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Requião Filho

Advogado, deputado estadual (PT-PR) e líder da Oposição na Assembleia Legislativa do Paraná

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Como a Frente Progressista perdeu terreno: o pragmatismo cego que empurra a política para a direita

"Cenário se fortalece com a desigualdade agravada com os apoios vindos dos Palácios em Brasília e em Curitiba"

Requião Filho (Foto: Eduardo Matysiak)

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Se pensarmos bem, ano após ano, a frente progressista vem cedendo espaço para pautas absurdas e conservadoras. Com isso, a régua política vai se deslocando cada vez mais para a direita, em direção ao extremo conservadorismo. E o que isso impacta a política? Antes, a discussão que inflamava os discursos era reforma trabalhista e perda de alguns direitos. Agora, é privatização desenfreada e defesa da família de maneira totalmente distorcida.

Eu afirmo com segurança: isso tem dedo do PT e do PDT. Esses dois partidos são responsáveis por alianças com o campo conservador em nome de um “pragmatismo eleitoral”. Um pragmatismo que não traz benefícios, cedendo ainda mais espaço para a direita crescer.

As eleições de primeiro turno em Curitiba exemplificam bem esse contexto, já que a Frente da Esperança não tinha nenhum representante genuíno defendendo o que ela acredita. Isso fez com que Eduardo Pimentel não enfrentasse uma oposição clara no campo progressista. 

O problema disso é que a oposição que se formou contra Pimentel veio ainda mais à direita. A régua política foi deslocada mais uma vez, criando um cenário no qual a atual gestão não teve adversários da esquerda. No fim das contas, os candidatos eram todos de perfil semelhante ao dele. Ou piores.

E nós fomos afastados do jogo eleitoral sem o devido tempo de TV e fundo eleitoral, que exclui qualquer chance de candidaturas que não tenham apoio orgânico de WhatsApp e redes como o conservadorismo conhecidamente possui.

Esse cenário se fortalece com a desigualdade agravada com os apoios vindos dos Palácios em Brasília e em Curitiba. A soma destes contribui diretamente para o eleitor receber informações de maneira profundamente desigual.

Ou seja, a diferença dos apertos de mão nos vídeos e recursos fez com que o eleitor não tivesse o acesso ideal ao debate amplo, como exige a democracia. 

Em Curitiba, o que cresce não é a disputa de ideias. É o apelo para normalizar o processo de aceitação de uma direita menos conservadora do que a outra. A democracia que pregam é a democracia do medo, em que “o outro lado é sempre pior”, menos democrático. 

Enquanto a discussão acontece, a realidade nos coloca diante de uma extrema direita que avança. E cresce muito.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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