As brasileiras traficadas pela máfia israelense e que inspiraram a novela ‘Salve Jorge’
Os crimes cometidos por israelenses, e que aconteceram de fato em Tel Aviv, foram levados ao ar pela TV Globo e vistos por milhões de telespectadores como tendo acontecido na Turquia
Artigo publicado no site Monitor do Oriente
Nascida em uma família muito humilde no Rio de Janeiro, Ana Lúcia Furtado alimentava o sonho de uma vida mais feliz e menos injusta enquanto trabalhava como doméstica e criava, com imensa dignidade e sacrifícios, os três filhos ainda pequenos.
Ana havia completado 24 anos quando conheceu, através de uma amiga, uma mulher que se apresentou como “Rosana” e lhe contou maravilhas de Israel. Contou que trabalhando naquele país como garçonete estava ganhando mais de mil e quinhentos dólares por mês e já havia comprado uma casa, um carro e investido muito dinheiro.
“Rosana” contou a ela também que um empresário de Tel Aviv estava querendo contratar outras brasileiras para trabalharem lá e que ele pagaria a passagem aérea, a estadia e providenciaria até os passaportes.
Ana seria garçonete de um restaurante sofisticado israelense, ganhando em dólares, e, em um ano, poderia voltar e dar um futuro muito melhor para os filhos.
Ana aceitou a proposta e embarcou para Israel com a prima, Kelly Fernanda Martins, também aliciada e enganada, poucas semanas depois do primeiro contato com Rosana.
As duas não falavam uma palavra de hebraico e também não se comunicavam bem em inglês, mas acreditaram estar vivendo um sonho, uma promessa de uma nova vida vinda diretamente da Terra Prometida.
Foi somente ao chegar a Tel Aviv que ela descobriu que o emprego como garçonete jamais existira, que ela teria que vender seu corpo para não ser morta pela máfia israelense e que acabara de adquirir uma dívida de milhares de dólares com os criminosos que pagaram sua passagem e sua “ hospedagem ” em um bordel-boate da capital israelense.
Foram quase 4 meses de terror, violência física e prostituição forçada em Tel Aviv, num bordel que ficava aberto 24 horas por dia e onde algumas meninas eram obrigadas a manter relações sexuais com até 20 homens diferentes em um único dia.
Após a fuga de uma delas e a denúncia de cárcere privado, prostituição, e exploração sexual, Ana Lúcia conseguiu ser resgatada com vida pela polícia federal brasileira em Tel Aviv, mas sua prima, a carioca Kelly Fernanda Martins, não teve o mesmo destino.
Logo depois de dizer que não aguentava se prostituir e de dizer às companheiras que denunciaria os mafiosos israelenses, Kelly foi encontrada morta.
O corpo da brasileira tinha sinais de espancamento, violência sexual e inúmeras fraturas, e foi enviado já embalsamado ao Brasil algumas semanas depois.
Entre o final da década de 1990 e a primeira década dos anos 2000, a máfia liderada por judeus russos naturalizados israelenses e vivendo em Tel Aviv há anos controlava cerca de 200 casas clandestinas de prostituição em Israel, com centenas de brasileiras trabalhando em regime de escravidão e sob ameaça constante de morte.
Mesmo com algumas prisões efetuadas em Tel Aviv, o governo de Israel tentou de várias formas impedir que o caso chegasse aos jornais brasileiros. O “caso Kelly” só tornou-se público porque sua mãe, Selma Martins, procurou um grande jornal carioca para denunciar que sua filha fora assassinada por integrantes de uma quadrilha israelense que aliciava e enganava brasileiras com promessas de emprego em Israel, tornando-as reféns de uma rede de tráfico de mulheres no país.Ana Lúcia e outras 8 mulheres foram libertadas e voltaram ao Brasil, onde tiveram que passar vários meses sob a proteção da polícia federal, pois os mafiosos israelenses ameaçaram matá-las, sabiam onde elas moravam e a quadrilha mantinha dois criminosos israelenses aqui no Rio . Não eram ameaças vazias. Menos de uma semana depois de voltar ao Brasil, Ana descobriu que os criminosos haviam sido capazes de incendiar a casa de uma das meninas brasileiras em Niterói, matando duas pessoas.
Ana sobreviveu às atrocidades da máfia israelense, reconstruiu sua vida, montou um pequeno restaurante na comunidade em que vive e voltou a sorrir.
Milhares de outras meninas não tiveram a mesma sorte.
A máfia israelense e o tráfico de mulheres controlado por judeus russos naturalizados israelenses existe há várias décadas, mas tem se intensificado assustadoramente nos últimos 30 anos, com a imigração em massa de judeus do Leste europeu para Israel, como parte do plano sionista de expansão e construção ilegal de novas moradias israelenses em territórios palestinos, moradias oferecidas gratuitamente ou a baixíssimo custo a qualquer europeu que se declare judeu .Chefes do crime organizado russo-judaico, ou seja, criminosos como Semion Mogilevich, adquiriram facilmente a cidadania israelense e lavaram bilhões de euros em Israel.
O próprio sistema bancário de Israel foi projetado para encorajar a aliá, a imigração de judeus europeus para os territórios palestinos ocupados ilegalmente e também para acolher o dinheiro ilegal que entra tranquilamente com mafiosos internacionais.
Israel também implementou oficialmente uma legislação para facilitar a movimentação do dinheiro lucrado pelo crime organizado, cuja origem não é questionada como em quase todos os países de médio ou grande porte no mundo.
As máfias israelenses dominam grande parte do tráfico de seres humanos na Europa Oriental e em várias cidades do Oriente Médio, tanto no que se refere à rede de trabalho escravo quanto ao pesadelo sem fim de mulheres enganadas pelos cafetões que dominam a prostituição no país.
O crime organizado encontrou a sua própria Terra Prometida em Israel. Apenas entre 2005 e 2015, a Interpol estima que o crime organizado e os traficantes de seres humanos tenham havia lavado ali entre 20 e 30 bilhões de dólares. Mas enquanto milhares de reportagens e artigos sobre o grupo terrorista ISIS e suas escravas sexuais em Raqqa são escritos e publicados facilmente nos jornais europeus e norte-americanos como se aqueles homens monstruosos representassem mais de um bilhão de muçulmanos pacíficos no mundo, escrever sobre as máfias israelenses que traficam meninas e as escravizam em Tel Aviv , ou sobre como Israel se tornou um paraíso para criminosos e pedófilos internacionais é muito mais perigoso e arriscado para um jornalista. Uma das maiores evidências disso aconteceu aqui mesmo, no Rio.
Ainda que a jovem carioca Kelly Fernanda Martins, cuja história inspirou o enredo da novela Salve Jorge, tenha sido traficada, prostituída e morta em Israel, a autora foi pressionada a mudar o país onde aquelas brasileiras foram escravizadas sexualmente. E de fato mudou.
Os crimes cometidos por israelenses, e que aconteceram de fato em Tel Aviv, foram levados ao ar pela TV Globo e vistos por milhões de telespectadores como tendo acontecido na Turquia.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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