poços de petróleo em frente à costa de área disputada por Venezuela e Guiana
Executivo da Exxon disse que a multinacional estadunidense “está tranquila” quanto à validade do contrato com a Guiana
247 - A multinacional estadunidense ExxonMobil tem planos de perfurar dois poços na região do Essequibo, região disputada entre a Venezuela e a Guiana, conforme anunciado por Alistair Routledge, presidente da empresa no país, nesta terça-feira (6).
“Planejamos perfurar dois poços exploratórios ao oeste de Liza e Payara. O Pez Trompeta e a Polilla Roja estão planejados mais para o centro do Bloco Stabroek ao longo deste ano”, disse Routledge em uma coletiva de imprensa, conforme citado pela AFP.
O objetivo é explorar poços “independentes” em áreas sem infraestrutura, declarou Routledge, expressando gratidão pela redução das tensões entre os dois países.
Apesar disso, ele admitiu que a controvérsia em torno da disputa territorial “deixou muitas pessoas nervosas”, porém ressaltou que a Exxon “está tranquila” quanto à validade do contrato com a Guiana, tanto “sob a lei local” quanto sob o “direito internacional”.
“Temos direitos válidos sobre os blocos dos quais estamos participando”, disse Routledge.
A região do Essequibo, rica em petróleo e minerais, tem sido há muito tempo objeto de disputa entre a Venezuela e a Guiana. A Venezuela conquistou sua independência da Espanha em 1845, com o Essequibo reconhecido como parte de seu território soberano. No entanto, em 1899, o Reino Unido apresentou e ganhou uma reivindicação de arbitragem para reconhecer o Essequibo como parte de sua então colônia caribenha da Guiana Britânica. A Guiana independente citou a Decisão Arbitral de 1899 em seu processo de 2018 na Corte Internacional de Justiça contra a Venezuela para reafirmar sua reivindicação de soberania sobre o território disputado.
Em dezembro de 2023, a Venezuela realizou um referendo no qual quase 96% da população votou pela incorporação da região do Essequibo ao país. O Presidente guianense Mohamed Irfaan Ali disse que Georgetown considerava as ações de Caracas para incorporar o Essequibo, que compõe dois terços do território da Guiana, como uma ameaça à segurança nacional do país.
Após conversas em Kingstown em 14 de dezembro, Venezuela e Guiana concordaram em renunciar a qualquer uso da força para resolver o conflito territorial, reafirmaram compromissos de manter a América Latina uma zona de paz e evitar agravar a situação na região disputada.(Com informações da Sputnik).
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