Bolsonaro torce para o PT se aliar ao bloco do Maia
A esquerda está sendo induzida ao erro. Não pelo bloco do Maia, mas por Bolsonaro e seus generais estrategistas. Senão vejamos.
- Bolsonaro não age por conta própria. Ele é comandado/assessorado, em todos os passos, por seus generais, vários deles treinados em técnicas de guerra psicológica e híbrida;
- O presidente segue um roteiro previamente estudado pelos militares. Não há fala nem ação espontânea. Os militares estrategistas tem o cuidado de dar uma aparência de espontaneidade ao comportamento do presidente;
- Uma das expertises dos militares são as chamadas táticas diversionistas. Elas tem o objetivo principal de enganar os inimigos para induzi-los a erros, seja criando fatos inexistentes, seja semeando falsas informações. O clima de caos aparente do governo Bolsonaro é a expressão concreta dessa estratégia;
- No plano estratégico de Bolsonaro há metas de curto, médio, longo e curtíssimo prazo. Quando ele sai de manhã do Palácio do Planalto, ele sabe exatamente o tipo de assunto que deve abordar para causar ressonância durante o dia; ele sabe quem deve ofender e com que expressões ou palavrões irá ofender as pessoas previamente escolhidas;
- O objetivo dessa tática ofensiva (adaptação para a política das chamadas guerras psicológicas), é gerar raiva, medo e confusão mental. Com medo, as pessoas não reagem. Com raiva, as pessoas reagem de forma emotiva e irracional. Movidos por medo ou raiva (ou pela combinação desses sentimentos), as pessoas tomam decisões equivocadas; ao invés de se beneficiarem, acabam se prejudicando, o que na linguagem popular chama-se “dar um tiro no pé”;
- É na exposição dessa agenda grotesca do presidente (planejada com método para ser espetaculosa) que reside a utilidade do Bolsonaro. Sem isso, ele se torna inútil para as oligarquias financistas, correndo o risco de ser afastado a qualquer momento;
- Bolsonaro chegou à metade do seu mandato. Considerando tudo o que de ruim aconteceu sob seu governo, ele ainda tem apoio social suficiente para sonhar com a reeleição. Nos próximos dois anos, ele precisa apenas repetir o que tem feito até aqui para garantir uma vaga no segundo turno da eleição de 2022;
- O principal desafio de Bolsonaro continua sendo apresentar-se como o líder anti-sistema. A formação de dois grandes blocos para a disputa da mesa da Câmara dos Deputados encaixa-se perfeitamente nos planos dele. Ele, o líder anti-sistema, estará sozinho num dos lados. Do outro lado estará o “sistema” político tradicional, com sua corrupção, seu desejo de manter as mamatas, a intenção deles de sabotar o seu governo, que quer apenas beneficiar as “pessoas de bem” que trabalham e não vêem nenhum benefício vindo do Congresso e do STF;
- Ao interferir diretamente no processo eleitoral da Câmara, a prioridade de Bolsonaro e seus generais (lembrar que o articulador do governo junto ao Congresso é o general Ramos) não é tanto eleger seu candidato, mas usar esse processo eleitoral como modelo didático para travar a disputa político-ideológica. Interessa menos a vitória e mais as fotos, as entrevistas, os compromissos, as negociatas;
- Bolsonaro não precisa vencer a eleição para a presidência da Câmara para ter êxito na sua estratégia nos próximos dois anos. Ele só precisa garantir, no mínimo, 171 deputados que lhe sejam fiéis, para não ser aberto qualquer processo de impedimento. E isso é fácil conseguir. Ele tem caneta para assinar destinação de emendas e nomeação de cargos;
- Com o agravamento da crise econômica e social a partir deste ano, Bolsonaro disputará diretamente a hegemonia política sobre os milhões de desamparados. Se todos os partidos opositores ao governo estiverem reunidos num único bloco do outro lado, carregando os ônus da pauta antipopular defendida com ardor pelo bloco do Maia, Bolsonaro levará ampla vantagem nessa disputa. Porque a comunicação dele é mais eficiente e profissional, enquanto que os partidos de centro-esquerda perderão toda moral para se apresentar como defensores do povo;
- as movimentações do deputado Arthur Lira junto a lideranças do PT e os ataques abomináveis de Bolsonaro à ex-presidente Dilma Rousseff são táticas diversionistas para empurrar o PT a apoiar o bloco da direita liberal liderada por Rodrigo Maia.
