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Carlos Alberto Mattos

Crítico, curador e pesquisador de cinema. Publica também no blog carmattos

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Cinema: Um banco para os pequenos

“David Contra os Bancos” revive a luta de gente comum contra os tubarões do capitalismo para instituir um, digamos, capitalismo humanitário

"David Contra os Bancos" (Foto: Divulgação)

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“Todo mundo odeia os banqueiros” – esse é o sentimento que anima David Contra os Bancos (Bank of Dave), filme britânico que, de alguma maneira, evoca as fábulas de Frank Capra durante o New Deal. Revive a luta de gente comum contra os tubarões do capitalismo para instituir um, digamos, capitalismo humanitário. Um feel good movie levemente roqueiro que chega ao clímax com uma apresentação da banda Def Leppard completamente integrada à trama.
Na pequena Burnley, norte da Inglaterra, o vendedor de micro-ônibus David Fishwick (Rory Kinnear), um self made man, empresta dinheiro e ajuda a criar empregos para a comunidade, doando os lucros para instituições beneficentes. A prática o leva a querer fundar um banco honesto para atender às necessidades dos pequenos locais. Para isso precisará enfrentar a oposição do sistema financeiro, desacreditado na opinião pública mas forte na manipulação de regras e nos golpes baixos.

Um advogado londrino meio atrapalhado vai supostamente ajudá-lo, mas na verdade com a intenção de dissuadi-lo diante do provável fracasso. Há cerca de 150 anos ninguém conseguia criar um novo banco no país. Mas eis que o tal advogado se apaixona por Burnley – e não só pela cidade – e resolve empenhar-se seriamente na criação do Bank of Dave. Esse personagem, Hugh (Joel Fry), corresponde ao advogado Chris Moss original.

A história real de Fishwick (um óbvio Davi contra Golias) já tinha sido objeto de um livro autobiográfico e de uma série do Channel Four inglês em 2012. O novo fime de Chris Foggin, com roteiro de Piers Ashworth, simplifica bastante os fatos e joga um pouco de açúcar em cima do bolo. O Dave da tela não tem nada da imagem de um milionário, mas de um carinha bacana que gosta de ajudar as pessoas. A figura do advogado, por sua vez, é a do jagunço corporativo que, romanticamente, se deixa converter para o lado dos mais fracos. 

Tudo somado, que ninguém espere uma obra-prima de David Contra os Bancos. O que temos é uma dramédia simpática que se ampara no bom elenco, nos bons sentimentos e nos bons hits do rock que rolam em Burnley. Com a canja verídica e real do Def Leppard. 

>> David Contra os Bancos está nos cinemas de Brasília, Vitória e Florianópolis. 

O trailer:

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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