Corrida ao dólar pela especulação da Faria Lima em 2025 sinaliza tumultuada sucessão presidencial
A economia tende à semi-estagnação em face do acumulado de indefinições que afetam a microeconomia e que adiam tomadas de decisões dos agentes econômicos
O mercado, sob onda especulativa, corre para o dólar, quanto mais são adiadas medidas de taxação de grandes fortunas, ganhos isentos de pagamento de imposto de renda em lucros e dividendos, indefinição sobre a tarifa média sobre bens e serviços na reforma tributária e ganhos generalizados sobre fundos especulativos que não se transformam em investimentos produtivos, enquanto não se tem horizonte quanto à redução das taxas de juros.
A economia tende à semi-estagnação em face do acumulado de indefinições que afetam a microeconomia e que adiam tomadas de decisões dos agentes econômicos, também, de olho no que vai acontecer depois da posse, em 20 de janeiro, do presidente americano, Donald Trump, e suas promessas protecionistas contra o Brasil, conforme ameaçou, nesta segunda.
Ao mesmo tempo, crescem incertezas diante da resistência do Congresso em aprovar o pacote fiscal do governo devido ao que os congressistas consideram lentidão na liberação das emendas parlamentares, depois das regras determinadas pelo Supremo Tribunal Federal para que sejam identificados nomes e origens dos que destinam recursos orçamentários obrigatórios às suas bases.
As chantagens se avolumam para pressionar o Planalto a soltar as verbas reclamadas pelos parlamentares.
Ao mesmo tempo, eles temem ser identificados e, consequentemente, punidos pela opinião pública, fugindo da acusação de promoção e distribuição de verbas secretas, consideradas escândalo pela justiça.
A falta de transparência é total e o receio no parlamento é o de que identificações claras dos autores das emendas e suas respectivas transferências aos destinatários nas prefeituras incriminam quem não estiver agindo corretamente, sujeitos às punições legais etc.
Os transgressores seriam ou não passíveis de punição pela Lei da Ficha Limpa, acusados de crime de colarinho branco?
AMBIENTE TUMULTUADO
Tudo isso cria o ambiente de resistência à aprovação do pacote fiscal, o que dá argumento ao mercado, como deixou clara a ata do Copom, para especular no mercado futuro de dólar, de modo a pressionar a taxa de juro.
Já se prenuncia para as duas próximas reuniões do BC(janeiro e fevereiro) em que são previstas novas altas da Selic, podendo levá-las aos 14%, no primeiro semestre de 2025, e a 15% e picos, no segundo semestre.
Estariam criadas circunstâncias nocivas às decisões dos agentes econômicos no ano de véspera da eleição presidencial de 2026, para prejudicar as pretensões do presidente Lula de disputar com vantagem a reeleição.
A oposição, portanto, motiva-se diante de tal conjuntura, marcada por incertezas, para especular na política e na economia, com vistas a se viabilizar frente às cogitações eleitorais que favorecem um quarto mandato para o presidente Lula, no período 2026-2030.
Os oposicionistas, portanto, empenham-se em barrar a ascensão do presidente, de modo a conseguir minar sua popularidade, bombeando incerteza, como demonstra pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira, em que 35% apoiam e 34% rejeitam o governo.
É a prova de que a polarização política segue firme e tende a se ampliar, se o Congresso direitista e o mercado continuarem o jogo combinado de deixar confusa, em escala crescente, a situação econômica e financeira.
OPOSIÇÃO APOSTA NO CAOS
O fato concreto é que a possibilidade de deixar tudo em suspense favorece a onda especulativa, capitaneada pela Faria Lima, no compasso do dólar na casa dos R$ 6,20, culpando o governo por estimular o que chama de dominância fiscal, adicionalmente potencializada pela crítica do presidente Lula contra os juros extorsivos.
Em face da incerteza, diz a Faria Lima, os especuladores correm para o dólar, deixando a situação ainda mais instável.
2024 está terminando com notícias positivas para o crescimento econômico, com inflação sob relativo controle e avanço do PIB, com queda na taxa de desemprego.
Porém, o mercado, pescador em águas turvas, preanuncia condições incertas para 2025 que dificultariam a repetição de 2024.
Os governistas, afetados pela ação combinada de mercado especulativo com Congresso dominado por maioria conservadora, teriam diante de si crescentes impossibilidades que favoreciam os oposicionistas na disputa presidencial.
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