Venezuela e Cuba agradecem a López Obrador por gesto solidário de não ir à Cúpula das Américas
Presidente do México decidiu não ir por não concordar com exclusão de Venezuela, Cuba e Nicarágua
ARN - “Os países deste continente merecem ser respeitados. Sempre defenderemos a soberania e a independência dos povos”, acrescentou, disse o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ao agradecer ao seu colega mexicano, Andrés Manuel López Obrador, por seu gesto de solidariedade com a própria Venezuela, Cuba e Nicarágua, países que não foram convidados pelo presidente dos Estados Unidos à Cúpula das Américas.
A Cúpula acontece desde a segunda-feira (6) a 10 de junho em Los Angeles, Califórnia.
O chefe de Estado venezuelano compartilhou no Twitter um vídeo da entrevista coletiva matinal de López Obrador, na qual explicou o motivo pelo qual não participará da Cúpula das Américas e agradeceu seu apoio.
“A posição é decisiva e firme do presidente do México, Manuel Andrés López Obrador. Agradecemos sua solidariedade com os povos da Nicarágua, Cuba e Venezuela. Os países deste continente merecem ser respeitados. Sempre defenderemos a soberania e a independência dos povos”, escreveu.
Em seu discurso no Palácio Nacional, o presidente mexicano disse nesta segunda-feira (6) que lamenta a situação, mas decidiu não ir porque os Estados Unidos não estenderam o convite a todos os países das Américas, já que excluíram Cuba, Nicarágua e Venezuela, por considerar que esses países não são democráticos. O chanceler Marcelo Ebrard irá em seu lugar.
“Não irei à Cúpula porque nem todos os países das Américas estão convidados. Acredito na necessidade de mudar a política que se impõe há séculos: exclusão, querer dominar sem motivo, não respeitar a soberania dos países, independência. Não pode haver Cúpula se todos os países do continente não participarem”, explicou.
“Tenho uma relação muito boa com o presidente Biden, ele é um bom homem, neste caso sinto que há muita pressão de alguns líderes do Partido Republicano e também do Partido Democrata, que têm a ver com a comunidade cubana na Flórida, que têm muita influência, mas do meu ponto de vista estão agindo com ódio e não querem a irmandade dos povos. Estão fazendo um povo altruísta e digno, como o de Cuba , sofrer muito”, disse. Acrescentou que o bloqueio contra Cuba é uma "violação dos direitos humanos".
Essas pessoas e grupos têm "muita influência", disse ele, e como haverá eleições em pouco tempo, os governantes "têm medo", porque "se uma nova política for alcançada com Cuba ou com qualquer país das Américas, e eles não concordam, aí eles pedem para não votar em partidos, em candidatos e eles têm muita influência”.
Enquanto isso, a presidência cubana compartilhou uma declaração através do Twitter na qual acusa o governo dos Estados Unidos de "abusar do privilégio concedido por seu status de país anfitrião" ao excluir os países mencionados.
O presidente de Cuba, Díaz Canel, assegurou que o país se recusou a responder às demandas de "vários governos" para mudar sua posição "discriminatória e inaceitável", e que não há "uma única razão" que justifique a "exclusão antidemocrática e arbitrária" de alguns países.
“Entre a arrogância, o medo de que verdades incômodas sejam ouvidas, o esforço para impedir que a reunião delibere sobre questões mais urgentes (...) e as contradições de seu sistema político fraco e polarizado, o governo dos EUA escolheu (... ) pela exclusão”, sentenciou.
Por sua vez, sugeriu que houve "chantagens, ameaças e manobras sujas de engano" por parte do anfitrião junto aos governos que manifestaram a intenção de se ausentar do evento caso nem todos fossem convidados. “Estas são práticas habituais do imperialismo que refletem seu tradicional desprezo por nossos países”, assegurou e sentenciou: “Merecem a mais forte rejeição”.
Assim como Maduro, o governo cubano também agradeceu a López Obrador por sua "liderança" e afirmou que merece reconhecimento especial, assim como os países membros da Comunidade do Caribe (Caricom), os presidentes da Bolívia, Luis Arce e de Honduras, Xiomara Castro.
“Esta solidariedade genuína e espontânea diante da ação discriminatória dos Estados Unidos contra os países da região reflete os sentimentos dos povos de nossa América”, concluiu.
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