Essa é a estratégia montada por Bolsonaro e seus generais. O que a esquerda pode fazer para que essa estratégia não dê certo. Quase nada.
Mas a esquerda – e em especial o PT, maior partido desse campo – pode e deve elaborar a sua própria estratégia.
A tarefa mais urgente para a esquerda sair da defensiva é se reconectar com sua base social. Isso vai na direção contrária da aliança com o bloco do Maia. Tudo o que é essencial ao PT para voltar a dialogar com a sociedade, está ausente da agenda da aliança com o bloco hegemonizado pela direita neoliberal. Justamente porque foi dela a iniciativa de suprimir os direitos dos trabalhadores. E hoje continua, por exigência do grande capital especulativo, a exigir pressa na aprovação de medidas de desmonte do Estado do bem-estar da Constituição Federal de 1988; exige pressa também para a completa entrega da soberania nacional.
Antes do início da pandemia, havia o risco real de Bolsonaro implantar um regime abertamente totalitário. Não defendia o golpe apenas com palavras; suas milícias, apoiadas por agentes públicos em cargos-chave em vários escalões da República e dos Estados, ensaiavam concretamente a escalada autoritária. Mas o presidente sofreu sérios revezes. A espada de Damocles pende sobre sua cabeça; ela pode ser manejada no momento oportuno, caso o establishment decida que Bolsonaro não serve mais.
Não se deve, no entanto, desprezar o perigo que Bolsonaro ainda possa vir a representar. Todos sabem que ele está à espera de uma oportunidade para dar o bote. Mas o argumento de que é preciso votar no bloco do Maia para conter o avanço da escalada autoritária, neste momento em que o presidente perdeu grande parte do seu apoio social, político e institucional, é desprovido de fundamento. Isso para dizer o mínimo. Não seria exagero afirmar que é um argumento falso, pois não respaldado pelos fatos. O argumento não se sustenta sob nenhum aspecto.
Onde se identifica agora o avanço do perigo fascista de Bolsonaro? Nas falas pornográficas contra jornalistas? Na apologia à tortura contra mulheres?
Onde está a novidade? Quando Bolsonaro não falou isso? Não foi por conta disso, em grande parte, que ele foi eleito? Não é mais educativo deixar que os seus eleitores se olhem no espelho e possam chegar à conclusão de que não devem eleger pessoas tão desprezíveis apenas porque estão com raiva de alguém?
Uma das coisas que Rodrigo Maia disse em entrevista recente é de que a formação do bloco por ele liderado visa, entre outras coisas a “... discutir democracia [...] reduzir os radicalismos da política brasileira”. Baleia Rossi falou da necessidade de por fim à disseminação do ódio. Também lideranças de esquerda tem abordado os temas da dispersão do ódio e da defesa da democracia.
É preciso abrir um parênteses aqui. Até para fazer justiça a Bolsonaro. Não foi ele quem liderou o processo golpista que derrubou a presidente Dilma, abrindo caminho para a destruição do Estado de direito. E não é ele, Bolsonaro, o responsável pelo clima de ódio instalado no país. Tudo isso é anterior a Bolsonaro.
Devem ser dados os créditos – tanto do ódio quanto do desrespeito ao Estado de direito – para os verdadeiros autores. Não podem ficar ausentes dessa lista: FHC, Aécio, Cunha, Temer, os líderes do partido do Maia, grandes veículos da mídia corporativa (destaque para a Globo), oligarquias financistas, setores do judiciário (STF incluído, por acovardamento), setores do Ministério Público. Somente depois, muito depois – como diz a canção – é que viria Bolsonaro. E então ele deve ter pensado: se todos esses (“que atravancam o meu caminho”, liberdade poética; crédito para Mário Quintana) puderam semear o ódio, se puderam pisotear a Constituição impunemente, por que eu não?
