As chances de um golpe
Andam assombrando este país os 8 mil 'granadeiros' distribuídos pelo governo afora e o general saindo do Ministério da Defesa direto para chapa do Capitão
Se o pensamento de Merval Pereira, porta-voz da família Marinho, tem alguma credibilidade, os democratas deste país têm muito com que se preocupar daqui pra frente. E o que dizer das palavras do atual presidente do TSE, Edson Fachin que acredita na IMINÊNCIA de um golpe?
Impossível desconectar golpes no Brasil do pedigree golpista da imprensa tupiniquim; da atração irresistível pelo poder de políticos que transitam pela direita; do currículo sem carinho à democracia da Tropa e claro, do apetite econômico aguçado e o fastio democrático da elite brasileira.
Quem melhor traduziu a voracidade golpista dos políticos que caminham à direita da praia ideológica foi o presidente Castelo Branco nos idos de 64:
"As vivandeiras alvoroçadas foram ao bivaque bulir com os granadeiros". O marechal se referia aos udenistas, os mesmos que hoje infestam o Congresso nacional aboletados no Podemos, União Brasil, Republicanos, PL de Bolsonaro...
Um olhar mais atento no retrovisor da história e vamos enxergar a imprensa tupiniquim 'ajudando' o gaúcho Getúlio a 'entrar para a história'; a Tropa em 1961 sem permitir o vice ocupar o seu lugar de presidente e a mesmíssima Tropa, três anos depois derrubando o presidente. Há de se falar também do cofre da usina que fabricou o golpe de 64 - Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais ( IPES) , abarrotado com recursos de empresas brasileiras e americanas.
Corte para 2016
Só na Paulista, um milhão de pessoas foram empurradas pelos gigantes midiáticos para respaldar as malandragens dos parlamentares golpistas e 500 milhões da FIESP (o economista J. Carlos de Assis nunca foi contestado para garantir a derrubada da presidenta de 54 milhões de votos. A novidade ficou por conta da participação competente do judiciário, que garantiu a complementação do golpe.
Portanto, fica muito fácil identificar nos atentados à democracia do Brasil - como de resto em toda a AL, as impressões digitais da imprensa, dos militares, de políticos desprovido de senso democrático, do sistema judiciário e com o respaldo absoluto e indispensável da galera que habita a Casa Grande, sempre movida por seus interesses econômicos.
Há de se informar que em todos movimentos golpistas, o apoio popular sempre foi devidamente forjado nas entranhas do sistema midiático. Estamos falando da passeata dos 100 mil(1964), com a participação dos cofres do IPES; da galera que inundou as ruas do país (2016) tangida pela força do Sistema Globo.
Ressalve-se, no entanto, que a considerar as turbulências mais recentes no mundo político, é sensato acreditar que o sistema judiciário e os meios de comunicação mais influentes não estão interessados em embarcar numa aventura golpista.
Isso posto, há de se perguntar onde estariam os alicerces para o Capitão se apoiar e colocar em prática seus instintos totalitários, fartamente anunciados por ele próprio em seus discursos, em suas conversas com a boiada?
O respaldo espontâneo de 1/4 da população brasileira seria suficiente para consolidar suas ambições golpistas? E as 'vivandeiras' do centrão, estariam todas dispostas a ir ao 'bivaque bulir com os granadeiros'?
Fale-se também dos pacotes de agrado às corporações policiais e do incentivo armamentista à população 'bovina', por vias legislativas e no estímulo verbal recorrente.
Talvez, o que mais anda assombrando (e muito) os democratas deste imenso país, seja os 8 mil 'granadeiros' estrategicamente distribuídos pelo governo afora e o general saindo do MINISTÉRIO DA DEFESA (sem acrescentar um único voto, numa eleição muito difícil) direto para chapa do Capitão.
Junte-se a tudo isso, a insistência irracional de comprometer a credibilidade das urnas eletrônicas...
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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