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    Luís Carlos Romoli de Oliveira

    Publicitário, jornalista e roteirista

    9 artigos

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    Brasília, a batalha do mal contra o bem

    Esquece Jair Bolsonaro que ele não é mais presidente da república e que o hospital onde estava, que já o botou pra fora, não é mais um Einstein da vida

    (Foto: Marcelo Camargo/ABr)

    A "Batalha de Brasília" de 2023 foi e está sendo um pesadelo muito saudável para o povo brasileiro, que conseguiu fazer e administrar mais uma batalha politica campal de tal proporção, sem mortos e pouquíssimos feridos.

    Desde 2013 ainda no governo de Dilma Roussef, ficamos todos muito surpresos e chocados com a dimensão daqueles acontecimentos, mas também muito foi revelado dos episódios, que nos ensinaram muito, pouco a pouco, e ao rever esta última batalha do ano novo de 2023, um monte de questões e de rostos novos surgiram em uma nova estória, continuação repaginada de 2013, onde vemos que a evolução política, da boa e da ruim, está nos mostrando aspectos muito  interessantes de nossa politica pós Constituição de 1988.

    Estes últimos acontecimentos de Brasília são muito educativos e mostram que os líderes e formadores de opinião brasileiros, tanto civis como militares, estão atuando com novas técnicas e motivações políticas, tanto para o bem quanto para o mal, que despertaram interesse mundial pelo inusitado de suas técnicas e resultados, sempre sem derramamento de sangue e com profundas marcas incisas no tecido social e político de uma das maiores nações do mundo moderno.

    Tem sido um grande pesadelo, mas evoluímos um pouquinho mais pois hoje existe uma consciência política nova e abrangente de uma crise totalmente nova, que mostra novos crimes, novas correntes de pensamentos e novas facções políticas.

    Algo que é bom saber que existem.

    Hoje, muitos brasileiros estão muito mais antenados e aprendendo muito com esta crise de contornos novos, que mostra o quanto o espectro politico brasileiro cresceu -- ou saiu do armário -- e trouxe à luz algumas coisas muito surpreendentes, principalmente do lado mais obscuro dos golpes político/militares que ainda são  arquitetados e implantados com aqueles mesmos atores até então obscuros de nostra sociedade.

    Isto é muito positivo.

    Esta evolução aconteceu globalmente, digo, em todo o país e por muitas tribos diferentes e desconhecidas, do silvicola ao tecnocrata, do ateu ao cristão, e por isso é global, em todo o  universo da chamada pátria amada Brasil..

    No entanto, sente-se no ar que o lado ruim está evoluindo mais perigosamente.

    Esta nova crise no centro vital do pais é um passo avante que aconteceu abertamente aos nossos olhos desde a preparação do script de cada ator até o desfecho  atual, ao vivo e à cores, com milhares de câmeras tipo "big brother", online e em tempo real para todo o país e para o mundo de forma nua e crua, sem o controle nem edição dos conteúdos, o que fez a percepção geral do povo aumentar geometricamente...

    É um momento muito marcante -- e perigoso -- mas é uma benvinda evolução da lenga lenga que estavamos acostumados a ver e ouvir quando acontecimentos com estas dimensões aconteciam, que ao fim do último ato, o enredo era tão misturado, cortado, adicionado, que ninguém ficava sabendo quem de fato havia matado Odete Reutmann. Ou seja, a manipulação da verdade e da consciência popular chegava a tal requinte que, ao fim de cada movimento revolucionário como este, a população ficava mais confusa do que antes.

    Estamos num outro degrau agora. Vejo um novo Brasil surgindo, complexo e desigual, nú e crú, porém real e apavorante...

    Além das revelações que esta crise nos traz, estamos diante de um fato real muito curioso e decisivo: a parcela que decide as eleições no Brasil hoje em dia pertence em sua maioria às classes mais dominadas e mais pobres e frágeis, portanto as menos instruídas, menos cultas e mais volúveis da sociedade, porém é a que está tendo mais peso e decidindo as eleições. Notável e digno de grande  atenção, e prevenção, é o peso da grande bancada evangélica no congresso: uma grande manada de maioria bolsonarista que aporta no guarda-chuva de quem paga mais... Para embaralhar ainda mais o panorama, estes são o fiel da balança da nossa política e nossos destinos. Não são mais só fiéis e tementes a Deus. São um aglomerado amplo e acintosamente dominado por pretensos líderes religiosos comprometidos não com a bíblia, mas com o obscurantismo politico-militar que nos envolve.