Bolsonaro apenas foi mais esperto e fez a colheita do ódio, deixando os originais (atual bloco do Maia) comendo poeira. Agora os originais (autores intelectuais do ódio) precisam atrair a esquerda para tentar, de alguma forma, se eximir do vexame, atribuindo a outrem a autoria que é deles. Por que querem abrir mão dos direitos autorais? Não gostaram do resultado da obra? O único conselho que cabe sobre isso é: joguem conforme as regras; e se perderem, aceitem a derrota e tentem outra vez. Façam como Lula, que aceitou três derrotas sem tentar virar a mesa.
E ainda, para que a história não corra o risco de ser falsificada: todos os originais (os principais, na linguagem do povo quando se refere aos protagonistas de uma epopeia ficicional) disseminadores do ódio e pisoteadores da democracia estão hoje escondidos sob o guarda-chuva de Maia; não estão com Bolsonaro.
Devemos sim trabalhar para dispersar o ódio reinante na sociedade, preservar o Estado democrático de direito. Mas devemos fazê-lo com gente que de fato acredita nisso, que tem compromisso concreto com essa agenda. E a história é por ora o melhor parâmetro para avaliar em quem se pode confiar. Se em passado recente essas pessoas não tiveram compromisso com a democracia, por que iremos acreditar que agora enfrentarão de forma corajosa o terrível e autoritário presidente da república que também tem desprezo pela democracia?
O Congresso e o STF tem os motivos e os meios necessários para afastar o presidente. É só querer fazê-lo. Se não o afastam é porque isso não interessa ao establishment. Aqui também é pertinente um lembrete histórico: nos momentos cruciais, o sistema judicial brasileiro sempre tendeu favoravelmente para o lado das forças políticas e econômicas reunidas em torno do chamado de “bloco do Maia”. O que deveria deixar a esquerda tranquila de que nada de ruim acontecerá que esteja em desacordo com esse bloco, estando ele ou não na presidência da Câmara. É um assunto que não pertence à esquerda.
Tudo isso é para dizer que a esquerda, aliando-se ao bloco do Maia, não terá nenhuma influência capaz de mudar qualquer coisa no rumo atual das coisas. Porque nessa arena de disputas políticas entre as elites dominantes tudo está andando como deve andar. No popular, está tudo dominado. Vai acontecer o que terá que acontecer. Se o establishment considerar que Bolsonaro deverá ser afastado, isso será feito no momento apropriado, com apoio militar, com Supremo com tudo. Se entender que não, nada acontecerá. Enfim, roteiro conhecido. Nada disso está em questão na aliança da esquerda com o bloco do Maia.
Em compensação, as esquerdas, não se integrando (entregando talvez fosse o termo apropriado) ao bloco neoliberal, podem fazer muita diferença se tiveram a inteligência, e a coragem, de lutar por uma pauta que interessa ao conjunto do povo brasileiro. E essa pauta, é preciso sublinhar isso, é antagônica à pauta do bloco do Maia. E não adianta argumentar que existe a pauta econômica e a pauta democrática, de costumes, do ódio, ou do que quer que seja. Não há. Ninguém do bloco do Maia está dando a mínima para isso. É só abrir os olhos e ver o que os mentores do bloco do Maia fizeram no verão passado.
Então é preciso que a esquerda tenha a coragem de assumir uma pauta abertamente antagônica à pauta do bloco do Maia, mesmo que dentro do Congresso essa pauta popular seja francamente minoritária. Pouco importa isso. É preciso lutar pelo que é certo. E não é certo usar argumentos falsos para justificar o injustificável.
