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Arnóbio Rocha

Advogado civilista, membro do Sindicato dos Advogados de SP, ex-vice-presidente da CDH da OAB-SP, autor do Blog arnobiorocha.com.br e do livro "Crise 2.0: A taxa de lucro reloaded".

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A licença poética do Apagão Cibernético Global

"Eventos como esse reforçam que, em última análise, apenas a ação consciente humana produz a inteligência", diz Arnóbio Rocha

(Foto: Steve Marcus/Reuters)

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A vida é feita de poesia, até nos eventos trágicos você pode encontrar uma licença poética. Só assim pode-se entender o Apagão Cibernético Global; justamente quem deveria prover a segurança, sofreu ataque, senão um grave erro de atualização do seu sistema de “segurança”.

O chamado “Apagão Cibernético Global” foi causado por uma atualização numa versão da ferramenta de cibersegurança Falcon voltada para Windows. O programa é desenvolvido pela empresa CrowdStrike e funciona como uma espécie de antivírus para empresas, mundo corporativo.

É ferramenta desenvolvida e usada por grandes clientes, mas dentro de um sistema que tem como plataforma de software central o Windows da Microsoft. O que explica o menor impacto para os usuários comuns que não usam ferramentas corporativas de defesa, ou seja são os mais expostos e relegados pelas bigtechs, mas escaparam do caos.

O impacto (prejuízos) em maior escala se deu em companhias aéreas, mais especificamente nos EUA, em que há maior uso de ferramentas da Microsoft, principalmente em cibersegurança - o que em si, parece contraditório: algo para defesa levar a uma queda geral do sistema, no caso aéreo, com alto risco à vida humana e caos em aeroportos.

Em outra mão, percebe-se que mesmo sistemas robustos podem sofrer ataques (foi ataque?), quando não, são expostos a falhas de software que podem causar danos bilionários em segundos, além de espalhar pânico. Aparentemente o sistema bancário também foi atingido, em menor proporção.

As empresas investem pesadamente em sistemas de defesa, em atualizações e licenças de software, criam ecossistemas complexos, mesmo assim não há garantias. Por isso, hoje, trabalham com mitigação de riscos, um cálculo que parte da perspectiva de sempre há riscos, então busca-se a menor exposição a eles, numa perspectiva de que não há segurança absoluta, especificamente no mundo virtual, Cibernético.

O que tende a piorar com a chamada Inteligência Artificial, vendida como a nova fronteira da tecnologia. Eventos como esse do Apagão Cibernético Global apenas reforçam que, em última análise, apenas a ação consciente humana produz a inteligência (inclusive a Artificial) e ela mitiga quando não há defesa.

Um mundo que temos que refletir, não aceitar como dado e imposto, para nossa própria segurança e defesa humana.

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