Convocado para depor, Bolsonaro se interna e é tratado por pai do seu marqueteiro
Em caso de arrocho Bolsonaro costuma ter duas saídas: ou a dos corredores de um hospital, ou a do aeroporto. Apertem o passo. Bolsonaro não pode fugir
Argh! Mais uma foto de Bolsonaro de camisolão, em hospital, a gente não aguenta. Aliás, há muitas coisas nele que a gente não aguenta mais. Uma delas, certamente é esse jeito de escorregar, deslizar, escapar, quando a coisa aperta para o seu lado. Um dia após receber nova convocação para prestar depoimento à Polícia Federal (PF) sobre as investigações de empresários golpistas, Jair se internou no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, na manhã desta quarta-feira (23). E, adivinhem quem faz parte da equipe que o está tratando?
Ele está sob os cuidados da equipe médica comandada pelo seu médico pessoal, Luiz Antônio de Macedo - que passou a atender o ex-presidente após o episódio da facada durante a campanha em 2018 – e é assistido também pelo médico Maurício Wajngarten, pai de Fabio Wajngarten, ex-secretário de comunicação da Presidência, um dos seus advogados e (esse é um ado importante) seu marqueteiro. Wajngarten afirmou que a internação ocorreu para fazer exames de rotina. O ex-presidente deve ter alta nesta quinta-feira (24). Hahã...
Nessa terça-feira (22), Bolsonaro foi intimado pela PF a prestar novo depoimento na próxima quinta-feira, dia 31 de agosto, relativo ao inquérito que investiga o grupo de empresários bolsonaristas que teria planejado um golpe armado para mantê-lo no poder. Uma boa data para realizar aquela série de exames que desembocará, talvez, em previsão de cirurgias ou procedimentos que o tirem dessa rotina político/criminal infernal. (A rima foi involuntária).
A nova convocação foi motivada por troca de mensagens com Meyer Nigri, fundador da Tecnisa, a quem teria enviado fake news e ataques a urnas para serem repassadas em grupos de WhatsApp em que mencionava “teremos sangue” e “guerra civil”. Para a PF ele é um dos difusores “de mensagens com conteúdo de notícias não lastreadas ou conhecidamente falsas". Para agravar a sua situação, ainda enviou ao grupo um vídeo onde ataca Alexandre de Moraes e as urnas eletrônicas.
Ao ser questionado sobre essas atividades Bolsonaro ressuscitou o seu velho estilo, bastante usado na época da pandemia, quando ligou o “dane-se” e dava de ombros. “Fiz mesmo, e daí”?, teria respondido a um jornalista que o abordou sobre o assunto.
Sua internação, no entanto, a julgar pelo seu cardápio em situações de apreensão demonstra que nem tudo se resume a um dar de ombros. Bolsonaro sabe que a CPMI, na próxima reunião dos seus integrantes, pressionará para cassarem o seu passaporte e o de Michelle. Como já sabemos à exaustão, em caso de arrocho Bolsonaro costuma ter duas saídas: ou a dos corredores de um hospital, ou a do aeroporto. Apertem o passo. Bolsonaro não pode fugir.
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