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Adilson Roberto Gonçalves

Pesquisador científico em Campinas-SP

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Coligações e a vez do vice

Vices são complicados ou estratégicos

Kamala Harris (Foto: Reuters/Nathan Howard)

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A força da imagem de Kamala Harris poderá reverter a ascensão de Donald Trump nos EUA. A plataforma de governo é a mesma em relação ao desistente Joe Biden, mas, com alguém mais enérgico, muda a empatia do eleitorado. Não deveria ser assim, mas sabemos o quanto a comunicabilidade do político com seus eleitores é fundamental, haja vista a quantidade de egressos do rádio, tv e mídias eletrônicas que são eleitos, pelo menos no Brasil. Quatro anos atrás a vice-presidente era ungida como a sucessora natural por tudo o que representava e ficou na geladeira esse tempo todo. Agora terão de fazer em quatro meses o que não foi feito em quatro anos, a começar por convencer o restante dos caciques democratas.

Vices são complicados ou estratégicos. Nem vamos falar de Geraldo Alckmin ou da alquimia que trouxe o Geraldinho de Pinda para ser vice de Lula. O vice de Donald Trump, J.D. Vance, o elogia depois de compará-lo com Hitler, e a pré-candidata Nikki Haley parecia ser uma voz mais arejada à direita e também o apoia agora de forma irrestrita. Será somente pragmatismo político ou o ex-presidente impõe medo a antigos oponentes?

A sucessão norte-americana está ligada às interessantes análises quanto às eleições europeias, em que houve derrota da extrema direita na França e na Grã-Bretanha. O mesmo efeito é aguardado para as eleições nos EUA, agora com democratas revigorados. Mas não apenas em sistemas distritais os votos não correspondem exatamente às cadeiras eleitas. No Brasil, com voto nominal e o quociente eleitoral, não raramente os mais votados ficam de fora do parlamento. Dante de Oliveira, o autor da emenda das Diretas Já, é o exemplo mais emblemático que, em 1992, obteve a maior votação para a Câmara Federal no Mato Grosso, quase 50 mil votos, e não foi eleito devido à coligação. Ao menos aqui, nas pesquisas de intenção de voto, brancos e nulos são previamente considerados, e tal ajuste deveria ser aplicado onde o voto é distrital para não restar a triste constatação de que vence no voto popular e perde no colégio eleitoral.

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