A vitória de Lula não afasta as desgraças de Bolsonaro!
"É preciso entendermos o que fundamenta a desgraça e o desastre nacional derrotado nas urnas, que transcende a figura esdrúxula e patética de Jair Bolsonaro"
A recente eleição que deu a vitória a Lula não tem a “graça” poderosa de libertar o Brasil e o povo das desgraças que se incorporaram no governo de Jair Bolsonaro. A vitória efetiva, profunda, duradoura, com raízes na justiça e na verdade, precisa muito mais do que a alcançada entorno de uma aliança em defesa da democracia burguesa e contra Bolsonaro.
Primeiro, é preciso entendermos o que fundamenta a desgraça e o desastre nacional derrotado nas urnas, que transcende a figura esdrúxula e patética de Jair Bolsonaro, de sua família e de seus apoiadores ridículos. O suporte disso tem vários círculos concêntricos e excêntricos, parcialmente derrotados pelo povo:
a. Um núcleo duro (profundamente diabólico) composto por segmentos fascistas nacionais e internacionais, profundamente odiosos, ressentidos e perversos: na linha de frente desponta o “trumpismo” fascista, terrorista e sua inovação na militância digital. Na América Latina juntam-se pinochistas (Paulo Guedes é seu símbolo neoliberal na economia), os golpistas civis e militares que golpearam Evo Morales na Bolívia e mais as “viúvas” da ditadura imperialista e mercadológica militar de 1964, eternos sonhadores de intervenção, torturas, assassinatos e gonocídios com propósitos econômicos e políticos na destruição da soberania nacional e da democracia política. Os mais de 11 mil militares mamadores de altos salários nas estatais, autarquias, ministérios e secretarias têm as maracas do terror nazista, que, no governo, serviram de assistentes políticos ideológicos dos integrantes do núcleo duro fascista da base bolsonarista. Vilas B}oas, Agusto Heleno, Eduardo Pazuello e tantos outros são evidências escancaradas desse núcleo, totalmente afeito aos golpes, à traição, ao banditismo de todas as espécies, inclusive com mortes a serem investigadas, além de roubos de minérios, destruição do meio ambiente e da mortandade causada pela COVIDE 19, intencionalmente causada pelo descaso com o povo e pelo negacionismo. Evidentemente que Jair Bolsonaro é membro desse grupo mentor ideológico nazi fascista.b. No parlamento e na mídia tradicional o núcleo terrorista nazi fascista atua a favor dos interesses do mercado: no Congresso Nacional e fora dele, abusando da liberdade parlamentar, travou discussões agressivas contra negros e negras, LGBTQUIAP+, os pobres, nordestinos e em ‘leis” ante trabalho. Destacam-se nas grosserias e abusos o deputado e o senador, filhotes Bolsonaro, também abusando das prerrogativas parlamentares ofenderam, mentiram e caluniaram opositores pelas redes sociais. O modo tosco de ser contou com a colabaração da pistoleira Carla Zambelli e com o oportunnista e lacaio de Jair Bolsonaro, que desejou que estudantes das universidades federais de Pelotas e de Santa Maria fossem queimados vivos, como ocorreu com os mortos e adoecidos na boate Kiss. O Congresso Nacional, apesar de o povo capixaba não reeleger em 2018 o estúpido Magno Malta, se constituiu em forte caixa de ressonância do terror nazi fascista que ocorria com Jair Bolsonaro e sua tropa no governo. Boa parte da mídia tradicional se tornou braço armado do ódio, das mentiras e das fake news. São exemplos a Rádio Jovem Pan, com Augusto Nunes como o mais bruto e antipático ao jornalismo verdade e investigativo. Na TV a Record e o SBT pontearam a barbárie na defesa de Jair Bolsonaro e na sua messianização. O “seo” Edir Macedo, o Silvio Santos da “fé” feita charlatanismo e negócios, se encarregaram de fazer a lavagem cerebral do povo. A Record desempenhou o papel sujo de elaborar “reporcagens” contra Lula e a esquerda, abastecendo os picaretas das igrejas de material odioso e lamacento. Sem falarmos nas redes sociais com seus sites, canais e lives criminosas propagandeando o negacionismo, colorindo com tintas de cor verde e amarelo a realidade cruel de um governo genocida e profundamente cruel contra o povo brasileiro, sua classe trabalhadora e os pobres.c. Os bobos e patetas chamados patriotas, apaixonados por Jair Bolsonaro, intitulado “mito”, cumpriram o papel feio e ridículo de massificiar o terror no eleitorado: de fazer arminhas com os dedos e mãos e de matar, também. Os votos em favor do capiroto, que chegaram às urnas, passaram pelo sangue de Bruno Pereira, Dom Philips, Marcelo Arruda e de muitas vítimas que engrossam a lista dos mártires da luta e da liberdade, iniciando-se com os assassinatos de Mariele Franco, de Anderson Gomes e esbarram nos mais de 600 mil que morreram vítimas da indecência criminosa aplicada na política da morte durante a pandemia do coronavirus. Este terceiro círculo do horror completaram o fiasco da desordem e do caos com as manifestações nas estradas, tudo com o incentivo silencioso e ante patriótico de Jair Bolsonaro. Lá nas estradas, sempre de modo patético e folclórico, demonstraram ligações com os pontos anteriores: violaram os direitos constitucionais de ir e vir, do trabalho, da saúde e dos diversos abastecimentos. A marca maior da relação deste círculo com os dois anteriores foi o vergonhoso clamor pelo golpe militar. Ali o terror fascista foi explícito e vergonhoso. O deslocamento das estradas para as frentes dos quarteis desenhou a mentalidade retardada politica e historicamente. Trouxeram à memória as marchas de 1961, 1962, 1963 e 1964 de madames, padres, pastores, representantes de oligopólios nacionais e internacionais a fazerem stripiteaze político ao pedirem golpe militar, como agora. Lá, o que começou em 1º de abril de 1964, sob o comando de milicos destrambelhados e terroristas a serviço dos Estados Unidos em plena guerra fria, foi o terrorismo de Estado contra a Pátria, a classe trabalhadora, massacrando os avanços delineados no governo de João Goulart. Os fantasmas apregoados inacreditavelmente pelos imbecis de estrada hoje foram os mesmos do início da década de 60: aborto, divórcio, destruição da família, comunismo e outras sandices. Portanto, nada há de novo nesses movimentos anárquicos e falsamente arrebatadores.
