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Javier Milei volta a defender a dolarização e pode violar a autonomia da Argentina sobre a própria política monetária

"Se uma dolarização eliminar a moeda argentina, é inconstitucional", destacou o Supremo Tribunal argentino

Javier Milei (Foto: Reuters/Matias Baglietto)

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247 - O presidente ultradireitista argentino, Javier Mieli, ainda tem a dolarização como uma das suas metas para ser alcançada este ano ou em 2025. Se a medida for aplicada, a Argentina terá menos autonomia sobre a própria política monetária.  "Estou a 87,5% (de alcançá-la)", afirmou o governante de um país que já enfrenta uma inflação anual de 254,2%, uma das mais altas do mundo. 

O presidente do Supremo Tribunal, o peronista Horacio Rosatti, também criticou o projeto. "Se uma dolarização eliminar a moeda argentina, é inconstitucional. É preciso ter uma moeda emitida na Argentina. Não é possível regular o valor da moeda de outro país". Os relatos foram divulgados nesta quinta-feira (15) no El Periódico

Um setor do empresariado argentino, principalmente ligado ao negócio exportador, apoia a dolarização proposta por Milei, mas representantes do setor industrial, especialmente ligado ao mercado interno, resistem à ideia. 

Milei reafirmou uma estratégia implementada no Equador e em parte de El Salvador após a ex-presidente Cristina Kirchner divulgar nesta quarta (14) um documento de 33 páginas advertindo sobre os riscos que a renúncia à soberania monetária representaria para o país. 

"A dolarização significaria perder para sempre a possibilidade de desenvolvimento de nosso país. Uma verdadeira catástrofe de caráter irreparável", disse. "A novidade que Milei apresenta é seu verdadeiro plano de estabilização que é, nada mais, nada menos que a dolarização", continuou, acrescentando que o Poder Executivo voltará a endividar a Argentina "sem limites e sob jurisdição estrangeira".

Segundo o El Periódico, Milei tem dinheiro em dólares americanos o suficiente para retirar do mercado os pesos em circulação. O presidente afirmou que "o povo argentino" já possui "dezenas de bilhões de dólares tanto no exterior quanto debaixo dos colchões em casa". Estima-se que existam cerca de US$ 400 bilhões de dólares fora do sistema bancário argentino.

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