Ciro Gomes: discurso direitista , antipetista, leva o bolsonarismo para o segundo turno
Segunda-feira de ressaca: fim do primeiro turno das eleições presidenciais. O resultado do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) diagnosticou erros acentuados nas pesquisas que dava por sua vez, vitória ao ex presidente Luíz Inácio Lula da Silva (PT).
A pergunta que não quer calar: o que emergiu essa extrema direita no Brasil? Os debates foram um termômetro ainda polarizada entre Lula e Bolsonaro, mas marcada por bravatas , bordões, show de horrores.
De um lado, Soraya Tronicke (UNIÃO), Simone Tebet (MDB) representaram a voz feminina com uma intenção clara: angariar votos do público feminino atuando com uma narrativa ofensa contra Bolsonaro. Pensando especialmente na atual rejeição do presidente com as mulheres , majoritariamente.
A terceira via: Ciro Gomes (PDT) acabou atuando como uma espécie de cabo eleitoral pró Bolsonaro, fazendo fortes críticas a Lula e ao PT em todo processo eleitoral. Em tom mais brando, a famigerada corrupção tão citada por Ciro ganhou novas cores e nuances .
Imoveis, rachadinha, vacinas, mortes, as diversas denúncias recebidas pela família Bolsonaro, o pedestista simplesmente tratou de pensar em estratégia, escolhendo um lado, o de Bolsonaro.
Atrair os partidos de direita e centro direita foi mecanismo de narrativa usado, especialmente no debate. O tiro saiu literalmente pela culatra: Ciro se perdeu no meio do caminho e começou a flertar com um bolsonarismo, entre aspas, “ponderado”.
Ao final do resultado deste último domingo (02) , Ciro obteve 3% nas intenções de voto, caindo uma posição, ocupada por Tebet que terminou com um percentual de 4,2%.
Com uma projeção de angariar votos das extremidades emergiu o bolsonarismo. Dados os números finais que deixaram Lula a 2 pontos de uma eleição presidencial, enquanto Bolsonaro se manteve com pouco mais de 44%.
RESUMO DA OBRA!
O eleitorado de Ciro foi migrado para Bolsonaro. No jogo do bate e assopra, o democrático de boas intenções foi esvaído por uma palidez de ideias e consequentemente uma necessidade desesperadora de promover um nicho distante da democracia, da liberdade, do respeito, da dignidade. Quem perdeu no primeiro turno foi a democracia e Ciro Gomes tem grande participação nesse processo.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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