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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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Bolsonaro e os filhos não têm coragem para participar do caos que estão organizando

'A dúvida no País trata da possibilidade de Bolsonaro e dos filhos dele participarem ativamente do caos que levaria a um golpe', diz o colunista Moisés Mendes

Flavio, Jair, Eduardo e Carlos Bolsonaro (Foto: Flickr/Bolsonaro)

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Por Moisés Mendes, para o 247

O mais corajoso depoimento contra Donald Trump, na investigação sobre a invasão do Capitólio em janeiro do ano passado, é o de uma ex-assessora da Casa Branca.

Segundo Cassidy Hutchinson, o fascista tentou dirigir um carro da segurança do governo, com a intenção de se dirigir ao Congresso e liderar a ação dos invasores.

Pode ter sido um blefe, mas a cena foi criada. A dúvida que passa a circular no Brasil, e que não é banal, trata da possibilidade de Bolsonaro e dos filhos dele participarem ativamente do caos que levaria a um golpe.

Bolsonaro já foi desarmado com facilidade por um bandido que o assaltou no Rio. Mas ele e os filhos se apresentam como machos valentes que sabem usar armas, mesmo que essas geralmente sejam representadas com os dedos.

Os filhos de Bolsonaro têm coleções de fotos em que fazem pose com fuzis e também com as arminhas das mãos.

No vídeo já famoso em que aparece com Carluxo num clube de tiro, Bolsonaro é mostrado no exato momento em que tenta fazer um disparo sem destravar a pistola.

O belicismo que parece retórico e pantomímico é a marca da família e dos que estão no entorno, dentro e fora do poder, incluindo os militares.

Mas essa valentia se manifestaria assim tão vigorosa e intensa em circunstâncias que poderiam pôr à prova as habilidades armamentistas do pai e dos três filhos?

Bolsonaro e os garotos têm mandado recados sobre a possibilidade de disseminação do caos, antes, durante ou depois da eleição.

Em algum momento ficaremos sabendo se eles incentivariam suas milícias a provocar tumultos e atos violentos e se também se envolveriam com as arruaças. Mas é preciso que o projeto do golpe avance.

Não é uma questão qualquer. O Brasil precisa saber o que os Bolsonaros farão quando atiçarem as hordas da extrema direita contra o Supremo, para atingir o TSE, a eleição e a democracia.

Esses valentes de palco, que estimulam os outros a pensar na guerra imunda, seriam suficientemente corajosos para pelo menos simular o que Trump disse que faria para se juntar ao invasor com o chapéu de guampas?

A reposta mais óbvia, mais terrivelmente ululante, é não. Bolsonaro e os filhos exaltam a violência e as armas, mas não terão coragem para participar de nada do que estão fomentando.

Eles tentarão fazer aqui o que os golpistas civis bolivianos fizeram em 2019, incentivando a polícia a se amotinar e mandando que a milícia armada Resistencia Juvenil Cochala, de Cochabamba, saísse às ruas para derrubar Evo Morales.

Ninguém deve imaginar, nem mesmo dentro do governo, que Bolsonaro e os filhos dele tenham coragem para se juntar a golpistas, se o plano da disseminação do caos for levado adiante.

A família já mostrou que coragem não é o seu forte. Os Bolsonaros esperam que uma faísca desencadeie a desordem e que os milicianos e os militares se encarreguem do resto.

E eles? Eles ficarão em casa mandando as hienas para as ruas. O limite de Bolsonaro foi a participação nos atos de Sara Winter na Esplanada.

Mas Sara Winter foi abandonada e saltou fora do golpe. E não podemos esquecer que, para tentar se salvar,  dias depois Trump condenou e abandonou os invasores.

Bolsonaro e os filhos serão testados com o plano de esculhambar com a eleição, mas já se sabe o que farão. A família fugirá da guerra suja do golpe assim como tenta desesperadamente fugir da eleição.

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