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    Teonilio Barba

    Deputado estadual pelo PT-SP

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    Bolsonaro e Doria: cúmplices no avanço do coronavírus

    Ambos são farinha do mesmo saco. A postura do presidente e o discurso do governador demonstram a relação direta entre a liderança em casos de Covid-19 e mortes, em São Paulo, e os baixos investimentos na saúde e o desmonte do SUS

    Dia após dia, temos sido assombrados com o avanço do coronavírus que, em São Paulo, se apresenta de forma dramática, afetando cada vez mais moradores pobres da periferia da capital e das cidades da região metropolitana.

    As cenas mórbidas de pacientes agonizantes na busca de socorro e de enterros coletivos, sem ritos e despedidas, acontecem pelo Brasil afora,  enquanto o presidente do país reage com desdém e ironia ao sofrimento daqueles que perderam um ente querido, demonstrando sua verdadeira vocação genocida.

    “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou messias, mas não faço milagres.” Assim respondeu Jair Bolsonaro ao ser indagado sobre o número recorde de mortes no nosso país, na última terça-feira, 28/4.

    Queremos juntar nossas vozes às de todos os brasileiros e brasileiras que exigem respeito aos seus mortos, às vítimas de uma doença que deixa um rastro crescente de dor e destruição nas nossas vidas, nas nossas famílias.

    Como se não bastasse a manifestação de desprezo pela vida da população, Bolsonaro dispara contra governadores e prefeitos, numa retórica que pretende, unicamente, acumular dividendos eleitorais. E mais danos se seguem a essa bravata.

    Em São Paulo, João Doria alimenta a disputa com respostas de efeito e segue em omissão dissimulada, blindado pela mídia que esconde a responsabilidade do governador e de seu partido na escalada de mortes no Estado.

    Ambos são farinha do mesmo saco. A postura do presidente e o discurso do governador demonstram a relação direta entre a liderança em casos de Covid-19 e mortes, em São Paulo, e os baixos investimentos na saúde e o desmonte das diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) que levaram à privatização e sucateamento de equipamentos e programas de saúde, como a Estratégia de Saúde da Família, a rede de urgência e emergência, o Mais Médicos, o Samu.

    A crueldade de Doria foi além da de seus antecessores, pois o atual governador colocou no balcão de negócios os institutos de pesquisas, como o Instituto Botânico, Instituto Butantan, responsáveis por produção de vacinas, e a  Fundação para o Remédio Popular (Furp). Destruição ainda não concretizada, João Doria tinha em sua mira, nos últimos tempos, fechar a Fundação Oncocentro de São Paulo, que realiza estudos e pesquisa em cancerologia.

    Quem não se lembra da gritante crueldade das ações higienistas de Doria contra os moradores de rua, assim que chegou à prefeitura da capital, em 2017? No governo do Estado,  ele deu continuidade à diminuição de recursos para programas que ofereciam o mínimo de assistência social à população mais vulnerável. A falta de moradia digna,  de acesso a água potável, de saneamento básico, está diretamente ligada à crise sanitária que só favorece a pandemia, em especial nas regiões mais pobres da capital e do Estado.

    Quem não se lembra da gritante crueldade das ações higienistas de Doria contra os moradores de rua, assim que chegou à prefeitura da capital, em 2017? No governo do Estado,  ele deu continuidade à diminuição de recursos para programas que ofereciam o mínimo de assistência social à população mais vulnerável. A falta de moradia digna,  de acesso a água potável, de saneamento básico, está diretamente ligada à crise sanitária que só favorece a pandemia, em especial nas regiões mais pobres da capital e do Estado.

    Muitas vidas poderiam ter sido poupadas se João Doria e todos os que o antecederam no governo de SP não tivessem perseguido o Estado Mínimo, com contenção de investimentos, privatização de todos os ativos do Estado, destruição de serviços públicos e desvalorização dos trabalhadores públicos.

    Bolsonaro e Doria são igualmente responsáveis pela catástrofe que vivemos, com o país em luto, perdendo a corrida pela vida.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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