A bomba armada
"A execução digital de Donald Trump e o rebuliço no Capitólio são apenas a ponta do iceberg. Os estilhaços da explosão atingirão dramaticamente as economias do mundo", avalia o jornalista Fernando Rosa, editor do blog Senhor X, especializado em geopolítica
Aos que acreditam que já temos problemas demais em nosso quintal – ou já seria um “fazendão”?, é bom prestar atenção no mundo para além das cercas geográficas, ideológicas ou mentais. Nesta semana, instituições financeiras e alguns dos cidadãos mais ricos do mundo deram seu recado curto e grosso. A crise é cada vez mais mundial e tem seu epicentro no Império em decadência econômica e ebulição política. A execução digital de Donald Trump e o rebuliço no Capitólio são apenas a ponta do iceberg. Os estilhaços da explosão atingirão dramaticamente as economias do mundo.
“Estamos no último estágio antes do estouro da bolha”, alertaram estrategistas do Bank of America, em matéria da Bloomberg. “A bolha de políticas governamentais federais está alimentando a bolha nos preços dos ativos em Wall Street”, vaticinaram estrategistas liderados por Michael Hartnett. “Quando aqueles que querem permanecer ricos começam a agir como aqueles que desejam ficar ricos, isso sugere o último estágio no estouro especulativo”, exemplificou o estrategista-chefe de Investimentos do BofA.
Segundo a matéria, os estrategistas preveem correção do mercado e posicionamento para o pico no primeiro trimestre. A disparada dos preços no mercado financeiro na esteira do avanço das operações atreladas à inflação vai puxar a inflação da economia real, trazendo a ameaça de reação negativa à retirada de estímulos, condições financeiras mais restritivas e eventos de volatilidade, alertaram os profissionais do banco. Eles lembram das bolhas anteriores nos EUA, incluindo a das empresas ponto.com e a do mercado imobiliário em 2007-2008.
O dono do mega-fundo Bridgewater Associates, Ray Dalio, por sua vez, alerta que os Estados Unidos podem mergulhar em uma “terrível guerra civil”, se as divisões políticas, econômicas e sociais não forem tratadas. “Nosso país ainda está em péssimas condições financeiras e terrivelmente dividido”, continua destacando “a crise econômica ampliada pela pandemia, a desigualdade de renda, as profundas divisões políticas e a enorme dívida governamental”. “Estamos em um ponto de inflexão entre entrar em um tipo de inferno de confrontos ou voltar a trabalhar juntos pela paz e prosperidade”, disse ele.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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