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    Ana Júlia Ribeiro

    Deputada Estadual mais jovem da história do Paraná e ativista da educação pública.

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    8M: um dia para lutar por igualdade

    "O 8 de março é mais do que uma data, é um chamado à ação, um convite para a luta", diz Ana Júlia Ribeiro

    (Foto: Mídia NINJA)

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    Para muitas pessoas, o Dia Internacional da Mulher é uma data comemorativa, em que se veste rosa e balões da mesma cor decoram escritórios. Para nós, o 8M é um dia de luta.

    É uma data que marca a resistência contra as desigualdades e violências que nós mulheres sofremos diariamente. As estatísticas e a realidade ainda estão contra nós. Os números de violência contra a mulher continuam alarmantes.

    A cada hora, vinte e três mulheres sofrem algum tipo de violência no Paraná. Só em janeiro de 2024 foram registrados 5.484 novos casos. Em 2023, foram mais de 110 mil registros, somente nos primeiros seis meses do ano.

    Por isso, reivindicamos mais estrutura e atenção do estado. No Paraná, são 399 municípios, mas apenas 21 possuem delegacias da Mulher. É preciso muito mais. Para reverter essa realidade, lançamos uma campanha para cobrar do governo do Estado a instalação de mais unidades. É possível assinar um abaixo-assinado através do link: https://encurtador.com.br/mpty5

    Outras violências acontecem fora de casa. Mesmo desempenhando as mesmas funções, enfrentamos enormes disparidades salariais.

    Nas ruas, os passos de nós mulheres são permeados pelo medo e pela resistência. Caminhamos com pressa para fugir do assédio e do estupro. Quando chegamos em casa, seguramos as mãos das nossas crianças, cientes de que a responsabilidade pela criação recai quase exclusivamente sobre nós.

    Essas realidades são atravessadas por um ideal capitalista que busca a exploração desenfreada do povo para obtenção de poder. A posição que fomos colocadas na sociedade serve aos interesses do sistema. Somos exploradas e sub-remuneradas em prol do lucro. É fundamental compreendermos que a verdadeira liberdade só será alcançada quando superarmos esse modelo econômico desigual e injusto.

    O governo federal está atento à questão e sancionou a lei de equidade salarial, mas nem todas as empresas cumprem o que determina a legislação. Outras medidas importantes são a reativação do Ministérios das Mulheres e a implantação do programa Dignidade Menstrual, que distribui absorventes.

    Mas ainda há muito a alcançar. No 8 de março, unimos nossas mãos, mulheres e homens, conscientes de que esta luta não é exclusivamente nossa. Marchamos juntos, solidários, em busca de justiça e igualdade. O 8 de março é mais do que uma data, é um chamado à ação, um convite para a luta!

    Afinal, juntas somos mais fortes.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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