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Petro perde controle do Senado colombiano, mas ganha liderança na Câmara baixa

Petro tem tido frequentes desentendimentos com o Congresso, que resistiu em aprovar algumas de suas reformas e até rompeu com alguns dos partidos tradicionais

Presidente da Colômbia, Gustavo Petro (Foto: REUTERS/Nathalia Angarita)

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Télam - O governo colombiano perdeu o controle do Senado em uma votação na noite de ontem, na qual o deputado Iván Leónidas Name, do Partido Verde, obteve a maioria com o apoio da oposição, embora o governo de Gustavo Petro tenha mantido a liderança na Câmara dos Deputados.

Name derrotou sua colega do Partido Verde, Angélica Lozano, que era a escolha do Executivo, com 54 votos a favor e 50 contra, enquanto o liberal Andrés Calle assumiu a liderança na Câmara com 170 dos 188 votos em jogo, conforme relatado pela agência de notícias Ansa.

Embora Calle não faça parte do Pacto Histórico - a coalizão de partidos que levou Petro ao poder - ele é um possível aliado do governo, pois apoiou o presidente no segundo turno.

Além disso, hoje ele foi cumprimentado pelo ministro do Interior, Luis Fernando Velasco, que celebrou "a nova liderança que está emergindo em um Partido Liberal livre e digno".

Para o governo de Petro, era importante encontrar um aliado no Senado para poder realizar as reformas planejadas na saúde, aposentadoria e trabalho.

Petro tem tido frequentes desentendimentos com o Congresso, que resistiu em aprovar algumas de suas reformas e até rompeu com alguns dos partidos tradicionais que o apoiaram inicialmente, optando por mostrar o apoio que tem na sociedade colombiana ao convocar grandes manifestações.

Ontem, quando compareceu ao Congresso para instalar o Legislativo bicameral que vigorará até 20 de junho de 2024, o presidente também se referiu às negociações de paz entre o governo e a guerrilha do ELN.

"A paz não é uma negociação entre grupos armados, a paz é um acordo nacional de toda a sociedade", defendeu o presidente, entre aplausos do partido no poder, mas também gritos da oposição, informou a agência noticiosa AFP.

Ex-guerrilheiro que assinou a paz em 1990 para se engajar na política, Petro defende que o diálogo é a única saída para o conflito armado entre o Estado colombiano e a guerrilha de inspiração guevarista nascida em 1964.

A direita o acusa de ser negligente com os rebeldes e de amarrar as operações da força pública, que, apesar das negociações, tem sido alvo frequente de ataques do ELN.

"Em relação à paz, sem dúvida, tomamos iniciativas, que são discutíveis, admito as discussões e críticas, ninguém tem a verdade sobre como fazer a paz na Colômbia", acrescentou Petro.

Com números em mãos, o presidente valorizou a aproximação com uma guerrilha que tentou, sem sucesso, fazer as pazes com cinco governos.

"(Temos) como resultado uma diminuição substancial no número de vítimas do exército e da polícia este ano em comparação com o ano passado", de 60 e 55%, respectivamente, disse ele, perguntando-se: "Isso é bom? Obviamente é bom, são vidas de jovens que, de outra forma, poderíamos estar enterrando."

Por fim, convidou os parlamentares a acompanhá-lo na nova Legislatura.

"Existem algumas possibilidades de paz que eu quero que possamos tentar aproveitar (...) Apelo ao país para um acordo nacional nesses termos: tornar a paz uma realidade, acabar com a fase de guerra, da insurgência com o Estado", concluiu.

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