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Governo argentino exige uma investigação oficial sobre a repressão em Jujuy

Secretaria de Direitos Humanos apresentou uma denúncia penal contra o governo de Jujuy pela repressão aos manifestantes

(Foto: Reprodução)

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TeleSur - No contexto das denúncias recebidas durante as visitas realizadas em Jujuy na semana passada, a Secretaria de Direitos Humanos da Argentina solicitou à justiça que inicie urgentemente uma investigação criminal sobre as ações das forças de segurança provinciais na feroz repressão contra manifestantes.

A apresentação incluiu depoimentos e evidências de práticas violadoras dos direitos humanos por parte da Polícia de Jujuy, coletadas nos últimos dias pela delegação liderada pelo secretário Horacio Pietragalla Corti na província.

As vítimas relataram ter recebido golpes e maus-tratos durante as prisões, tiros de balas de borracha no rosto, detenções arbitrárias, inclusive longe do local onde as manifestações estavam ocorrendo.

Também apontaram o uso de veículos sem identificação, invasões de residências particulares sem mandado de busca e a presença de policiais infiltrados entre os manifestantes.

"Verificamos inúmeros crimes cometidos por policiais que, além das responsabilidades dos autores diretos, indicam uma atuação organizada de forma ilícita desde as mais altas esferas do governo provincial", afirmou a apresentação.

O documento também menciona que o próprio governador Gerardo Morales publicou em suas redes sociais os antecedentes judiciais de supostos manifestantes, informações que apenas o poder Judiciário deveria ter acesso.

A denúncia se soma ao habeas corpus apresentado à justiça local pela Secretaria para conter a violenta repressão e garantir o direito de protesto.

A partir desse pedido, o juiz Jorge Zurueta solicitou à polícia da província que se abstivesse de usar força excessiva contra os manifestantes e convocou o governo de Gerardo Morales a iniciar um processo de mediação, que até o momento não foi cumprido.

No entanto, nesta terça-feira, agentes da Polícia de Jujuy foram deslocados para a cidade de Perico para reprimir manifestantes que exigem a renúncia do governador Morales e a revogação da reforma constitucional, relatou a Agência Latinoamérica Avanza.

Pietragalla Corti percorreu, juntamente com funcionários da Secretaria, do Instituto Nacional de Assuntos Indígenas (INAI) e da Agência Nacional de Deficiência (ANDIS), os locais dos protestos e bloqueios de estradas.

Lá, ele se encontrou com os manifestantes, visitou todos os detidos e detidas para coletar depoimentos, verificar seu estado geral e de detenção.

Durante sua viagem à província, o secretário teve uma reunião virtual com o Representante Regional para a América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Jan Jarab, e conversou com representantes da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

Ambas as organizações manifestaram nos últimos dias sua preocupação com a repressão contra manifestantes em Jujuy e pediram ao governo provincial que respeite os direitos humanos.

Por outro lado, os advogados de defesa da líder social encarcerada Milagro Sala denunciaram um novo episódio de violência e assédio por parte do governador de Jujuy e pré-candidato a vice-presidente da coalizão Juntos por el Cambio, Gerardo Morales.

A líder da Tupac Amaru, detida política há mais de 2.700 dias, denunciou que foi informada na noite passada de forma "inesperada" sobre uma junta médica devido ao seu estado de saúde.

O procedimento foi realizado com uma série de irregularidades, como ter sido convocada sem motivos e realizado fora de sua residência, onde ela permanece em prisão domiciliar.

Após um habeas corpus, o procedimento foi suspenso, embora alertem que ele possa ser repetido em outra ocasião.

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