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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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A baderna põe à prova nossas bravuras e covardias institucionalizadas

"Bolsonaro testa a partir de agora o avanço da baderna e a tolerância dos brasileiros", diz Moisés Mendes

(Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Por Moisés Mendes, para o 247 

A esculhambação nas estradas não é um movimento só dos caminhoneiros. O amigo do primo do tio de Zé Trovão sabe que não é. Os caminhoneiros têm suas motivações bolsonaristas, mas são empurrados por golpistas variados.

É uma ação com participação de gente do agro é pop e de muitos dos empresários que coagiram empregados para que votassem em Bolsonaro. Tios e tias do zap moradores das cidades bloqueadas sabem quem são.

É uma articulação que usa os caminhoneiros, mas é de todas as áreas do fascismo com algum poder econômico e engajamento direto ao bolsonarismo. É só conversar com os churrasqueiros de latão dos baderneiros.

Os bloqueios são a última cartada de quem apostou no blefe do golpe, depois apostou na eleição e tentou subornar seus operários na eleição e não teve êxito.

São empresários pequenos e médios, que mostram a cara, e grandes figurões que agem camuflados atrás dos menores. O governo sabe quem são. O Ministério Público também.

Bolsonaro agiu com método quando apagou as luzes do Alvorada e se recolheu em reuniões com o seu time da área militar. Ele foi avisado do que aconteceria.

O governo testa a partir de agora o avanço da baderna e a tolerância dos brasileiros.

Há inquietação em torno da capacidade de reação do Brasil todo ao golpe, e não só sobre os limites do destemor das instituições e de Alexandre de Moraes.

Tem muito covarde com algum poder, que nunca contestou o avanço da extrema direita, jogando tudo nas costas de Moraes.

Depois dos bloqueios, ficaremos sabendo finalmente quais são os tamanhos das nossas bravuras e das nossas covardias institucionais e institucionalizadas.

Tem muita autoridade sem brio, como diz Gilmar Mendes, uma das grandes autoridades da República. Repita-se que sem brio quer dizer também sem vergonha na cara.

Tem muito covarde, que deveria agir como autoridade, escondido nos cantinhos vendo os empresários golpistas avançarem na carona dos caminhoneiros.

Bolsonaro continuará entrincheirado enquanto tiver a certeza de que as instituições não darão conta dos bloqueios e de que os brasileiros não irão reagir ao golpe.

O sujeito está à espera de uma faísca que acione confrontos nas estradas e nas cidades, com disseminação de violência e mortes.

As autoridades cooptadas, silenciosas ou apenas alienadas serão cúmplices, por covardia dolosa, do que acontecer.

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