    As forças obscuras querendo ou não mostraram a sua face. Temos a sensação de que entramos no âmago do toda a problemática brasileira, que remonta ao império e à escravidão, aos habitantes nativos e ao domínio das riquezas naturais de nosso país.

    Estamos diante de um fato novo muito grande onde o poder militar do Brasil mostra quem verdadeiramente é, como age e como manipula o país com sua política de morde-assopra. Pela primeira vez na história foram fotografados em alta resolução brincando com o povo brasileiro.

    Mostra a relação infame entre os "defensores da pátria" e as novas milícias e facções criminosas lideradas pelo ex-tenente mãos sujas e expulso do exército por preparação de grave ataque armado à ordem constitucional Jair Messias Bolsonaro, tornado líder messiânico e insençado pelos antigos militares que o expulsaram e agora o acolheram como "parça" numa nova tentativa de golpear a constituição cidadã de 1988 e desviar o país e o povo brasileiro de suas aspirações democráticas, inclusivas e abrangentes de um regime aberto e transparente eleito pelo voto livre e popular, que foi abertamente atacado durante o recente processo eleitoral por aqueles que até agora o manipulavam obscuramente.

    Surgiram à luz as novas faces e as novas funções de cada um dos nossos agentes militares que foram educados e formados pela ótica norteamericana ultrapassada do Macartismo brutal e fora de contexto onde, no Brasil são instruídos para controlar e combater o "povo comunista" e não os inimigos externos.

    Uma nova luz surge ao se ver possível a responsabilização de todos os agentes obscuros da política brasileira à começar pelo ex-presidente Bolsonaro, agora escondido num bunker  nos EUA com passaporte não mais válido de presidente de uma nação amiga,  que se diz novamente enfermo para fugir da responsabilização que fatalmente o alcançará.

    Esquece Jair Bolsonaro que ele não é mais presidente da república e que o hospital onde estava, que já o botou pra fora, não é mais um Einstein da vida, sujeito a pressões e a fraudes como tudo pode  acontecer no Brasil.

    Se ele estiver fazendo finta indo ao hospital apenas para novas fotos e novos holofotes, vai nos provar definitivamente que além de tudo é um grande cafajeste. Imaginem só...

    Se estiver realmente doente, fatalmente verá o estertor sua conturbada carreira política já em cacos...

    Logo saberemos se ele estava realmente doente ou se apenas atuando em mais um golpe, característico de sua personalidade doentia, e aí sim conheceremos o mundo e seus atores como realmente são...

    Mais gente má deverá sair da obscuridade, independente do estado de saúde do "mito", que, sem o manto da presidência da república parece mais um frango na chuva do que um pretenso líder.

    Não sabemos ainda qual será o próximo capítulo mas percebe-se neste momento que as forças antagônicas do mal e do bem vão esticar muito a corda e ela vai estourar. Tem muita gente querendo que estoure.

    Este é o momento de pensar em ser mais sensato do que ser radical pois é um ponto de inflexão muito grande e importante na história brasileira.

    Lula está de frente a uma incógnita muito grande e muito se espera que ele em sua nova maré de fatos bem sucedidos continue a acertar como tem acertado em toda sua vida. Todos dependemos de suas brilhantes decisões e esta será a decisão de sua vida, de nossa vidas, a decisão de vida -- ou morte -- do Brasil como nação em 500 anos de existência. A decisão que abrirá o espaço para a evolução do bem, ou  do mal...

    Devemos esperar preparados para vermos tudo do jeito que é, sem filtros nem ilusões. Muito menos com injustiça ou corrupção. Disso dependerá nosso futuro como povo, como nação.

    Novos tempos eletrizantes pela frente, como num eterno novelão das 9hs.

    Esperemos que saíamos desta mais cultos e mais prósperos.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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