André Ceciliano aposta em Pedro Paulo como vice de Paes no Rio
"Se a intenção era fragilizar o apontado como candidato a vice, em família, a manobra parece também não ter surtido efeito", escreve Denise Assis
Em entrevista ao 247, no programa Giro das Onze (ancorado pela jornalista Camila França), o ex-presidente da Alerj André Ceciliano, que recentemente se desincompatibilizou do cargo de secretário de Assuntos Federativos para coordenar, a pedido do presidente Lula, os trabalhos de montagem de chapas no Rio, transmitiu confiança na vitória do atual prefeito, Eduardo Paes.
Ancorado em dados positivos da Pesquisa Quaest, divulgada nesta quarta-feira (24/07), que aponta 49% para o atual prefeito, 13% para Alexandre Ramagem, e 7% para Tarcísio Motta, Ceciliano contou que dos 92 municípios do estado, 21 deles já contam com candidaturas próprias, do PT, e quatro municípios onde as chances de o partido chegar na frente são grandes. “Estamos na pesquisa em primeiro em 4 municípios: Maricá, Paracambi, Japeri e Pinheiral e candidaturas competitivas: Nova Iguaçu, Itaboraí e São Gonçalo”, enumera. Destacou também que o partido está “com chance pela federação em Caxias”, onde o candidato Zito lidera as pesquisas. E em Niterói, com Rodrigo Neves, que vai muito bem nas pesquisas. (Confira abaixo quadro demonstrativo).
A entrevista aconteceu no dia seguinte ao gesto do deputado federal Pedro Paulo, correligionário no PSD e amigo de Paes há mais de 30 anos, renunciar à provável indicação para o cargo de candidato a vice-prefeito.
Pedro Paulo foi vítima de uma gravação não autorizada, vazada para a campanha de Ramagem (ex-chefe da Abin e acusado da montagem de uma estrutura ilegal paralela, de espionagem), em situação de intimidade. Desde então, vem sofrendo chantagem e ameaça da oposição de ter o vídeo tornado público, caso aceitasse o convite de Paes para compor a chapa. Para Ceciliano, um golpe baixo, de cunho moralista, que em nada afetaria a campanha do atual prefeito. “Na minha opinião, o prefeito Eduardo Paes não tem a intenção de abrir mão do Pedro Paulo Por isso”, rebateu. “Eu não acredito que nenhum adversário sério vá usar um vídeo desses, mas é uma armadilha. O Eduardo vai deixar um parceiro de tantos anos, por conta de um vídeo? Acho que não está batido o martelo. Pelo que eu entendi isto não está dado como certo. Acredito que o Pedro Paulo será o candidato a vice de Eduardo Paes. Ele já demonstrou que defende o estado, que é um bom técnico. Acho que não será por isso”.
E se a intenção era fragilizar o apontado como candidato a vice, em família, a manobra parece também não ter surtido efeito. Hoje, (25/07), Tati Infante, a influenciadora digital e esposa de Pedro Paulo declarou que por ela o assunto está resolvido. A cena gravada, afirmou, aconteceu durante uma crise do casal, separado naquele momento e, portanto, não caracterizou uma traição ou tampouco abalou a relação em sua fase atual.
Animado com o trabalho de costurar as candidaturas, André Ceciliano – que foi cogitado como um dos possíveis vices -, frisa que mais importante que ter um vice na chapa é manter os compromissos programáticos com o programa da centro-esquerda. E comentou dados da pesquisa da Quaest, com a participação de 1.104 pessoas, feita a pedido da Rádio Tupi. Um dos dados que lhe chamou a atenção, foi o referente à religião “a gente tem que acompanhar”. E tem razão. Entre os católicos o índice de intenção de votos em Eduardo Paes é de 56%. Já no segmento dos evangélicos, também não vai mal, com 41%, levando-se em conta que o seu opositor, Alexandre Ramagem, é o apadrinhado de Bolsonaro, que fala de perto com essa parcela religiosa. (Ramagem tem 13% entre os católicos e 21% nos evangélicos). Outro campo em que Paes tem folga é o público feminino, em que aparece com 56% e no masculino, 46%. Uma tendência que se observa nas intenções de voto do partido, de modo geral.
Ceciliano aponta que todo esse trabalho vai pavimentar 2026, quando o presidente Lula deve se candidatar à reeleição. Para isso, aponta números da macroeconomia, como a queda no desemprego, a inflação sob controle e a economia crescendo. O ponto ainda em questão são os juros, cujo controle se encontra na mão do presidente do Banco Central, um notório bolsonarista, que vem travando a queda, influindo no crescimento do país.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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