Como foi a esperada Super Quarta-feira?
O quadro atual da economia internacional, confirmado nesta quarta-feira, é favorável à especulação financeira e prejudicial à indústria brasileira
Muitas vezes os comentários econômicos, que nos chegam por diversos veículos midiáticos, são feitos de forma tendenciosa e com termos incompreensíveis à população. Os analistas adoram gastar o seu economês e acabam dificultando o entendimento doso fatos que estão acontecendo. Vamos tentar retratar aqui, de forma bem simples e resumida, como foi a tal Super Quarta-feira.
O Banco Central decidiu nesta 4ª feira (31) manter a taxa Selic em 10,50% ao ano. É a 2ª decisão consecutiva pela qual o Copom – Comitê de Política Monetária, órgão competente para tratar a matéria, resolve manter a taxa básica de juros inalterada. A decisão foi unânime.
Segundo vários analistas que trabalham para os veículos da mídia corporativa, tudo ocorreu como o esperado. Por outro lado, os analistas que dialogam com a realidade do país, comentaram que as condições atuais da economia brasileira permitem uma redução nos juros, já que a inflação está controlada. Por essa linha de reflexão o presidente do BC, Roberto Campos Neto, recebeu severas críticas por insistir, de forma absurda, na manutenção da taxa de juros no patamar de dois dígitos.
No mesmo dia, numa incrível coincidência, o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos EUA , anunciou a decisão de manter a taxa de lá de lá entre 5,25% a 5,50% ao ano. Essa taxa também é considerada "muito alta", fora do padrão dos EUA.
O quadro atual da economia internacional, confirmado nesta quarta-feira, é favorável à especulação financeira e prejudicial à indústria brasileira, que permanece com seu custo de produção mais elevado, principalmente, porque o Brasil é um grande parceiro comercial dos EUA. Dessa forma eu reforço as críticas ao presidente do BC, pois a manutenção dos juros nesse patamar, dissonante com a realidade do nosso país, dificulta muito a criação de novos postos de trabalho.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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