Segundo, é preciso que pensemos na eleição do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Lula elege-se exatamente neste contexto convulsionado por toda essa histeria política.
Este ambiente se apresenta com o país eleitoralmente dividido, muito dividido. O mapa político mostra quase todo o Nordeste a favor de Lula, mas com o Centro Oeste, o Sudeste, o Sul e parte do Norte eleitoralmente contra ele.
Percebendo esta divisão já no primeiro turno, Lula se antecipou a propor uma tática de virada política por via econômica como tática de propaganda com vistas ao segundo turno. Sua equipe de preparação do projeto de governo fala em pacto com todos os governadores e prefeitos do país, independente de orientações partidárias.
Certamente Lula se baseia nos estudos sobre a pulverização e fluidez da vida partidária no Brasil. Com exceção de 3 ou 4 partidos ideologicamente definidos os outros são como lojas de roupas: as pessoas fazem testes para avaliar se gostam e trocam por outras siglas logo que enjoam das anteriores.
Lula aposta na negociação e no fortalecimento do pacto federativo para pressionar os congressistas a votarem em projetos do governo.
O presidente tem razão ao reconhecer que o país está destruído. A relação entre os entes federativos foi preterida no governo proto fascista, que privilegiou aos Migos do “rei” e suaS loucuras.
Contudo, é preciso que se reconheça que a devastação é muito mais profunda do que o pacto federativo. A partir do auge desta guerra no golpe de Estado que derrubou a Presidenta Dilma o polo mais importante, aliás, reconhecido pela Constituição, é povo como fonte do poder. Este, CONTUDO, foi totalmente desarticulado, banalizado e seus mais pobres desavergonhadamente utilizados como bucha descartável de canhão. A guerra eleitoral suja de Bolsonaro usou os pobres e a o setor amplo de desempregados da classe trabalhadora como chantagem eleitoral para ganhar no segundo turno.
Portanto, os movimentos sociais e o governo Lula têm como dever ético político a recuperação do poder de pressão popular. O poder popular é dever e direito dos trabalhadores.
Assim como em Cuba, Venezuela, Bolívia e em outros têm os governantes como protagonistas do resgate da mobilização e autonomia populares como agente principal da força de transformação, graças ao seu poder de gerar agendas e mobilização ampla na defesa dos interesses de classe, Lula deveria se antecipar na facilitação desse processo.
Porém, a tarefa de mobilizar, educar as massas e organizar os trabalhadores é de responsabilidade prioritária das categorias trabalhistas. Cabe ao movimento classista chamar o governo para a arena de lutas.
Este processo de lutas é imensamente educador e libertador. Portanto, o protagonismo é parte da natureza da classe trabalhadora na pressão da agenda de governo e do Congresso Nacional.
É urgente que se desencadeie a luta dos interesses da classe trabalhadora. Cabe a ela a construção da tática unitária de lutas e a estratégia de onde precisa chegar.
Aliviamo-nos do fascismo, mas não nos curamos de suas consequências. É preciso vencer o neoliberalismo, este padrasto malvado que age contando com seu filho cruel, o fascismo, no abate dos trabalhadores.
A cura da economia e da vida do povo brasileiro não se dará como num passe mágico eleitoral, mas se prolonga na nossa imensa missão de luta organizada, educativa e mobilizadora. Sob o governo Lula será mais fácil, embora a responsabilidade maior disso esteja em nossas mãos de trabalhadores e de povo brailsiero.
Abraços proféticos e revolucionários,
Dom Orvandil.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: