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    Moisés Mendes

    Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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    Agora o recado a Bolsonaro é de todos os chefes militares

    "Os militares estão saltando fora de compromissos com o bolsonarismo, antes do desastre total. Bolsonaro vai ter de se agarrar ao centrão e a Olavo de Carvalho", avalia o jornalista Moisés Mendes, sobre a nota conjunta do Ministério da Defesa, Marinha, Exército e Aeronáutica que reafirma o caráter apartidário das Forças Armadas

    Jair Bolsonaro e Generais (Foto: Marcos Corrêa/PR)

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    Por Moisés Mendes, para o Jornalistas pela Democracia 

    Um dia depois das manifestações do comandante do Exército, Edson Pujol, de que os militares não estão a serviço de governos e de partidos, mas do Estado e do país, hoje há mais um recado a Bolsonaro.

    Desta vez, uma nota em defesa da missão constitucional dos militares, com a mesma mensagem: não há como misturar as atividades dos quartéis com as do governo.

    O documento foi emitido pelo Ministério da Defesa e por todos os chefes militares. O texto reafirma que as Forças Armadas são apartidárias.

    A nota é assinada pelo ministro da Defesa, Fernando Azevedo (foto), e pelos comandantes da Marinha (Ilques Barbosa Júnior), Exército (Edson Leal Pujol) e Aeronáutica (Antonio Carlos Moretti Bermudez).

    Há um alerta em especial: o de que os militares confiam que Bolsonaro respeita e pensa de acordo com as Forças Armadas. Ou seja, se não pensa, agora terá de pensar.

    Bolsonaro será obrigado a admitir que a base militar que ele pretendia ter, de forma incondicional, é imaginária.

    Os militares transformam a fala de ontem do chefe do Exército em posição de consenso. A nota enfatiza: “O único representante político das Forças Armadas, como integrante do Governo, é o Ministro da Defesa”.

    Os militares estão saltando fora de compromissos com o bolsonarismo, antes do desastre total. Bolsonaro vai ter de se agarrar ao centrão e a Olavo de Carvalho.

    Esta é a íntegra da nota:

    “A respeito de recentes publicações e especulações envolvendo o Governo e as Forças Armadas, o Ministro de Estado da Defesa e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica esclarecem que:

    A característica fundamental das Forças Armadas como instituições de Estado, permanentes e necessariamente apartadas da política partidária, conforme ressaltado recentemente por chefes militares, durante seminários programados, é prevista em texto constitucional e em nada destoa do entendimento do Governo e do Presidente da República;

    O Presidente da República, como Comandante Supremo, tem demonstrado, por meio de decisões, declarações e presença junto às tropas, apreço pelas Forças Armadas, ao que tem sido correspondido;

    O único representante político das Forças Armadas, como integrante do Governo, é o Ministro da Defesa;

    Os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, quando se manifestam, sempre falam em termos institucionais, sobre as atividades e as necessidades de preparo e emprego das suas Forças, que estão voltadas exclusivamente para as missões definidas pela Constituição Federal e Leis Complementares;

    As Forças Armadas direcionam todos os seus esforços exclusivamente para o cumprimento de suas missões, estando presentes em todo o País. Atualmente, atuam no combate ao novo coronavírus (Operação Covid-19), inclusive com apoio às comunidades indígenas; no combate aos crimes ambientais, ao desmatamento e às queimadas na Amazônia (Operação Verde Brasil 2); no acolhimento e interiorização de refugiados da crise na Venezuela (Operação Acolhida); no combate aos crimes transnacionais (Operação Ágata); no apoio às eleições 2020 (logística e garantia da votação e apuração); no apoio à população do Amapá, em função da recente crise gerada por falta de energia elétrica; em ações humanitárias e sociais, como a Operação Carro-Pipa (que leva água a milhões de pessoas atingidas pela seca), o atendimento médico hospitalar às populações ribeirinhas e o transporte de órgãos para transplantes; além de inúmeras outras atividades, destacando, ainda, a essencial e diuturna proteção das fronteiras marítima, terrestre e aérea, que asseguram nossa Soberania e Desenvolvimento Nacional.

    Por fim, um País forte requer instituições sólidas e transparentes. Tratar com franqueza os assuntos da Defesa, além de proporcionar o fortalecimento das instituições, contribui para o propósito de alçarmos o Brasil a níveis adequados de desenvolvimento e segurança”.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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