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    Alex Solnik

    Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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    Até que enfim Bolsonaro reconhece vitória de Lula

    "As urnas de 2026 serão as mesmas de 2022", escreve Alex Solnik

    Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Mariana Greif)

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    Bolsonaro passou todo o seu mandato com uma ideia fixa: as urnas eletrônicas são controladas por Lula. E estão programadas por seus amigos do TSE para ele sempre ganhar. Foi uma marca do seu governo. Ninguém tira isso dele. E depois dizem que ele não fez nada em quatro anos.

    Nos últimos meses antes da sua tentativa de reeleição, a ideia fixa virou obsessão e ele passou a pedir ajuda a todos, seja o presidente do seu partido, o general do ministério da Defesa e até embaixadores. Pediu socorro a Deus e ao mundo contra as urnas eletrônicas. Só o voto impresso o salvaria.  

    Alguns até tentaram ajudá-lo, redigindo as famosas minutas do golpe, e participando de reuniões clandestinas, mas outros puseram tudo a perder, como o notório ajudante-de-ordens Mauro Cid, que fazia questão de deixar tudo gravado em seu celular, certamente com a melhor das intenções, convencido de que aquilo entraria para a história do Brasil como um episódio heróico e patriótico.

    Acho que ele foi mais um atrapalhante-de-ordens.

    O resultado, a vitória de Lula, Bolsonaro não viu como derrota e sim como vitória da sua tese de que as urnas conspiravam a favor de seu adversário.

    Fechou-se, então, no palácio, empenhado em reunir as Forças Armadas para impedir a posse daquele que foi eleito pelas urnas, não pelo povo - como ele via o resultado, em seu delírio.

    De mal com as urnas, jamais reconheceu o que elas indicaram, não cumprimentou o vitorioso, não passou a faixa presidencial e, estranhamente, voou para os Estados Unidos na véspera da posse do novo presidente.

    Agora que está inelegível até 2030, insiste em disputar a presidência já em 2026 . 

    Como as urnas de 2026 serão as mesmas de 2022, ou está disposto a perder novamente, ou reconhece que as urnas não são controladas por Lula e seus amigos do TSE.     

    É uma forma de reconhecer a vitória de Lula, ainda que indireta e tardiamente.

    De qualquer modo, até os condôminos do Vivendas da Barra sabem que ele nunca mais será candidato a nada, a não ser a ser preso.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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