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    Juca Ferreira

    Sociólogo, ministro da Cultura

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    As lições de Marielle - Os caminhos da barbárie para a democracia

    A triste e revoltante execução de Marielle Franco decretou a morte simbólica de um Brasil catatônico, bestializado e vilipendiado pelo golpe que usurpou a democracia, a cidadania e a soberania nacional. A dor brutal acordou o Brasil. A voz silenciada à bala destravou o grito preso na garganta

    As lições de Marielle - Os caminhos da barbárie para a democracia (Foto: Ninja)

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    A triste e revoltante execução de Marielle Franco decretou a morte simbólica de um Brasil catatônico, bestializado e vilipendiado pelo golpe que usurpou a democracia, a cidadania e a soberania nacional.

    O Brasil do golpe, que naturaliza as desigualdades sociais e convive com um dos maiores índices de violência, morreu no Estácio.

    Morreu pelo sangue de Marielle e do motorista Anderson, que tombaram como milhares de negros pobres e trabalhadores imolados por um aparato de opressão e violência entranhado nas vísceras do Estado, nas instâncias políticas, policiais, judiciais; nas corporações privadas e em quase todas as estruturas sociais e nas consciências brasileiras.

    O povo pobre que vive nas periferias e favelas brasileiras é submetido pela violência dos traficantes, das milícias e das polícias. Esse Brasil herdeiro da escravidão é um cadáver insepulto que teima em permanecer em pleno século XXI.

    A dor brutal acordou o Brasil. A voz silenciada à bala destravou o grito preso na garganta.

    Basta!

    O Brasil mudou. Quer mudar. Se manifestou contra a barbárie e pelo direito à vida sem as ameaças de morte. O país sonha com um futuro melhor.

    A morte em sacrifício restabeleceu a energia vital da nação, retirou o país da letargia e refez laços de cidadania e fraternidade. Estamos de pé e devemos seguir em frente.

    O pior que pode acontecer é nos desmobilizarmos ou nos deixarmos manipular pelo aparato de comunicação e pelas instituições que trabalham para perpetuar esse Brasil injusto. Sigamos em frente.

    Primeiro, como a questão que vai permitir enfrentarmos todas as outras, vamos ter que recuperar a democracia usurpada pelo golpe.

    As eleições de 2018 devem ser garantidas sem tutelas, nem restrições que se sobreponham à vontade popular, assegurando a todos o direito de participar do pleito. Inclusive Lula, o preferido dos brasileiros.

    Debates eleitorais, livres e democráticos, deverão definir o projeto de Brasil que os brasileiros e brasileiras querem implantar daqui para a frente. Desde o enfrentamento da violência e do crime organizado, até o restabelecimento da Soberania Nacional e a criação de uma estratégia de desenvolvimento sustentável.

    Sigo falando desse processo num próximo post, logo mais. Siga comigo. Vamos debater e apontar os caminhos que vão nos ajudar a fazer a travessia da barbarie para a democracia.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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