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    Sebastião Costa

    Médico pneumologista

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    As chances de um golpe

    Andam assombrando este país os 8 mil 'granadeiros' distribuídos pelo governo afora e o general saindo do Ministério da Defesa direto para chapa do Capitão

    (Foto: Divulgação / Paulo Pinto (Agência Senado))

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    Se o pensamento de Merval Pereira, porta-voz da família Marinho, tem alguma credibilidade, os democratas deste país têm muito com que se preocupar daqui pra frente. E o que dizer das palavras do atual presidente do TSE, Edson Fachin que acredita na IMINÊNCIA de um golpe?

    Impossível desconectar golpes no Brasil do pedigree golpista da imprensa tupiniquim; da atração irresistível pelo poder de políticos que transitam pela direita; do currículo sem carinho à democracia da Tropa e claro, do apetite econômico aguçado e o fastio democrático da elite brasileira.

    Quem melhor traduziu a voracidade golpista dos políticos que caminham à direita da praia ideológica foi o presidente Castelo Branco nos idos de 64:
    "As vivandeiras alvoroçadas  foram ao bivaque bulir com os granadeiros". O marechal se referia aos udenistas, os mesmos que hoje infestam o Congresso nacional  aboletados no Podemos, União Brasil, Republicanos, PL de Bolsonaro...

    Um olhar mais atento no retrovisor da história e vamos enxergar a imprensa tupiniquim 'ajudando'  o gaúcho Getúlio a 'entrar para a história'; a Tropa em 1961 sem permitir o vice ocupar o seu lugar de presidente e a mesmíssima Tropa, três anos depois derrubando o presidente. Há de se falar também do cofre da usina que fabricou o golpe de 64 - Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais ( IPES) , abarrotado com recursos de empresas brasileiras e americanas.

    Corte para 2016

    Só na Paulista, um milhão de pessoas foram empurradas pelos gigantes midiáticos  para respaldar as malandragens dos parlamentares golpistas e 500 milhões da FIESP (o economista J. Carlos de Assis nunca foi contestado para garantir a derrubada da presidenta de 54 milhões de votos. A novidade  ficou por conta da participação competente do judiciário, que garantiu a complementação do golpe.

    Portanto, fica muito fácil identificar nos atentados à democracia do Brasil  - como de resto em toda a AL, as impressões digitais da imprensa, dos militares, de políticos desprovido de senso democrático, do sistema judiciário e com o respaldo absoluto e indispensável da galera que habita a Casa Grande, sempre movida por seus interesses econômicos.

    Há de se informar que em todos movimentos golpistas, o apoio popular sempre foi devidamente forjado nas entranhas do sistema midiático. Estamos falando da passeata dos 100 mil(1964), com a participação dos cofres do IPES; da galera que inundou as ruas do país (2016) tangida pela força do Sistema Globo.

    Ressalve-se, no entanto, que a considerar as turbulências mais recentes no mundo político, é sensato acreditar que o sistema judiciário e os meios de comunicação mais influentes não estão interessados em embarcar numa aventura golpista.

    Isso posto, há de se perguntar onde estariam os alicerces para o Capitão se apoiar e colocar em prática seus instintos totalitários, fartamente anunciados por ele próprio em seus discursos, em suas conversas com a boiada?

    O respaldo espontâneo de 1/4 da população brasileira seria suficiente para consolidar suas ambições golpistas? E as 'vivandeiras' do centrão, estariam todas dispostas a ir ao 'bivaque bulir com os granadeiros'? 

    Fale-se também dos pacotes de agrado às corporações policiais e do  incentivo armamentista à população 'bovina', por vias legislativas e no estímulo verbal recorrente. 

    Talvez, o que mais anda assombrando (e muito) os democratas deste imenso país, seja os 8 mil 'granadeiros' estrategicamente distribuídos pelo governo afora e o general saindo do MINISTÉRIO DA DEFESA (sem acrescentar um único voto, numa eleição muito difícil) direto para chapa do Capitão.

    Junte-se a tudo isso, a insistência irracional de comprometer a credibilidade das urnas eletrônicas...

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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