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Davis Sena Filho

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Bandido não é preso político — Lugar de bandido é na cadeia

O STF, a PF e a PGR têm de se movimentar para que os crimes de autoria do pior presidente da história do Brasil não sejam repetidos por candidatos a ditador

Jair Bolsonaro e atos golpistas de 8 de Janeiro (Foto: REUTERS)

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“Vergonhoso projeto que entra em debate na CCJ da Câmara, para anistiar golpistas e terroristas do 8 de janeiro. Plantaram bomba no aeroporto, queimaram ônibus e sede da PF, depredaram Congresso, STF e Planalto. E querem que o Brasil esqueça seus crimes, a começar pelos do chefe. Não brinquem com a democracia” — Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT e deputada federal.

Primeiro, os bandidos que afirmam não serem bandidos, tornaram-se, sim, bandidos ou bandidas. Muitos não eram criminosos, mas por livre arbítrio cometeram crimes, e com gosto, como foi mostrado ao vivo pelas televisões e redes sociais. E, dessa forma, tornaram-se bandidos. Crimes graves cometeram, diga-se de passagem, quando, do alto de sua arrogância, prepotência, intolerância e violência, a turba enfurecida de delinquentes resolveu coletivamente quebrar, pichar, inundar e queimar as sedes dos Três Poderes da República.

Poucos dias antes, a escória de bandidos e bandidas resolveu, com determinação e muito ódio, tocar fogo em carros e ônibus, bem como invadiu uma das unidades da Polícia Federal no centro de Brasília ao tempo em que promoviam um quebra-quebra com direito a se valer do fogo, além de tentar explodir um caminhão de combustível no Aeroporto de Brasília.

Por sua vez, por que todo o vandalismo e selvageria praticados pela malta bolsonarista essencialmente fanática? Simples é a resposta: os bolsonaristas há meses acampados nos arredores do Quartel General conhecido como Forte Apache, não aceitavam a titânica vitória eleitoral de Lula, que deu fim à destruição do País por parte de Jair Bolsonaro e seus asseclas de extrema direita, que durante quatro anos transformaram o Estado nacional em inimigo dos interesses do Brasil, dos trabalhadores e da população brasileira em geral.

Porém, parlamentares bolsonaristas, de extrema direita, muitos deles dos espectros religioso, armamentista e do agronegócio, estão em grande número a fazer campanha no Senado e na Câmara a fim de anistiar os golpistas e delinquentes que envergonharam o País em 8 de janeiro. Eles querem simplesmente que os criminosos do 8 de janeiro condenados pelo STF, tanto os que estão no presídio quanto os que portam tornozeleiras eletrônicas, além dos que estão foragidos da Justiça, sejam anistiados dos seus graves crimes.

É isto mesmo, camarada! Cometeram crimes gravíssimos contra a nação brasileira e simplesmente esses deputados e senadores de almas e verves golpistas pretendem que tais bandidos e bandidas saiam livres pelas portas dos presídios, se bobear de cabeça em pé, a mostrar as marcas das tornozeleiras como troféus e ainda comemorar a soltura com amigos e parentes na frente da cadeia com direito a falar absurdos para os repórteres que porventura estejam cobrindo a liberdade de bandidas e bandidos anistiados. Surreal!

A verdade é que, ressalto novamente, os sentenciados por causa dos atos antidemocráticos cometeram crimes e foram condenados pela Corte Suprema por tentativa de golpe de estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Como se percebe, não se trata de senhorinhas e de senhorinhos ingênuos e inocentes, a carregarem bíblias, enquanto as sedes dos Três Poderes eram criminosamente depredadas.

A realidade dos fatos é que essa gente destrambelhada, de ignorância ímpar, de modos e ações celerados demonstrou profundo desprezo pela Constituição, pelas instituições republicanas e, por fim, pela ordem democrática, sendo que em especial se voltaram contra o sistema eleitoral, que jamais foi violando em quase trinta anos de existência, bem como a organizar eleições com urnas eletrônicas, que no decorrer do governo militar e ultraliberal de Jair Bolsonaro foi questionada diuturnamente, sendo que o político de ideologia fascista jamais apresentou provas de violações de urnas.

Bolsonaro é um completo irresponsável e inconsequente, além de incompetente, com vocação para ditador. Hoje o extremista de direita está inelegível, quando, na verdade, deveria estar preso há muito tempo, porque o fascista, juntamente com generais, coronéis, lideranças religiosas e empresários, é o verdadeiro chefe da tentativa de golpe de estado por parte dos bolsonaristas, que foram usados como bucha de canhão, mas saliento que ninguém é inocente e ingênuo, como querem fazer crer os políticos de direita em relação à hipotética e absurda anistia aos bolsominions condenados por serem criminosos. Comprovadamente.

