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    Miguel Paiva

    Miguel Paiva é chargista e jornalista, criador de vários personagens e hoje faz parte do coletivo Jornalistas Pela Democracia

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    Alegria, alegria!

    "Chega de inferno, chega de sofrimento dispensável. Vamos viver com as dificuldades e alegrias que a vida nos reserva, escreve Miguel Paiva

    (Foto: Miguel Paiva)

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    Por Miguel Paiva, para o 247 - Nos dias de hoje é muito fácil separar onde está a alegria, o bom humor, a criatividade, o otimismo e a esperança no futuro e onde permanece a tristeza, o ódio, a destruição, a mediocridade e a negação. Com a divulgação da última pesquisa eleitoral isso ficou ainda mais evidente. No país inteiro vemos hoje a solidificação da ideologia da morte que acompanhamos desde a posse do governo, passando por demonstrações evidentes durante a pandemia e agora se afirmando com as chacinas, assassinatos e mortes em geral.

    Essa é a grande diferença. As festas do lado de lá, quando acontecem são sempre ou religiosas ou patrióticas onde a alegria é esquecida. O riso, quando existe, é em tom de deboche, nunca de alegria verdadeira. A música é da pior qualidade e o time de artistas do lado de lá é no mínimo medíocre. Do lado de cá a festa existe e a esperança é evidente. Chegaremos a outubro e, se deus quiser, a janeiro com essa esperança transformada em resultados. Vencer no primeiro turno é a festa que o Brasil precisa há muito tempo. 

    Enquanto um candidato se casa e demonstra amor e felicidade o outro se descabela, emana ódio e propaga mentiras. Difícil não imaginar que o povo não perceba isso. Acho eu, com a esperança e o otimismo que são nossas características, que a coisa só vai melhorar. Eles podem até ameaçar, tentar destruir, sabotar e encher a mídia de mentiras, mas é difícil esse resultado se reverter. Só se acontecer alguma coisa fora do esperado. A expectativa é que, e aí usamos o conhecimento técnico, a economia só piore porque não existem milagres econômicos e disso estamos cansados de saber. 

    Mentiras não colocam comida na mesa do brasileiro. E também não adianta dizer que os mortos nas chacinas são menos eleitores do Lula. Esses mortos têm família, tem mulheres, mães e pais que votam. Tem vizinhos e esses vizinhos quando se juntam aos outros vizinhos acabam formando uma multidão. E aí que estará a festa. É aí que vamos virar esse jogo e voltar a ser um país feliz que canta, dança e ri de alegria.

    É claro que as mortes não cessarão imediatamente. Muita coisa precisa ser feita para mudar essa mentalidade, para organizar o comércio de arma, para punir novamente os culpados pela violência. As escolas voltarão a ensinar civilidade além de matemática e geografia. As igrejas voltarão a pregar o amor e os políticos continuarão a fazer política porque sem ela terminaremos no fundo poço onde o fascismo gosta de viver. Trabalho não vai faltar e é uma coisa que não se vê nesse país há muito tempo. Trabalhar para construir é muito mais gratificante que destruir e é isso que faremos. Já será um bom começo não vivermos mais nesse purgatório com destino estabelecido. 

    Chega de inferno, chega de sofrimento dispensável. Vamos viver com as dificuldades e alegrias que a vida nos reserva. O resto nossa criatividade há de resolver.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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