Diluir-se no bloco dominado pelos neoliberais é abrir mão de defender os trabalhadores e o povo em geral. É o caminho mais curto para perder o resto da base social que a esquerda ainda tem para travar os duros combates que se avizinham com o aprofundamento da crise. As bases sociais não mais respeitarão esses partidos que dizem representar o povo. Se Bolsonaro der algumas migalhas no próximo ano (é certo que o fará), dezenas de milhões de excluídos ficarão do lado dele e mandarão às favas todos os liberais e seus aliados. Porque o povo acaba entendendo – mesmo que tenha dificuldades conceituais – que “é esse sistema” o principal responsável pelas dificuldades que ele enfrenta. E Bolsonaro será “o anti-sistema”; todos os outros serão o sistema.
É por isso que Bolsonaro torce para que a esquerda, em especial o PT, se junte ao bloco do Maia, o bloco do “sistema”. Ao contrário do que dizem os líderes da esquerda, a aliança com Maia em nada ajuda a conter o avanço fascista; ao contrário, pode ser o atalho para empoderar Bolsonaro de uma forma inédita, transformando-o num verdadeiro Duce fascista. Porque o poder de Bolsonaro advém diretamente das massas; não passa pelo Congresso.
O problema do povo brasileiro é o neoliberalismo tacanho e ultrapassado que só traz vantagens para algumas dezenas de bilionários. Esse portanto deve ser o problema central da esquerda. É contra esse inimigo, que está destruindo o país com uma velocidade incrível, que a esquerda e todos os nacionalistas precisam se levantar.
Não são as falas do ser abominável que destroem a nação brasileira. Falas, por mais malévolas, não tem esse poder. Os uivos raivosos destinam-se mais a entreter a plateia, desviando a atenção do saque a que está submetido o país. Nesse sentido, nenhum outro líder das oligarquias dominantes seria tão útil quanto é Bolsonaro. E é exatamente por esse motivo que ele continua onde está, apesar do que diz e faz.
A esquerda precisa se dedicar à pauta que interessa ao conjunto do povo. Deve manter distância dessa elite parasitária, formada por uma minoria de milionários e bilionários que só se interessa pelas oscilações de bolsa de valores. O PT, que governou o país por 13 anos, precisa voltar a dialogar com o Brasil que trabalha e produz riquezas. Para essa turma que enriquece a olhos vistos sem produzir um parafuso sequer deve propor a tributação dos super-ricos. É a única coisa que a esquerda tem a dizer para esse segmento. Por que a esquerda não fala disso de forma incessante? Os bilionários tem aqui no Brasil um tratamento privilegiado que não há igual no mundo. A esquerda precisa negar a viabilidade e continuidade desse neoliberalismo que está levando o país ao fundo do poço.
A esquerda precisa passar ao largo da pauta moral e de costumes da extrema-direita. Precisa reafirmar a cada momento que a pauta do bloco do Maia é a da subtração dos direitos sociais de trabalhadores e pobres, da privatização das estatais estratégicas, da quebra de soberania nacional. Qual é a interseção entre a pauta necessária que o PT precisa levar adiante – para honrar a sua história, e para ter perspectiva de futuro – com a pauta do bloco do Maia? É preciso uma poderosa lupa para enxergar algum ponto de convergência.
E não adianta argumentar que a direita liberal (essa do bloco do Maia) tem compromisso com o Estado de direito. Porque a história desmente de forma cabal esse argumento.
É por essas e outras que Bolsonaro está sorridente, que não consegue parar de rir. Ele e seus generais estão conseguindo emplacar seus planos estratégicos; todos cumprem o papel bem do jeito que eles planejam.
Quais são os principais pontos de pauta que efetivamente interessam ao conjunto do povo, que devem ser sistematicamente explicados à sociedade brasileira pelos partidos de esquerda:
- aumento real do salário mínimo, porque a inflação para os mais pobres foi superior a 20% em 2020 (é preciso falar todo dia do feijão e do arroz; mais concretude, menos boataria);
- cobrar do governo Bolsonaro medidas concretas para o crescimento da economia;
- cobrar do governo Bolsonaro medidas urgentes para enfrentar o desemprego e desamparo de mais de 30 milhões de trabalhadores;
- denunciar os verdadeiros interesses por trás da privatização das empresas estatais lucrativas, citando-as constantemente: Petrobras, Eletrobras, Correios, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasi, Dataprev, Serpro (são negociatas para beneficiar meia dúzia de bilionários);
- cobrar do governo e do Congresso a votação do projeto para tributação dos super-ricos, medida capaz de aumentar a arrecadação anual em torno de R$ 300 bilhões, onerando somente 0,3% dos mais ricos. Esses recursos podem ser usados para melhorar a infraestrutura produtiva, a educação, a saúde, a segurança pública, gerando milhões de novos empregos;
- cobrar do governo a adoção de medidas urgentes que garantam a vacinação de todos os brasileiros no mais curto espaço de tempo.
