Tensão entre Venezuela e Argentina sobe após Milei abrigar opositores de Maduro em embaixada
Casa Rosada diz que fornecimento de energia para a representação diplomática foi cortado após abrigar seis opositores do governo de Nicolás Maduro
247 - A tensão entre a Argentina e a Venezuela subiu após o governo do presidente de extrema direita Javier Milei informar que abriga desde a segunda-feira (25) líderes da oposição venezuelana em sua embaixada em Caracas. Em nota, a Casa Rosada disse que o governo venezeuelano cortou o fornecimento de energia para a representação diplomática.
"A República Argentina expressa sua preocupação pelo incidente ocorrido ontem [25], que resultou na interrupção do fornecimento de energia elétrica na residência oficial em Caracas, e adverte ao governo da Venezuela sobre qualquer ação deliberada que ponha em perigo a segurança do pessoal diplomático argentino e dos cidadãos venezuelanos sob proteção", diz um trecho da nota, de acordo com a Folha de S. Paulo.
O governo de Milei termina o texto pedindo que o presidente Nicolás Maduro "assegure a segurança e o bem-estar do povo venezuelano, assim como convoque eleições transparentes, livres, democráticas e competitivas, sem proscrições de nenhum tipo".
Segundo a imprensa argentina, são seis os dirigentes opositores que estão asilados na residência oficial há dois dias: Magalí Meda, Pedro Urruchurtu, Claudia Macero, Omar González Moreno, Humberto Villalobos e Fernando Martínez Motolla. Não se sabe quais deles têm mandados de prisão em aberto.
Atualmente, a diplomacia argentina em Caracas é liderada pelo encarregado de negócios Gabriel Volpi, já que o governo de Milei até o momento não designou um embaixador. Segundo o jornal Clarín, nesta quarta-feira (27), a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, teria enviado dois agentes federais ao país para ficar de guarda no prédio da embaixada e na residência oficial, hoje protegidos por policiais venezuelanos.
Não é o primeiro episódio de tensão entre Milei e Maduro. Em fevereiro, a Argentina entregou um avião venezuelano que estava retido no país desde 2022 à Justiça dos Estados Unidos sob a alegação de que a aeronave era utilizada em supostas atividades terroristas. Em resposta, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, proibiu o sobrevoo de qualquer aeronave com matrícula argentina pelo espaço aéreo venezuelano.
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