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    Arnóbio Rocha

    Advogado civilista, membro do Sindicato dos Advogados de SP, ex-vice-presidente da CDH da OAB-SP, autor do Blog arnobiorocha.com.br e do livro "Crise 2.0: A taxa de lucro reloaded".

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    A disputa eleitoral de São Paulo: A importância da comunicação digital e seus limites!

    O ódio é marca do discurso do palanque digital

    Pablo Marçal (Foto: Reprodução/YouTube/Roda Viva)

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    O ódio é marca do discurso do palanque digital.

    De repente, não mais do que de repente, a corrida eleitoral para prefeito de São Paulo foi sacudida pela presença escatológica do candidato LaMarçal. Ele virou, no impressionismo corrente (inclusive pela esquerda), o maior quadro da extrema-direita no Brasil e no mundo. Só se fala nele, como um fenômeno único e que não será apenas prefeito de São Paulo, mas superou Bolsonaro e Tarcísio de Freitas, sem falar de Lula em 2026.

    Há um consenso (no mínimo inusitado) estranho em que extrema-direita, direita, centro-direita, Centro-esquerda e esquerda de que o LaMarçal é o must, o creme do creme, um colosso, com qualidades inatas e Plus (a mais) de que é o Messi da comunicação digital.

    Talvez aqui está o problema, falta uma análise de classes e de como essas relações de lutas, se expressam nos fenômenos, especialmente nas redes sociais, quando ninguém quer pensar sobre o que explica, pega-se o atalho, o lugar-comum e se diz:

    LaMarçal é o guru, o gênio, o fodástico, ele é tudo, os mais contidos vaticinam: Perigoso, perigosíssimo.

    Ora, é preciso remar contra a maré e buscar entender que os, hoje, 20 a 25 pontos que o LaMarçal tem em pesquisas correspondem exatamente aos pontos que o diabo saído da lamparina, tem em São Paulo, um corte político e ideológico de décadas que migra do ademarismo, malufismo, tucanismo e por fim, bolsonarismo.

    Esse mesmo fenômeno amplificado pelo estado de São Paulo, ainda mais conservador, levou o desconhecido Tarcísio de Freitas ao segundo turno, e venceu as eleições, repetindo o que antes fez São Paulo, elegeu Doria Jr à prefeito e governador, portanto não se trata de uma novidade nova, somos traídos pela memória?

    Os limites das redes sociais, entretanto, estão no seu alcance e engajamento, uma coisa é a superfície, torna-se conhecido, embalado, um produto bem costurado para um público ( os 25%) pronto para “novidades” e mais bizarrices, quanto mais escatológico, melhor.

    No entanto, para aderir e ampliar essa base, tem que combinar com os russos, Tarcísio de Freitas, sem o poder de Internet de super comunicação logrou êxito exatamente porque não se baseou apenas nessa super exposição. Aliás, não foi por falta de avisos de que a campanha do Haddad errava o alvo da disputa.

    Do meu ponto de vista, precisamos ter mais calma, baixar a ansiedade, ter uma visão menos impressionista e , principalmente, derrotista sobre LaMarçal. Há que se fazer ajustes na campanha de Boulos, ter uma proximidade com Tabata e Datena, de certa forma até com Nunes.

    A campanha pode ouvir outras vozes, que ajudem a interpretar os fenômenos das redes sociais.

    É o quanto vejo.

    PS: A minha conclusão sobre o LaMarçal, Marie Le Pen, Bolsonaro etc. é que o fim do Estado, levou à falta de esperança de que há possibilidade de se atender alguma coisa, então, sem esperança, vota-se naquele que não mente, que diz que: tudo isso daí é uma grande Merda, não passa de enganar vocês.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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