Aos ataques do gabinete do ódio, a esquerda deve responder com sua pauta econômica e social. Não mais jogar o jogo da direita. Trazer o debate para o campo das propostas que realmente interessam à maioria da população.
É isso que vai encurralar a ralé fascista do bolsonarismo. Não é a aliança com a direita liberal que está 100% de acordo com toda pauta econômica de Bolsonaro, que está massacrando os trabalhadores, empobrecendo a classe média, quebrando pequenas e médias empresas e jogando milhões de excluídos de volta ao mapa da fome.
Trazendo o debate para o campo econômico e social, a esquerda pode com facilidade se diferenciar dos políticos e partidos oportunistas, sejam eles de centro, direita ou extrema-direita.
Para a população brasileira não faz diferença alguma se o eleito for o candidato de Bolsonaro ou o de Maia. Se não faz diferença para o povo, por que faria diferença para o PT, que pretende ser porta-voz das maiorias populares?
O PT precisa ser corajoso e verdadeiro. Como foi em outros momentos cruciais da nossa história. Estamos de novo numa encruzilhada. É preciso apontar um caminho. Não importa que sejamos derrotados num primeiro momento. Nunca baixamos a cabeça por sofrer derrotas se temos a consciência de ter combatido o bom combate. Que o digam, por exemplo, as três derrotas de Lula nas disputas para a presidência antes de se eleger. Mas baixar a cabeça sem ao menos lutar depõe contra a história do PT. Decididamente não é por aí que ele vai sair da encruzilhada em que se encontra.
A adesão ao bloco do Maia revela, sobretudo, uma fraqueza que não combina com o PT. Revela falta de convicção e crença nas suas próprias propostas; é dar-se por morto antes mesmo de começar a lutar. Ninguém mais vai levar a sério um partido de esquerda com uma postura tão vacilante.
Essa eleição para a presidência da Câmara deve servir para conscientizar a sociedade em geral, e os trabalhadores em especial, sobre os interesses reais que estão em jogo. O PT deve aproveitar o momento para chamar atenção para isso: mostrar quão poucos são os deputados que representam verdadeiramente os interesses do povo.
Somente com conscientização política é que poderá haver uma correlação de forças mais favorável na próxima legislatura.
Não se trata de querer parecer radical. Trata-se de ser verdadeiro, transparente, no sentido de não vender ao povo ilusões de que é possível alguma solução importante a partir da eleição do presidente da Câmara. Não passa. Justificar a aliança dessa forma é o mesmo que vender ilusões.
A demonstração mais evidente de que o PT está tomando a decisão errada ao apoiar o bloco do Maia é que suas lideranças tiveram que ficar o tempo todo justificando para sua base social os motivos da aliança. Sem conseguir convencer quase ninguém. Não teria sido de maior utilidade passar esse tempo falando justamente das razões que temos para não embarcar na canoa furada do fracassado neoliberalismo?
O PT tem estrutura suficiente para não continuar apanhando do gabinete do ódio. Mas é preciso olhar para frente, planejar táticas de enfrentamento de forma profissional. Contratar serviços profissionais para produção em massa de mensagens que defendam as pautas da esquerda. Sem preocupação com colocar estrelinhas. Para fazer disputa político-ideológica para os próximos embates.
A eleição é daqui a um mês. Ainda há tempo de mudar o jogo. O PT pode ainda mudar de posição; decidir que lutar por sua própria estratégia será mais vantajoso para o povo brasileiro. Muito em breve o PT colherá as consequências de sua decisão.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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