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Professores do Chile convocam greve por tempo indeterminado, contestada pelo governo

O ministro da Educação, Nicolás Cataldo,avaliou que a adesão ao anúncio da greve "não foi categórica". Os professores têm uma lista de reivindicações de oito pontos

Bandeiras do Chile (Foto: Ivan Alvarado/Reuters)

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Télam - O Colégio de Professores do Chile convocou nesta sexta-feira uma greve nacional por tempo indeterminado a partir da próxima terça-feira, após rejeitar a última proposta do governo. A medida foi recebida com desagrado pelo recém-nomeado ministro da Educação, Nicolás Cataldo, que acredita que ainda "há espaço" para resolver a situação por meio do diálogo.

O presidente do sindicato, Carlos Díaz, lamentou em coletiva de imprensa que o governo do presidente Gabriel Boric esteja "entregando respostas a conta-gotas". "O senso de urgência não foi entendido", protestou.

"Nos deparamos com um percentual de 46,34% que aceita a última proposta entregue pelo Ministério da Educação e 53,66% que não a aceita", disse Díaz, citado pela agência de notícias ANSA.

Após o anúncio, Cataldo, que assumiu o cargo em meio às negociações com o sindicato, afirmou que quando a última proposta do governo foi apresentada, "a resposta foi valorizada positivamente por 90% dos que compõem a Assembleia Nacional, então considerávamos um avanço importante".

"É bastante inédito, cerca de 170 pessoas de 190 que estavam naquela hora na assembleia aprovaram a proposta do governo", disse o funcionário, citado pelo portal de notícias local EMOL.

"Naturalmente, a medida é algo que nos preocupa, dado o contexto da reativação educacional, onde a recuperação do aprendizado é fundamental", acrescentou.

Cataldo avaliou que a adesão ao anúncio da greve "não foi categórica". "Não estamos falando de um resultado contundente contra a resposta do governo; portanto, os elementos para chegar a um acordo estão sobre a mesa. Especialmente porque temos lidado com questões tão relevantes como a violência nas escolas", concluiu.

Os professores têm uma lista de reivindicações de oito pontos, incluindo o pagamento de bônus de aposentadoria atrasados; um plano para enfrentar a violência escolar e a chamada "dívida histórica" que remonta aos anos 80.

Além disso, pedem melhorias nos Serviços Locais de Educação Pública (SLEP), mudanças no modelo de financiamento da educação, o fim do estresse no trabalho docente, revisão da jornada escolar completa e pagamento das menções a professores especiais e de pré-escola.

Há 10 dias, houve uma mudança no Ministério da Saúde, com a saída de Marco Antonio Ávila e a entrada de Nicolás Cataldo. Dois dias depois, o governo enviou uma nova proposta ao Colégio de Professores para tentar evitar a agora anunciada greve por tempo indeterminado.

A resposta incluía iniciar a reparação da dívida histórica em 2024, mas apenas nos casos mais urgentes; pagar em setembro os bônus atrasados desde 2018 e em outubro os de 2019 em diante.

No entanto, através de uma consulta nacional que envolveu cerca de 50.000 professores, decidiu-se convocar uma greve de caráter indefinido.

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