Vamos parar de brincadeira de mau gosto, porque os crimes que cometeram não podem ser perdoados. Os golpistas de 1964 não foram punidos e deu no que deu: depuseram a presidente legítima e constitucional Dilma Rousseff e prenderam o maior e mais importante presidente deste País, juntamente com o estadista Getúlio Vargas. Lula ficou preso 580 dias e seus inimigos e detratores, muitos a serviço da Justiça, do MPF e da PF, além dos políticos golpistas de direita e da imprensa de mercado, jamais apresentaram provas reais de que um dia Lula tenha incorrido em malfeitos. Jamais.

Agora o Brasil tem de aturar desmandos, insensatez e provocações por parte da presidente de extrema direita da CCJ da Câmara dos Deputados, Caroline de Toni (PL/SC). Ela e seus comparsas de Comissão estão a “analisar” o projeto que anistia bandidos e bandidas que tentaram um golpe de estado e que destruíram, ipsis litteris, os palácios dos poderes da República. Nada mais simbólico e real quanto às intenções dessa extrema direita de essência golpista e que luta há séculos para transformar o Estado nacional em um bunker dos interesses da rica burguesia, que considera o atraso e o retrocesso como desenvolvimento, enquanto a população perde seus direitos conquistados a partir de 1930.

É vergonhoso e escandaloso a anistia que os derrotados por Lula nas eleições de 2022 pretendem fazer. A verdade é que gente da estirpe de Caroline de Toni deveria ser severamente investigada, porque ela é sem dúvida, como outras e outros que empesteiam a República, responsável pelo radicalismo que se perpetua no Brasil, bem como sua luta política é inglória, porque seus atos sempre têm a intenção de jogar mais combustível no incêndio e assim manter a sociedade brasileira refém, ad eternum, do subdesenvolvimento e das injustiças sociais.

Para quem não sabe, é assim que procede a direita e a extrema direita, hipocritamente, em nome da “Liberdade”, de “Deus”, da “Família” e da “Pátria”. A verdade é que o Deus dessa gente perversa é tão cruel quanto eles são. A Pátria é apenas um lugar para eles explorarem os trabalhadores e enriquecer com as benesses do Estado, a Família, que o diga o Bolsonaro e seus inúmeros casamentos.

Nada contra a pessoa casar várias vezes — digo eu. Sou contra a hipocrisia e canalhice desse sujeito desqualificado e desequilibrado. Falso moralista. E, por fim, a liberdade. Deve ser a liberdade de cometer toda a violência que quiser para manter o status quo escravocrata e aprovar projetos draconianos como este da anistia para liberar da cadeia bandidos e bandidas golpistas, que tentaram dar um golpe de estado por meio da violência. Não é mesmo, cara-pálida?

Enquanto isso os golpistas do Congresso, que jamais pensaram no Brasil, porque considerado por eles um País que serve apenas para enriquecê-los por meio de mão de obra barata e extinção de direitos da população, ficam a maquinar resoluções que tem por finalidade manter a luta política de forma radical. São bolsonaristas que apostam no quanto pior é melhor.

Querem peitar o STF e o Governo Lula de maneira capciosa, ladina e mal intencionada, de forma a manter o País dividido até que o chefe dos bolsonaristas seja anistiado também e concorra à Presidência em 2026. O propósito da anistia para os extremistas de direita é anistiar Jair Bolsonaro, que deveria já estar preso por causa de seus inúmeros crimes. Afinal, bandido não é preso político. Lugar de bandido é na cadeia.

Prender Jair Bolsonaro é necessário, não por ele ser o que representa: violência, intolerância, irresponsabilidade e golpismo. Mas, sobretudo, por ser ele autor de crimes, conforme as investigações da PF e da PGR. Sua prisão não é apenas uma questão de punir a quem comete crimes no exercício do cargo, mas também é uma questão de civilização.

O STF, a PF e a PGR têm de se movimentar de maneira republicana para que os crimes de autoria do pior presidente da história do Brasil não sejam repetidos pelos candidatos a ditador no futuro. É também uma questão de segurança nacional tal indivíduo ser severamente punido.

O desgoverno de Jair Bolsonaro causou imensos e insondáveis sofrimentos ao povo brasileiro e prejuízos irreparáveis à economia do Brasil e ao Estado nacional. A Justiça sabe disso. Prender Bolsonaro e seus comparsas é asseverar que o crime não compensa. Bolsonaro nunca mais! É isso aí.

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